segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Governo não aceita redução da jornada dos peritos médicos para acabar com a greve

16:25
23/08/2010

Isabela Vieira

Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, disse hoje (23) que não vai negociar a redução da jornada de trabalho dos peritos médicos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em greve há dois meses.

"A Associação [Nacional dos Médicos Peritos - ANMP] exige a redução da jornada, sem redução de salário. Isso não é possível", afirmou Gabas, no Rio, ao informar que a pasta atendeu a "99%" das reivindicações da categoria, incluindo ampliação do tempo de atendimento.

De acordo com o ministro, foi proposto que em seis das oito horas da jornada diária os médicos cumpram uma média de 18 perícias de cerca de 20 minutos de duração cada e, nas duas horas restantes, outras atividades especificadas pelo chefe da seção. A categoria, no entanto, pede redução para 12 perícias por dia e duas horas sem controle de ponto para atividades externas.

"Não concordamos com a mensuração do tempo. Para atender bem, é preciso ampliar para 30 minutos o tempo de uma perícia. Isso nas seis horas com controle de ponto e, nas demais, atividades como perícia domiciliar, hospitalar e vistorias técnicas", reivindicou o presidente da ANMP, Luiz Carlos Argolo.

Mesmo assim, o ministro da Previdência disse hoje que espera pelo fim da greve em até 15 dias. Ele está negociando "um mutirão" para por em dia as 400 mil perícias em atraso. "A exigência que fizemos para atender às exigências deles é que se coloque a agenda em dia".

Para chegar a um consenso, Gabas chamou a Federação Nacional dos Médicos, acreditando que a entidade tem mais representatividade que a ANMP. A categoria, por sua vez, não ficou satisfeita com a mudança. Acusou o governo de "intransigência" e agora cobra a retomada do dialogo.

"Esperamos que o ministro reconsidere a mudança de interlocução para que voltemos a negociar", disse o presidente da ANMP, informando que quase todas as reivindicações da categoria já foram acertadas com o governo. Os peritos se reúnem na próxima quinta-feira (26), para decidir os rumos da greve.

Edição: Vinicius Doria

4 comentários:

Regiane Alves da Rosa . disse...

A única instituição que permito levar meus anseios,mesmo não concordando com vários aspectos por ela aludidos,é a ANMP.

Pessoal,o quantitativo numérico da representatividade(DELEGADOS) não é o ponto desta questão mas sim se esses outorgados com nossas reivindicações se fazem representar adequadamente.
Leiam a NR4 e saibam que o Governo anda na ilegalidade com os médicos peritos;saibam que o máximo de carga horária do medico é de 20 h/semana,extenssíveis para 30 h. Reivindicá-las nada mas é que o disposto constitucionalmente(2 empregos públicos para o médico) escorados em legislação própria desde 1991.
Não querem ceder porque simplesmente NÃO O QUEREM!
FORÇA PERICIA PREVIDENCIÁRIA! NÃO VAMOS AMOLECER AGORA! CADÊ A NEGOCIAÇÃO DA CARREIRA DE ESTADO? CADÊ A SAIDA DESTA MISERÁVEL AUTARQUIA? HOJE É O GABAS,AMANHÃ SERÁ OUTRO POLITIQUEIRO A NOS DETONAR SE NÃO CONSEGUIRMOS O QUE QUEREMOS PRETO-NO-BRANCO!

EU POR MIM MESMO disse...

Quando fizeram o concurso estava no EDITAL que eram 08 HORAS.
Penso ( ainda que seja justa a redução ) não encontrar respaldo legal se eles insistirem.
O que os peritos devem fazer finca- pé é na CARREIRA DE ESTADO, BOM E SAUDÁVEL AMBIENTE DE TRABALHO E DEDICAÇÃO EXCLUSIVA como tantos reinvidicavam no passado ! Penso que o NÓ é a redução do horário ...!

Unknown disse...

Prezados colegas: diante dos resultados da últimas pesquisa eleitorais,penso que nosso ilustre ministro já está contando com seus aliados (não sei se com seu cargo) a partir de 1º de janeiro de 2011. Com a popularidade nas nuvens e nossa imagem cada vez mais deteriorada (como os vagabundos que querem trabalhar menos e ganhar a mais), creio que o governo passará a jogar com o cenário de vitoria nas urnas(no 1º turno) e não vai dar mole pra ninguém. Tenham certeza de uma coisa: It´s now or never.

Fernando disse...

Breves comentários acerca do tópico, assim como devem ser os movimentos grevistas!

> Suponho que já há a possibilidade da redução de carga horária para peritos, regulamentada;
> NR 4, não tem absolutamente nada a ver com a carga horária de peritos médicos do INSS;
> O governo aje como qualquer gestor de pessoal agiria;
> Não há ainda empresas fazendo caridade, (pagando salários integrais, pelo labor em período parcial);
> Há uma enorme possibilidade de outros servidores do INSS, assim como são os peritos, de exigirem o mesmo direito.

Pelo repúdio aos movimentos grevistas ABUSIVOS, sou integralmente contra a estabilidade de emprego PÚBLICO.