segunda-feira, 30 de setembro de 2013

DILMA QUER DERRUBAR CONSELHOS DE MEDICINA

Dilma encomendou proposta após se irritar com relutância dos conselhos de medicina em fornecer registros para participantes do programa Mais Médicos

O governo estuda a edição de uma nova Medida Provisória com o objetivo de retirar do Conselho Federal de Medicina (CFM) e dos conselhos regionais a atribuição de emitir os registros para que médicos estrangeiros possam atuar no país.

O objetivo da presidente Dilma Rousseff é fazer com que a implantação do programa Mais Médicos não dependa das entidades representantes da classe médica que, na avaliação do governo, têm dificultado a concessão dos registros.

Uma proposta de texto para a medida provisória foi encomendada pela presidente há cerca de 15 dias. Segundo interlocutores, ela ficou irritada com a série de embates na Justiça que o governo tem sido obrigado a enfrentar nos estados.

Profissionais participam do Mais Médicos

Além disso, também incomodou a presidente o desrespeito dos conselhos de medicina com o parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) , também referendado por ela, com o entendimento de que as entidades não poderiam exigir dos participantes do Mais Médicos documentos extras, como revalidação do diploma, para a expedição do registro provisório.

De acordo com fontes do governo, nesta semana, o próprio Ministério da Saúde se encarregou de avisar aos conselhos sobre a intenção de retirar a atribuição de emissão do registro, caso não houvesse colaboração desses órgãos.

O entendimento do governo é de que a atribuição de emissão do registro é uma delegação e, portanto, passível de ser retirada pelo governo. Sem isso, caberia aos conselhos apenas a função de fiscalizar o exercício da profissão no país.

O governo se inspira em modelos que foram adotados no Canadá e na Austrália, países que também importam médicos e que tiveram que enfrentar a questão dos registros em seus programas.

A MP também é vista como uma forma de evitar a avalanche de novos pedidos de liminares que poderão chegar à Justiça, em função da nova leva de médicos cubanos e de outros países, que começou a chegar nesta segunda-feira ao Brasil. Mais 2 mil médicos cubanos entrarão no país nesta nova etapa do programa.

A preparação da MP ocorre paralelamente à votação do relatório final do deputado Rogério Carvalho (PT-SE) na comissão especial que trata do programa Mais Médicos na Câmara. A apreciação está marcada para esta terça-feira. O relator aceitou incluir no texto o dispositivo que dá ao Ministério da Saúde a atribuição de emitir os registros para que os médicos possam trabalhar no Brasil.

E MAIS:

ROMBO NA PREVIDÊNCIA


Neste final de semana o prédio que abriga duas APS no centro de Belo Horizonte foi abalroado por um ônibus desgovernado. O acidente não deixou vítimas fatais mas pode ter comprometido a estrutura do prédio, que está sendo vistoriado por engenheiros do INSS para avaliar a segurança das instalações bem como levantar os danos estruturais e medidas a serem tomadas. Péssima notícia para o novo Diretor de Orçamento e Finanças e Logística, que assume sem caixa após o INSS ter estourado o de 2013.

Como não poderia deixar de ser, a maior preocupação da gerência, claro, foi evitar que os peritos ficassem fora do controle, fora do radar, em um caso clássico da obscessão paranóide institucional com os médicos. Imediatamente ao saber do evento, o gerente determinou que se telefonasse para os médicos no próprio domingo para impedi-los de ficar à toa na segunda-feira. A cadeia de puxa-sacos foi acionada e todos os peritos dessas APS foram acionados, ainda no domingo, a comparecerem no SST na segunda-feira para bater o ponto, onde ficaram absolutamente ociosos, sem tarefas definidas e sem a presença dos chefes, que chegaram com horas e horas de atraso, mas estes não tem problema, podem chegar à hora que quiserem pois a única coisa que importa para o INSS é o horário dos peritos.

IRRESPONSABILIDADE FISCAL

29/09/2013 - 01h30
Plano para Previdência cria rombo de R$ 21 bi
Fonte: Folha de S.Paulo
VALDO CRUZ
JULIANNA SOFIA
DE BRASÍLIA

O que o Executivo vê como populismo encampado pelo Congresso pode provocar um rombo de R$ 21,168 bilhões na Previdência Social nos próximos quatro anos caso sejam aprovados três projetos criando aposentadorias especiais para trabalhadores da construção civil, frentistas, garçons e cozinheiros.

Projeções do Ministério da Previdência obtidas pela Folha indicam que o projeto que causaria o maior perda é o que prevê a aposentadoria especial aos 25 anos de contribuição a operários da construção civil. As regras gerais para aposentadoria do trabalhador do setor privado exigem 35 anos de contribuição para a Previdência.

De 2014 a 2017, o benefício especial neste setor geraria um gasto extra de R$ 16,810 bilhões à Previdência. Para garçons e cozinheiros, seria de R$ 3,2 bilhões. Para frentistas, o custo do benefício especial alcançaria R$ 1 bilhão.

O governo já começa a traçar uma estratégia para bloquear os projetos, preocupado com o crescente deficit na Previdência Social. No ano passado, o rombo foi de R$ 42,3 bilhões. Neste ano, nos 12 meses encerrados em julho, o rombo acumulado estava em R$ 47,8 bilhões.

As três propostas se somam a outras mais de 130 atualmente em tramitação no Legislativo, com potencial de devastar as contas da Previdência, segundo levantamento do governo.
Editoria de Arte/Folhapress 


Oito deles são considerados pelo Planalto como explosivos. Além das aposentadorias especiais, figura na relação a extinção do fator previdenciário, mecanismo que desestimula a aposentadoria precoce no país.

"Os projetos de aposentadoria especial podem ser justos e legítimos diante das condições de trabalho dessas categorias, mas temos de pensar no conjunto da Previdência e na sua capacidade financeira", afirmou a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais).

Ela lembra que o Congresso precisa evitar cair na "tentação do populismo", destacando que há uma "diferença entre o que a população que foi às ruas quer e o que grupos organizados e corporativistas defendem".

É uma alfinetada em parlamentares que, a pretexto de "ouvir as vozes das ruas", bancam projetos de apelo popular, mas focados em grupos específicos da população e sem preocupação com seu impacto financeiro.

ABRIR A PORTEIRA

Se as propostas que criam as aposentadorias especiais avançarem, o receio do Ministério da Previdência é a escalada desse tipo de benefício.

Há no Congresso projetos semelhantes para carteiros, radialistas, taxistas, motoristas de ônibus e mecânicos.

Até 1995, havia no país aposentadorias especiais por categorias profissionais. Desde então, passou-se a exigir que o profissional comprove efetivamente exposição a agentes nocivos à saúde para receber o benefício.

Professores do ensino básico também têm direito à aposentadoria com menos tempo de contribuição.

No ano passado, a Previdência gastou R$ 7,67 bilhões com aposentadorias especiais, 2,67% da despesa total. De janeiro a julho deste ano, o gasto com esse benefício já atingiu R$ 4,4 bilhões.

O Planalto passou a acompanhar os projetos depois que eles entraram, segundo a ministra, na "zona de risco" de votação, quando o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), autorizou a tramitação em separado das propostas.

Antes, elas estavam anexadas a outros projetos, o que dificultava a votação em plenário. O receio do governo é que, com a campanha eleitoral próxima, parlamentares aprovem projetos populistas.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

ACABOU O DINHEIRO - PARTE 2 - CRISE DO ORÇAMENTO DERRUBA DIRETOR DO INSS E COLOCA NOVO MODELO EM XEQUE.

A crise no orçamento do INSS é mais séria que o transpassado na nota abaixo. Não são apenas os eventos de capacitação que sofrerão cortes. Todas as despesas de logística do INSS, como água, luz, manutenção, estão suspensas até 2014. Não há dinheiro nem para pagar as contas de telefone já em cobrança pelas operadoras.

O INSS aposta no seu peso político para conseguir prorrogar vencimentos e evitar cortes, obviamente tendo que pagar tudo em 2014 com os devidos juros extorsivos praticados no mercado, para alegria dos operadores. Por isso não devemos observar cortes de luz ou água, mas provavelmente para diminuir o dano a autarquia vai bloquear linhas telefônicas, cortar verbas de manutenção bem como transportes em geral.

A primeira vítima foi o Diretor de Orçamento, Finanças e Logística,  Pedro Augusto Sanguinetti Ferreira, que teve sua cabeça cortada hoje. Assumiu temporariamente a direção Lenílson Queiroz de Araújo, Coordenador Geral de Engenharia e Patrimônio da DIROFL, que assume um abacaxi pois as APS estão em situação precária, algumas caindo de podre e vamos para mais um forte e ensolarado verão brasileiro com a perspectiva de muitos pedidos de conserto de ar refrigerado sendo sustados por falta de verba.

E tem outro problema: Com o corte no orçamento, a eterna equipe de capacitação e homologação do SIBE já foi dispensada para seus Estados, causando tristeza para os que contavam com o adicional das diárias sem fim pois esse sistema nunca saiu do papel. Desde 2008 o INSS promete o SIBE e sempre fica para o próximo ano. 2013 não foi diferente mas dessa vez a desculpa é o corte no orçamento. Como que a DIRSAT pretende implantar esse novo modelo já anunciado nos jornais sem o SIBE? Pois com o sistema atual, o SABI, é impossível fazer a habilitação e os fluxos pretendidos, a não ser que se minta para o sistema chamando administrativo de médico. Qual número vão colocar no campo "CRM"? Ou seja, mais promessas descumpridas, mais trapalhadas sem fim. Esse assunto será abordado com mais profundidade semana que vem.

Os salários dos servidores e o dinheiro dos benefícios não estão em risco já que possuem rubrica própria, pois se dependesse da competência da DIROFL não ia ter salário nem benefício até 2014, imaginem o potencial explosivo disso.

Até quando o INSS vai ficar refém da má gestão? Nem podemos culpar o Presidente, pois como já dissemos aqui em outros tópicos, o Presidente do INSS é a "Rainha da Inglaterra" do "Reino Unido da Esculhambação". Os verdadeiros culpados são os eternos olheiros e capitães-do-mato de servidores, a mando do Comissário, esse sim responsável final por tudo o que ocorre dentro da autarquia.

Em tempo: Bem lembrado pelo colega Heltron, os terceirizados (poucos) que se cuidem, pois o dinheiro só virá, na melhor das hipóteses, em 2014. Se forem depender disso pra pagar as contas, as operadoras não terão a mesma condescendência que estão tendo com o INSS...

ACABOU O DINHEIRO

INSS estoura orçamento de 2013 ainda em setembro e é obrigado a suspender todas as atividades não-essenciais. Foram cortadas todas as atividades de capacitação, treinamento e qualificação de quadros, bem como viagens a serviço fora das já orçadas e demais eventos.

A reunião anual dos SST já foi cancelada e os mesmos avisados ao decorrer dos últimos dias. Não há orçamento nem para os Resorts habituais nem pra encontro no café da rodoviária de Brasília.

Certa superintendente vai ter que guardar o maiô pois esse ano não vai ter evento em termas de luxo do planalto central.

E depois querem botar a culpa nos peritos.... É assim que vai nascer o dito "novo modelo"?

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

INSS VIRA PIADA NAS GARRAS DA PATRULHA (PROGRAMA DE HUMOR CEARENSE)

BLOG PRÓ-DILMA COMETE CRIME DE RACISMO CONTRA MINISTRO BARBOSA - GOVERNO E ONGs SILENCIAM.

Há uma semana o "Blog da Dilma", mantido por um servidor público de Fortaleza-CE, publicou uma matéria assinada pelo advogado petista e associado à defesa dos direitos humanos, Luiz Greenhalgh com conteúdo ostensivamente crítico ao Ministro do STF Joaquim Barbosa.

Até ai é direito de cada um, dentro da lei, emitir sua opinião. O problema é que o BLOG usou uma imagem de claro cunho racista (e não é a primeira vez que ele faz isso com a mesma pessoa, vide aqui) ao associar o Ministro Barbosa à imagem de um primata, vejam abaixo:


Em Junho desse ano o mesmo BLOG já havia feito outra piada racista, associando o Ministro com imagens escravocratas:


Sabemos que o "Blog da Dilma" não é o blog oficial da Presidente, mas o que chama a atenção é o verdadeiro silêncio com que a própria mandatária, seus ministros, representantes, partidos, movimentos negros pró-PT e movimentos sociais em geral estão cultivando em relação a essa recidiva de ataques racistas contra o Presidente do STF.

Ao não vir em público condenar o racismo, tacitamente a Presidente e seus apoiadores estão assinando embaixo concordando com o conteúdo criminoso do referido BLOG, que somente após 5 dias de pesadas críticas é que retirou as imagens do ar.

Como servidor público, o dono do BLOG pode e deveria responder processo administrativo pela conduta imprópria a um servidor, mesmo que o ato tenha sido feito fora do ofício.

Novo Modelo e Sindicato Nacional dos Peritos Médicos Previdenciários na FOLHA DE S.PAULO

Auxílio-doença de curto prazo pode ser liberado sem perícia
Plano em estudo exige atestado e inclui só afastamento por doença e acidente fora do trabalho até 30 ou 45 dias

Aumento dos pedidos pelo benefício justificaria mudança; peritos reclamam de risco maior de fraude
DE SÃO PAULO  "AGORA"

O INSS estuda liberar o auxílio-doença sem o beneficiário ter que se submeter à avaliação da perícia médica na agência do instituto.

Uma nova proposta prevê concessão automática, apenas com atestado médico, em casos de afastamento de curta duração (de até 30 ou 45 dias; o prazo será definido).

O novo sistema serviria só para pedidos de auxílio-doença comuns, motivados por doença ou acidente sem relação com o trabalho. Aqueles motivados por acidente no trabalho ou doenças ocupacionais, que geram o auxílio-doença acidentário, continuarão exigindo perícia.

A implementação está prevista para abril de 2014, pelo cronograma da Previdência.

Segundo o INSS, a concessão automática se justifica pelo crescente volume de requisição dos benefícios por incapacidade, que hoje perfazem metade dos pedidos.

Só em julho, a Previdência liberou 415 mil benefícios ao todo, 213 mil dos quais eram de auxílio-doença. O instituto diz ainda que 41% dos benefícios de auxílio-doença costumam durar até 60 dias.

SISTEMA ATUAL

Hoje, o trabalhador que precisa se afastar por mais de 15 dias por acidente ou doença só consegue o auxílio passando pela perícia na agência. A espera média para ser atendido é de 20 dias, mas em Estados como Alagoas e Maranhão o tempo pode dobrar.

Como o INSS tem até 45 dias para conceder o benefício, o segurado pode esperar mais de dois meses para receber.

O novo projeto prevê que os segurados com atestado de "curta duração" continuem agendando a perícia, e um servidor administrativo fará a liberação do auxílio. Como o sistema ainda está em construção, é possível que outras formas sejam definidas.

O INSS informou que ainda estuda a possibilidade de concessão sem que o segurado vá ao posto previdenciário, mas isso depende de comunicação entre o médico e o sistema da Previdência.

Uma das preocupações com a mudança vem do possível aumento nas fraudes. "Sem perícia, as fraudes podem aumentar", diz o coordenador do sindicato de trabalhadores em saúde e Previdência de Pernambuco, José Bonifácio.

Avaliação semelhante tem o diretor do Sindicato Nacional dos Médicos Peritos Previdenciários, Francisco Eduardo Cardoso Alves. "Só médicos são capazes de confirmar a incapacidade."

O INSS diz que "o processo será continuamente avaliado e acompanhado internamente, como já ocorre".
Fonte: Folha de SP

PLANETA FRAUDE

SP: PF faz operação contra quadrilha que intermediava fraudes ao INSS
Escritório em Itupeva tornava possíveis fraudes para o pagamento de benefícios previdenciários ilegais; prejuízo chega a quase R$ 4 milhões
26 de setembro de 2013 | 11h30 | atualizado às 11h30

A Polícia Federal realizou uma operação nesta quinta-feira contra uma quadrilha que intermediava fraudes ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Campinas (SP), a 100 quilômetros de São Paulo. A Operação Corredeira cumpre cinco mandados de busca e apreensão nas cidades paulistas de Itupeva e Cajamar, e é resultado de uma força-tarefa da PF com o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério da Previdência Social. A quadrilha teria cometido as fraudes entre 2006 a 2013, e o prejuízo chega a quase R$ 4 milhões.

Segundo as investigações, que começaram em 2011, um escritório de assessoria previdenciária de Itupeva tornava possíveis fraudes em benefícios previdenciários. A quadrilha apresentava declarações falsas de composição de renda e grupo familiar, além de declarações falsas de deficiência física, para receber benefícios supostamente destinados a portadores de deficiência e idosos.[...]

SIMERS COMBATE FALÁCIA DO CONSELHO DE FARMÁCIA


EFEITO DILMA

Revista The Economist em 2009:


Revista The Economist desta semana, após 2 anos e meio de Governo Dilma:


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

MG TV - Médica do INSS ameaçada


Idoso ameaça médica durante perícia e é preso em Divinópolis
Ele achou que não teria benefício concedido e fez a ameaça', diz delegado. 

Idoso de 75 anos foi preso em casa, pagou fiança e em seguida liberado.
25/09/2013 20h31 - Atualizado em 25/09/2013 20h42


Do G1 Centro-Oeste de Minas

Um idoso de 75 anos foi preso depois de ter ameaçado uma médica perita de morte, por receio de não conseguir o benefício de aposentadoria por invalidez d urante uma perícia de rotina na agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de Divinópolis. Segundo a gerente da agência, Aparecida Nunes Ferreira, ele já estava recebendo o benefício, mas houve uma denúncia de que ele estava trabalhando, por isso foi chamado novamente para outra análise. 

A médica contou à Polícia Federal que foi ameaçada pelo idoso dentro da sala de exames. No local tem uma placa que orienta que desacato é crime e a pena é detenção de seis meses a dois anos ou multa. "O beneficiário pensou que teria o benefício cortado, então ameaçou a médica de morte", contou o delegado federal Benício Cabral.

Ainda de acordo com o delegado, a ameaça é um tipo de crime ainda mais grave do que o desacato e a pena pode chegar a até quatro anos de prisão. " É preciso ter consciência do que se diz na hora da raiva, porque é importante pensar que cabem outros meios, como recorrer ao Judiciário, fazer outras perícias, até encontrar outras alternativas para mudar a situação, que por ventura a pessoa está discordando", ressaltou o delegado federal.

O INSS faz, em média, 100 perícias por dia. No local, desacatos já aconteceram, mas ameaça, foi a primeira vez. "O perito não dá benefício a ninguém, ele apenas analisa se a pessoa está apta a trabalhar ou não", ressaltou Aparecida.

O idoso foi interrogado, pagou fiança de um salário mínimo e m seguida liberado. Agora ele vai responder judicialmente. A agência do INSS irá ainda irá avaliar se haverá uma nova perícia ou não.

SEGREGAÇÃO NA PGR - "Ou é procurador da República ou é descamisado. Tem que separar as coisas"

Janot garante viagem em classe executiva a procuradores

Medida foi publicada no Diário Oficial da União na semana passada e diferencia os procuradores dos demais servidores do órgão

NOTÍCIAS CFM

PARECER CFM nº 24/13
INTERESSADO: Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP)
ASSUNTO: Pedido de reconsideração de perícias no INSS

RELATOR: Cons. José Albertino de Souza
EMENTA: Não é infração ética o fato de médico perito do INSS proceder um reexame de segurado, em Pedido de Reconsideração, mantendo ou reformando sua decisão anterior diante da apresentação de novos elementos, haja vista não subtrair a instância recursa
...
CONCLUSÃO
Diante do exposto, acato na íntegra o parecer da Câmara Técnica de Medicina Legal e Perícias Médicas e considero não ser antiético o fato de médico perito do INSS proceder um reexame de segurado, em Pedido de Reconsideração (PR), mantendo ou reformando sua decisão anterior diante da apresentação de novos elementos, haja vista não subtrair a instância recursal.

Este é o parecer, SMJ.
Brasília-DF, 18 de setembro de 2013
JOSÉ ALBERTINO DE SOUZA
Conselheiro relator

terça-feira, 24 de setembro de 2013

DIFICULDADE PARA BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE



Casal protesta contra suspensão de benefício em Guarujá
Ana Paula Puosso sofre de cardiopatia congênita e não acha o remédio que precisa

JARBAS SIMAS NA AUDIÊNCIA DO SENADO - TERIA "CERTEZA" DE QUE GARIBALDI, LINDOLFO E GABAS SERIAM "ALIADOS"

JARBAS SIMAS MUDA RAPIDAMENTE DE POSTURA E PREVÊ ENFRENTAMENTO BREVE. A CULPA SERIA DO "GOVERNO". POUPA CARLOS GABAS DE CRÍTICAS

Funcionou...


GESTÃO DE RISCO - UMA BRAVATA DA DIRSAT QUE CAIRÁ COMO UMA BOMBA NO COLO DO PRESIDENTE DO INSS

Em suas palestras o Diretor da DIRSAT, Dr.Sérgio Carneiro, tem frisado que não podemos e não devemos considerar o cidadão como "corrupto", que é um absurdo ele ter que provar sua doença, o que o tornaria cidadão de segunda classe em relação à outros países onde eles podem ficar até seis meses recebendo sem passar em perícia (citou a  Espanha como exemplo, claro, sempre eles) e disse que seu modelo prevê concessão automática de benefícios por um determinado período bastando apresentação de atestado. Diz que fraude tem em qualquer modelo e que existe "gestão de risco" justamente para verificar essa situação e que isso traria o cidadão como "partícipe ativo" na detecção da sua incapacidade.....

O que o diretor Carneiro não diz são três coisas:

1) Quem exige perícia não é o médico, é o Estado brasileiro. O perito é concursado para exercer uma função de estado. Ser submetido a uma perícia não é chamar a população de corrupta, é um mecanismo de coibir tentativas de fraudes ou detectá-las a tempo e, assim, garantir a segurança do dinheiro do trabalhador e o pacto de solidariedade previdenciária, as bases do sistema.

2) Os países que abdicam dessa verificação usual estão, como a Espanha, passando por situações como essas






3) Como não se preocupar com o risco se, no sistema atual que prevê perícias, já temos tanta corrupção e roubalheira? Se fossemos tão "carneirinhos" assim, porque gastar recursos com uma Força Tarefa Previdenciária? O Diretor Carneiro pretende abrir o sistema mesmo diante do quadro abaixo, fornecido pela Força Tarefa Previdenciária:


Com dados compilados até setembro/13, já somamos 335 operações com mais de 500 servidores presos e mais de 5 bilhões de reais em prejuízo apenas com essas grandes fraudes reveladas, ainda faltam as não reveladas e as fraudes miúdas, fora do foco de ação da Força Tarefa.

O INSS tem ou não tem motivos para exigir perícia de seus segurados? Quem vai assinar a gestão de risco de um INSS sem perícia?

Quem responderá junto ao TCU, CGU, MPF, Justiça Federal, se o INSS optar por um sistema de liberação de benefícios sem perícias, sabendo desse histórico acima? O DIRSAT? Nunca. Será o Presidente do INSS e o Ministro da Previdência em última análise. No dia que isso estourar, eles terão seu CPF travado para sempre enquanto o lindo discurso do DIRSAT vai estar já bem longe, talvez em algum órgão da OPAS, quem sabe? Joga a bomba e vai embora, clássico.

A solução para acabar com as filas de perícia é acabar com a perícia, essa tem sido a tônica da atual gestão. Não irão acabar e só vão conseguir atrasar indefinidamente uma solução definitiva para o problema.

Para saber mais:

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

PROGRAMA MENOS MÉDICOS - Novo Modelo - "Até porque o INSS não precisará daquele quadro de médicos problemáticos..."

PELA LÓGICA DOS FARMACÊUTICOS, MÉDICO PODE SER RESPONSÁVEL TÉCNICO DE FARMÁCIA.

"Entendemos mais de remédios que os médicos", afirma presunçosamente o presidente do CFF à Folha de SP para justificar a ridícula resolução que autoriza a "prescrição farmacêutica", já objeto de análise deste blog.

Ora, será que entendem mesmo? Depende. Se for da farmacodinâmica e de sua produção, com certeza. Da utilidade clínica e efeitos colaterais, nunca, pois para saber isso pressupõe saber fazer hipótese diagnóstica e propor terapêutica completa, que pode incluir ou não fármacos.

O que o CFF diz é que por entender de "remédios", podem prescrever. Então fica combinado que por médicos entenderem de "doenças", poderemos ser gerentes técnicos de farmácias, já que as pessoas que compram remédios via de regra sofrem de alguma doença.

Alô CFM, não responda a essa atitude do CFF com ação judicial. Responda com uma resolução do CFM autorizando os médicos a serem donos de farmácias e ser gerentes técnicos das mesmas.

Justiça ratifica que a incapacidade é o objeto de análise

BENEFÍCIO
Recebimento de auxílio-doença pressupõe que enfermidade seja incapacitante para o trabalho
Da Redação - 23/09/2013


O magistrado observou que a patologia apresentada pela parte autora não a incapacita para o regular exercício de suas atividades laborais. “Os argumentos contidos nas razões do presente recurso não lograram infirmar as conclusões daquele documento”, disse. Isso porque o laudo pericial informa que o próprio autor disse que tem atividades regulares, dirige o próprio carro, gere os próprios negócios e a própria vida e que não se sente afetado pelos medicamentos.

"A Roda já foi inventada" - Nuno Vieira

Peritos médicos têm que ser preparados para avaliar danos provocados por acidentes de trabalho

"...O professor já esteve várias vezes no Brasil participando de cursos para a formação de peritos médicos, em Belo Horizonte e São Paulo, assim como peritos brasileiros estiveram em Portugal para absorver a experiência europeia. Existem dois sistemas de avaliação e reparação de danos – além do europeu, há o americano, seguido pelo países anglo-saxões. Vieira acha que é uma perda de tempo e dinheiro inovar na criação de um terceiro ( a possibilidade do Brasil querer criar um). "A roda já foi inventada", disse. "O brasileiro é igual ao paraguaio, ao colombiano, ao italiano. O que muda são o meio ambiente, as atividades de cada um e a vida que cada um leva".



ALÔ MARIA MAENO!


21/09/2013 | N° 11796
SÃO FRANCISCO DE PAULA
Ex-prefeito vende atestados

São Francisco de Paula – O ex-prefeito Décio Colla (PT) foi denunciado em reportagem apresentada nesta sexta-feira no Jornal do Almoço, da RBS TV, pela venda de atestados médicos falsos para justificar ausências no trabalho. A reportagem foi feita pelo jornalista Guilherme Pulita, da Rádio Gaúcha Serra. Outro médico da cidade aparece efetuando a venda de atestados frios. No ano passado, Colla (foto) foi protagonista de declarações de grande repercussão. Ele acreditava que o mundo acabaria em dezembro devido a um grande terremoto, sucedido de um tsunami gigantesco, e aconselhou a população a estocar mantimentos.

Conforme a reportagem desta sexta-feira, foi a funcionária do setor administrativo de uma indústria de Três Coroas, no Vale do Paranhana, quem descobriu a fraude, que consistiria em trabalhadores de cidades vizinhas estarem comprando os atestados médicos falsos para justificar ausências. Durante dois meses, a reportagem investigou o esquema.

– No início, a gente falava: como é que os médicos de lá dão tanto atestados. Os médicos daqui não tinham tantos atestados. Tinha gente daqui indo consultar com os médicos lá. Iam e voltavam com atestados de 10, 12 dias, trabalhavam mais dois dias e apresentavam outro atestado – diz a funcionária no início da matéria.

Passando-se por um trabalhador de Gramado que precisaria fazer uma mudança e faltar ao trabalho, o repórter se identificou como Marcos Aurélio Fagundes na consulta com Colla e como Marcos Aurélio Barbizan com o outro médico, Ricardo Paiva Godinho. Esteve no consultório de ambos e comprou os atestados. Colla vendeu o atestado para dois dias por R$ 20 e Paiva Godinho, por R$ 50 para quatro dias.

Dias depois, a reportagem questionou os profissionais sobre a prática. Colla negou ter assinado o atestado, mesmo recebendo uma cópia. Conforme a reportagem, Paiva Godinho confirma o atestado e garante que o repórter passou por consulta. Ele disse que não comercializa atestados. O caso será investigado pela Polícia Civil e o Conselho Regional de Medicina (Cremers) vai instaurar sindicância. O presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, explica que, encontrados indícios de falta ética, será aberto processo ético-profissional que resultará em julgamento pelo conselho.

Dificuldades para Benefício por Incapacidade - 7 meses para discopatia vertebral seria "pouco". Segurada técnica de enfermagem segue inconformada.

Enfermeira de AL luta na Justiça para receber benefício saúde do INSS
Mulher que foi diagnosticada com problema que reduz capacidade do corpo. Apesar do diagnóstico, ela não consegue se manter afastada do trabalho.

23/09/2013 08h11 - Atualizado em 23/09/2013 08h11

Do G1 AL

A penitência em busca de justiça social vem tirando o sono da técnica de enfermagem, Valéria Maria Santos de Paula, que vive em Arapiraca . Diagnosticada em outubro de 2012 com hérnia de disco ferominal, problema que reduz a mobilidade do corpo e provoca fortes dores, ela busca na Justiça o direito de receber o benefício saúde dos meses que se manteve afastada do trabalho e o reconhecimento junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para continuar o tratamento médico longe do serviço. 

“Me sinto humilhada porque depois de tantos anos de trabalho adoeci e estou sendo tratada como uma estelionatária pelos médicos do INSS, que alegam que meu problema de saúde não afeta minha condição de trabalho. Perdi a força de uma das pernas, sinto dores e estou com os movimentos limitados; situação considerada como séria pelos médicos do trabalho que expõem que a volta a função que exerço pode resultar no agravamento da lesão”, relata Valéria Maria.

Afastada do trabalho temporariamente após passar por procedimentos invasivos por infiltração, Valéria Maria ficou sem salário e sem benefício. “Fui encaminhada para o INSS em dezembro de 2012, em 4 de julho deste ano, após uma nova perícia, cortaram o benefício de R$ 994 que nunca foi pago e exigiram a minha volta ao trabalho. Assim, entrei na Justiça para tentar receber o dinheiro que tenho direito e nunca recebi. Entrarei com outro processo exigindo uma nova avaliação médica”, conta, ao expôr que, sem salário e benefício, está vivendo com a ajuda do filho e de amigos. 

Quando a reportagem do G1 esteve na casa da técnica de enfermagem, ela estava sem receber salário e com 3 meses de contas atrasadas, entre aluguel, água, luz. Valéria Maria disse que estava recebendo doações dos amigos do trabalho para custear os medicamentos e até mesmo alimentação. No dia anterior, ao passar por nova triagem médica, ela teve novamente o benefício negado. 

“Além de tudo que está acontecendo comigo o mais absurdo é o tratamento dentro do INSS. São horas de esperas e avaliações mal feitas. Para se ter ideia, em um dos exames uma médica começou o procedimento e passou para outra. Nenhuma das duas se deram ao trabalho de olhar os exames que tenho e mal avaliaram minhas condições de saúde. Abri um processo também na Ouvidoria do INSS, mas também não recebi resposta”, completou.

A técnica de enfermagem trabalha em três unidades de saúde que ficam localizadas no Agreste e Sertão. Ela é funcionária de um hospital em Palmeira dos Índios e Santana do Ipanema , e funcionária pública da prefeitura de Igaci . Para se deslocar aos trabalhos diariamente, faz uso de veículos de transporte alternativo, o que implica em mais problemas na mobilidade.

INSS 
Ao falar com a reportagem do G1 o Chefe da Seção de Saúde do Trabalhador do INSS em Alagoas , Luiz Carlos Santana Marciel, tomou conhecimento do número de protocolo da beneficiária e disse que os médicos que avaliaram Maria Valéria constataram que ela se recuperou do problema de saúde e pode retornar ao trabalho. 

“No entanto, ela tem o direito de recorrer do resultado e solicitar uma nova avaliação médica. Algo que, segundo o protocolo, foi feito. E diante de novo exame o resultado foi ratificado pelo médico que considerou a mesma decisão anterior ao não constatar incapacidade para o trabalho. Quanto ao processo judicial, o INSS deverá aguardar a decisão para cumprir o que foi determinado”, disse Luiz Carlos Santana.

domingo, 22 de setembro de 2013

39 MÉDICOS COMEÇARAM A TRABALHAR - O GOVERNO GASTARÁ 511 MILHÕES DE REAIS, PAGOS ATÉ O FIM DO ANO DE 2013 - QUE IMPRESSIONANTE MAU USO DE DINHEIRO PÚBLICO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE! SÓ TEM O INSS DE CONCORRENTE MESMO...

Por O GLOBO
Mais Médicos começa quase sem atendimento

Apenas 39, de 681 formados no exterior, estão aptos ao trabalho


ANDRÉ DE SOUZA
Publicado:22/09/13 - 22h31
Atualizado:22/09/13 - 23h04

BRASÍLIA A maioria dos 681 profissionais formados no exterior que participam do Mais Médicos já está nas cidades onde vão trabalhar. Mas, até agora, 39 conseguiram registro profissional nos conselhos regionais de medicina (CRMs) e já podem atender. O restante espera o fim da queda de braço entre o governo e as entidades médicas. Segundo o Ministério da Saúde, outros 45 devem obter o registro profissional hoje.

Dos 39 que já podem atender, 27 são da Bahia e 12 do Ceará. Dos 45 que podem conseguir o registro hoje, há mais 20 do Ceará, 19 do Rio Grande do Sul e seis da Paraíba. Ao todo, o programa selecionou 681 médicos no exterior, dos quais 400 são cubanos, 116 brasileiros formados no exterior e 165 de outras nacionalidades. O começo das atividades estava previsto para hoje.

No Piauí, ontem, os três médicos que vão atuar no município de Esperantina foram recebidos com festa e ao som do hino nacional brasileiro e de “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso.

Pedro Luis Morales Gomez, Rafael De La Cruz Vazquez e Raul Everardo, médicos especialistas em medicina familiar, irão trabalhar na região do povoado Lagoa Seca e no centro municipal, que fica na zona urbana.

— Sabíamos que seríamos bem recebidos pelo povo brasileiro e do Piauí. Estamos aqui para ajudar a reverter indicadores de saúde ligados para a redução da mortalidade infantil e mortalidade materna — disse Gomez.

Por conta da falta de registros provisórios, os três não começam a trabalhar hoje. O conselho regional de Medicina diz que vai conceder os registros nos próximos dez dias. Até lá, eles vão conhecer os hospitais e serviços de saúde onde irão trabalhar, além dos hábitos da população e as doenças mais comuns em cada região. Esperantina está entre as nove cidades do Piauí que vão receber os médicos.

Os conselhos são contrários ao trabalho de médicos que não passaram pelo exame de revalidação, o Revalida. Os CRMs vêm exigindo que sejam informados os nomes dos tutores e supervisores que acompanharão o trabalho dos médicos.

Na última quinta-feira, o Conselho Federal de Medicina (CFM) encaminhou aos CRMs a recomendação de que concedam registro provisório. A decisão tem forte valor simbólico, mas não obriga os CRMs a segui-la, uma vez que eles têm autonomia. (*Especial para O GLOBO)

TEM ATÉ CONCURSO NACIONAL DE FRAUDE E O VENCEDOR É....

Maranhão é campeão de fraudes do INSS
Um levantamento realizado pela Polícia Federal aponta que o Maranhão é o primeiro estado do país em relação ao volume de processo investigativo de fraudes previdenciárias

PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA - FACTÓIDE PERFUMADO QUE TRANSFORMA O FARMACÊUTICO EM SUB-MÉDICO

A resolução do CFF que regulamenta a chamada "prescrição farmacêutica" é apenas mais um dos efeitos deletérios da luta de classes que se instalou na saúde, com outras profissões se colocando como operários em luta contra o patrão burguês médico. Nada mais falso pois o médico é tão explorado quanto qualquer outro trabalhador e o verdadeiro patrão aqui é o governo, que estimula maldosamente essa luta para conseguir profissionais mais baratos para atender à patuléia que mora em Pindorama, pois os que vivem no "Brazil", como os políticos, só se consultam com os melhores médicos, os mesmos a quem chamam de mercenários quando discursam para a plêiade populus.

Mas aqui, paradoxalmente,  é mais deletério para os farmacêuticos que para os médicos, pois só poderão prescrever medicações "sem necessidade de receita". Ou seja, mais do mesmo pois o cidadão já pode ir à farmácia e comprar anti-inflamatórios, que podem levar à insuficiência renal aguda e morte, podem comprar aspirinas, que à despeito de seu indiscutível benefício podem levar à hemorragias agudas e morte, podem comprar medicações diversas sem passar por um crivo de um médico.

Agora criou-se o teatro farmacêutico: A pessoa chega na farmácia e diz ao balconista que está com dor de cabeça. Subitamente cai do teto um farmacêutico com um bloco de papel, diagnostica "cefaléia" e "prescreve" um analgésico. De fato uma mudança de seis para meia dúzia do esquema atual, em que a própria pessoa já pega o remédio e paga ou pede dica ao balconista.

Vender remédio sem receita é uma excrescência da saúde brasileira fomentada por interesses financeiros e classistas. Ao invés de se fortalecerem como classe e formarem melhor o farmacêutico, dar ao farmacêutico participação ativa na condução de doenças crônicas, como replicar receitas médicas e fazer o controle básico de sinais vitais na população dentro de protocolos, desafogando as unidades de saúde e ampliando a ramificação de atendimento à saúde, o CFF opta pelo caminho da hipocrisia, da fantasia e do factóide. Ao invés de quererem ser farmacêuticos com "F" maíusculo, preferem ser pseudo-médicos com pseudo-prescrições. São gerentes de estoque, ao invés de agentes de saúde.

É por isso que nas faculdades de medicina continuaremos a cantar: "Ista, Ista, Ista, fazer farmácia é querer ser balconista".

Se eu fosse o CFM nem acionaria isso, mas como estamos em guerra fomentada pelo governo com certeza o CFM entrará na Justiça.

Por fim, apenas uma constatação: Quem procura um balconista para cuidar da sua saúde, merece uma prescrição de farmacêutico.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

SENADORA FALA SOBRE A GRAVIDADE DA SITUAÇÃO DA PERÍCIA MÉDICA

NOVO MODELO DE SÉRGIO CARNEIRO É PROSOPOPÉIA FLÁCIDA PARA ACALANTAR BOVINOS.


Um modelo incompleto, inseguro, restritor de direitos, confuso, incoerente, conflitante em si, vazio de conteúdo e sem a presença dos outros atores necessários ao seu funcionamento mas encapado com um belo discurso filosófico e bonito de estética. O novo modelo em discussão na DIRSAT-INSS parece mais um placebo perfumado e não resistiu ao mais simples crivo crítico dos servidores paulistanos.

Em um tour pelas cidades da Grande SP essa semana, o diretor de saúde do trabalhador do INSS, Dr. Sérgio Carneiro, se esforçou para tentar convencer os peritos e assistentes sociais da importância do novo modelo pericial que vem construindo nos últimos meses. Anteontem foi a vez da capital paulista receber o ilustre servidor para sua palestra.

Resumidamente a proposta do Dr. Carneiro é calcada nos seguintes pilares:

1) Concessão automática de benefícios de curta duração através de ação meramente administrativa.
2) Interposição da perícia médica nos casos de benefícios mais longos.
3) Atuação precoce da reabilitação profissional e das chamadas "equipes multiprofissionais"
4) Requalificar o trabalhador e reinseri-lo no mercado de trabalho.

É assim que o Dr. Carneiro acha que irá resolver o problema da demanda por auxílio-doença no INSS.

Sua palestra já começa errada no título: "Modelo de avaliação da CAPACIDADE laborativa". Não é missão institucional do INSS avaliar "CAPACIDADE" laborativa, essa é a missão precípua do Ministério da Educação na parte da formação e instrução e do Ministério do Trabalho na parte da qualificação, regulação, fiscalização, autuação e requalificação, bem como faz parte dessa cadeia o Sistema "S" (SESI/SESC/SEBRAE), médicos do trabalho, CEREST, etc . Nessa cadeia do labor no Brasil também entram órgãos instrucionais como a Fundacentro, o Ministério da Saúde no âmbito da prevenção, tratamento e reabilitação da saúde do trabalhador e os Ministérios das áreas comerciais como Agricultura, Indústria e Comércio, etc.

Ao INSS cabe a parte do amparo ao trabalhador no seu crepúsculo através das aposentadorias regulares ou em caso de acidente/doença no meio do caminho (benefícios por incapacidade) e alguns outros benefícios temporários. Porém o Estado Brasileiro é omisso nessa cadeia de co-responsabilização pois o Ministério do Trabalho não regula nada, não fiscaliza nada, o MEC é omisso, o MS-SUS é de uma incompetência ímpar, a Fundacentro é apenas um prédio bonito na Rua Capote Valente-SP, CEREST só emite atestado e CAT e a única peça que funciona nesse ciclo de omissões é justamente o INSS. Em resumo, o trabalhador é jogado aos leões e quando se estrepa acaba sendo resgatado pela autarquia previdenciária, que sem ter para onde correr acabou montando às suas expensas um serviço de reabilitação profissional que não deveria estar no INSS e sim no Ministério do Trabalho, MEC e Sistema "S".

Mas não é por ser a única peça que funciona que agora o INSS tem que assumir para si funções que não são suas, até porque a autarquia não sabe como exercê-las e acabará deixando de fazer o que já faz, mal e porcamente mas faz, e passará a ser concorrente na qualificação do trabalhador deixando sua missão institucional de lado. Ao propor isso, Carneiro confunde as atuações dos órgãos e não traz uma solução efetiva para o debate, pois sequer equipes estruturadas para esse fim o INSS possui, e nem possuirá, seria necessária a contratação de pelo menos 25.000 servidores entre paramédicos e técnicos para botar esse plano em ação.

Outro erro conceitual de Carneiro se diz ao binômio capacidade-incapacidade. O INSS avalia, por força de Lei Federal, a incapacidade laborativa por DOENÇA. Incapacidades de cunho social, econômica, emocional, técnica, biopsicosocial, não são consideradas na Lei. Além disso, ter CAPACIDADE de trabalhar não é antônimo de incapacidade. Ter capacidade significa, além do bem estar físico e mental, ter tido alguma formação, algum treinamento, prática, expertise em determinada função. Exemplo: Eu não estou incapaz por doença para trabalhar como eletricista, mas também não sou CAPAZ de trabalhar como eletricista pois não domino a técnica e nem fui instruído.

Existe um hiato entre a incapacidade e a capacidade e esse hiato se chama formação educacional. Logo, ao se propor a reabilitar um trabalhador, o INSS tem que se propor a formá-lo em uma outra profissão, dar uma nova QUALIFICAÇÃO. Reabilitar é qualificar. O INSS não tem dinheiro nem estrutura para isso até porque a maioria dos segurados sequer profissão tem, são ocupadores de cargos braçais. A única maneira de fazer um segurado sequelado ou com qualquer outra incapacidade por doença voltar ao mercado de trabalho é qualificá-lo profissionalmente. Logo, a reabilitação profissional, um dos pilares do projeto, depende de instrumentos e recursos humanos que o INSS não dispõe e não disporá. Reabilitar é muito mais que fornecer órteses ou mediar junto ao RH da empresa um reposicionamento do segurado em outro setor.

Carneiro fala em políticas de CAPACITAÇÃO do trabalhador dentro do setor que avalia a INCAPACIDADE por DOENÇA (perícia médica). Carneiro fala em reconhecer incapacidade de maneira geral, sendo que a Lei só abarca a incapacidade por doença. Ou Carneiro muda a Lei ou muda de cargo pois esse discurso é incompatível com a posição que ocupa.  Desde sempre criticamos o nome de Diretoria de Saúde do Trabalhador, nome cutista imposto ao que seria a Diretoria de Perícia Médica. Aqui não se avalia Saúde, se avalia incapacidade por doença, é o que a Lei manda, e não o que queremos.

Os erros conceituais continuam ao tentar replicar no INSS a luta de classes existente hoje na área da Saúde que opõe médicos a paramédicos, estes últimos com discurso social, "humanitário", de desconstrução da medicina e do sequestro das prerrogativas médicas sob o manto do multiprofissionalismo quando na prática o objetivo é meramente financeiro e social ao almejar um status classista melhor. Dai vem o discurso de que "procedimentos simples" podem ser feitos por paramédicos (em resumo, procedimentos com baixo risco de dano ao paciente), de que o paramédico também pode "diagnosticar e propor terapêutica" (tentativa clara de controle da veia mestra da medicina para desconstruí-la) e agora de que "benefícios simples podem ser feitos por paramédicos". Além disso ataca a perícia médica como classe ao dizer que o modelo está esgotado e por isso não funciona.

Tal qual o SUS, não é de esgotamento que sofre o modelo. O modelo sofre de SUCATEAMENTO, MÀ GESTÃO e BOICOTE INTERNO. Por isso não funciona. Não se esgota aquilo que não foi explorado até o fim. O que vemos na carreira pericial é um boicote e um sucateamento ímpar que já causou quase 2 mil exonerações em menos de 3 anos. Fora a péssima infra-estrutura e a desordem de fluxo interno vigentes em 99% das APS.

Mais erros conceituais ao tentar definir a decisão sobre a incapacidade por doença como algo terrível, dificultoso ao extremo, quase uma tragédia, que não "pode ser carregada nas costas por um servidor só". Ora, colega, médicos estão acostumados a decisões muito mais difíceis e trabalhosas todos os dias, como a hora de entubar um doente, a hora de abrir a barriga de um paciente, a hora de iniciar uma quimioterapia, injetar sedativos poderosos em uma pessoa, como lembrou nosso colega Heltron. Como que a avaliação de incapacidade não pode ser feita somente pelos médicos?

Se um dia a lei mudar e o Estado passar a considerar incapacidade como multifatorial (social, econômico, emocional, psicológica, biopsicopseudosocial, doença, técnica) então concordarei que a avaliação terá que ser multiprofissional. Mas enquanto a avaliação for apenas por doença, sinto muito aos paramédicos, mas quem está habilitado a diagnosticar e propor condutas é o médico.

Por fim, o modelo em si: Já objeto de críticas neste blog, ele não conseguiu responder a perguntas básicas:

1) Se houver um derrame de laudos falsos, inclusive aqueles bizarros como câncer de ovário em homem ou cãncer de próstata em mulheres, quem vai devolver o dinheiro perdido e responder a PAD? O administrativo que cadastrou e que não é obrigado a ter conhecimento técnico? O chefe da APS? o SST? A DIRSAT? O presidente do INSS?

2) Se a equipe multiprofissional é tão importante assim e se a perícia é um fardo tão grande para o médico, porque que no Ax1, ou seja, após a concessão automática prévia, no momento mais difícil que é a entrada ou não do cidadão no sistema, o modelo dele prevê apenas perícia médica? Por que não coloca logo a equipe multiprofissional de cara no Ax1?

3) Se o objetivo é a reabilitação precoce, porque a equipe de reabilitação está no fim do organograma e não no início?

4) Como que seria a avaliação multiprofissional? Como seria a decisão final? Seria no par ou ímpar? Palitinho? Média ponderada? Joga pro alto o que cair primeiro? Soma simples? "Escolha a Carta"? Seriam várias votações até chegar num consenso, como se fosse um conclave?

5) E a parte em que os outros órgãos são envolvidos, eles estão sabendo disso?

6) Colocando mais pessoas em um processo decisório mais subjetivo, não vai lentificar ainda mais o processo?

Como se vê, tratam-se de sérias e complexas questões. Dr. Sérgio ficou quase 7 anos no MPOG e foi incapaz de conseguir algo simples, que seria os exames periódicos nos servidores federais. Como conseguirá então algo tão complexo? Enfim, a palestra do Dr. Sérgio Carneiro deixou várias dúvidas mas apenas uma certeza: Jamais dará certo. 

Para saber mais:

AUDIÊNCIA NO SENADO - TV SENADO

AUDIÊNCIA NA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS SOBRE PERÍCIAS MÉDICAS DO INSS

CARNEIRO SE APRESENTA COMO TELEGUIADO DA CUT E SEGUE À RISCA AS ORIENTAÇÕES DAS CENTRAIS


POSIÇÃO DAS CENTRAIS SINDICAIS EM RELAÇÃO À PROPOSTA DE 
“MODELO AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE LABORATIVA E DO NEXO 
CAUSAL” CONSULTA PÚBLICA DA DIRSAT DO INSS 

DIFICULDADE PARA BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE



Requerimento de auxílio-doença fica parado no Poder Judiciário

20/09/2013

Incapacitada de trabalhar, a manicure Ana Beatriz Paiva aguarda, há dois anos, o auxílio-doença na Justiça 

Sandro Neves

Trabalhadores que estão incapacitados de trabalhar e com o requerimento de auxílio-doença parado no Poder Judiciário denunciam à redação do JORNAL DE UBERABA a falta de critério de alguns peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a morosidade da Justiça em deferir os processos.

A manicure Ana Beatriz Paiva, há dois anos, aguarda na Justiça o auxílio-doença. Ela contou que está com problemas psicológicos e trombose nas duas pernas, sem condições de trabalhar. “Tenho que comprar os medicamentos Marevan e Estram. Estou sem receber há um ano e não tenho condições de trabalhar. Os meus remédios ficam em torno de R$ 350,00 por mês. Trabalhei, fui contribuinte no INSS, pago impostos e agora não consigo o auxílio-doença. Isso é uma falta de respeito com o trabalhador”, desabafou.

J.M.C.P. trabalhava como governanta e entrou com processo na Justiça em 2011. Ela já realizou seis perícias no INSS e duas na Justiça Federal, mas foi mal atendida pelo perito. “Estou com fascite plantar, compressão na medula, fibromialgia, tendinite no ombro e nas mãos. O médico (perito) me fez andar com os calcanhares como avaliação, eu estava com muita dor e tive dificuldades, mas, mesmo assim, o processo está parado na Justiça Federal. Não estou recebendo e tenho que comprar a medicação Citalopran-20 miligramas, Trebiquital-75 miligramas, Tramadol-50 miligramas, tendo um gasto de R$ 300,00 mensal”, descreveu.

O ex-mototaxista J.V.S., 55 anos, há três anos, tenta conseguir no Poder Judiciário o auxílio-doença, pois está com tendinite, problema de coluna e afastado do trabalho. “Tenho oito laudos, mas os médicos do INSS não verificam direito os exames. Conclamo as autoridades e políticos para nos ajudar, pois, na Justiça, os médicos atendem as pessoas da forma incorreta. O meu problema é crônico, estou sem receber do INSS, tenho que fechar uma microempresa e não tenho o valor, que é de R$ 1 mil. Somente com os remédios da minha esposa, gasto R$ 300,00 e os do meu tratamento ficam em R$ 180,00 mensal”, desabafou. 

M.F.M. está aguardando há cinco meses o benefício, pois sofre com hérnia de disco, tendinite e fibromialgia. Ela denuncia a falta de critérios de alguns peritos do INSS, que negam o benefício e sequer olham a documentação do segurado. “Há muita falta de respeito e sensibilidade e os segurados da Previdência Social são tratados até de forma irônica no momento dos exames, o que tem gerado indignação generalizada. Com o tratamento medicamentoso, adquiri gastrite, tenho um gasto mensal de R$ 500,00 com consultas médicas e R$ 300,00 com os remédios. Contudo, estou esperando a boa vontade da Justiça”, finalizou.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

PADILHA E SEU FRACASSO RETUMBANTE

Após dois meses do factóide patrocinado às nossas custas, vamos ao saldo parcial do Mais Médicos:


Sem mais, meritíssimo.

SOBRE A AUDIÊNCIA PÚBLICA NO SENADO

Categoria quer reestruturação da carreira no novo modelo de perícia médica

Em audiência pública realizada nesta quinta-feira (19) na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) para discutir a situação da perícia médica, representantes da categoria pediram reestruturação da carreira, melhores salários e condições de trabalho. Eles manifestaram contrariedade ao novo modelo de perícia médica a ser lançado pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INSS), especialmente, no que se refere às atribuições do perito médico. O debate foi requerido pelos senadores Ana Amélia (PP-RS) e Paulo Paim (PT-RS).

Segundo o novo modelo, explicou o representante do INSS, Sérgio Antonio Martins Carneiro, as perícias médicas simples não serão feitas por perito, mas pelo médico que acompanha o paciente – o chamado médico assistente. Os laudos serão encaminhados para auditoria e concessão de benefício para períodos de 30 a 120 dias. O novo sistema, ressaltou, tem o objetivo de conhecer os segurados e verificar se o benefício é necessário.

Sérgio Carneiro disse que o perito médico é um profissional qualificado e não precisa estar presente em situações na qual uma equipe multiprofissional tem condições de dar o parecer. Ele afirmou que o Ministério da Previdência defende a reestruturação da carreira de perito e não é favorável às terceirizações no setor.

O representante do INSS disse que os peritos estão sendo pressionados e responsabilizados pelos segurados em razão de questões sociais, como desemprego. Ele informou que são realizadas 7 milhões de perícias por ano, há 30 milhões de segurados que recebem benefícios diversos, o que exige um montante de R$ 308 bilhões para custeá-los. Carneiro observou que o crescimento do número de trabalhadores regularizados resultou em aumento dos pedidos de benefícios. Tendo direito a benefícios previdenciários, ressaltou, as pessoas passam a exigi-los.

Reestruturação da carreira

O presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP), Jarbas Simas, disse que o novo modelo deve incluir a reestruturação da carreira e valorização dos profissionais. Em sua opinião, o modelo proposto pode eliminar as filas no atendimento, no entanto, não vai resolver o problema na área de perícia médica.

Para Simas, deve haver mudança estrutural na Previdência para que haja interlocução com os Ministérios da Saúde e do Trabalho e Emprego. Em sua opinião, o Ministério da Saúde deve cumprir sua função constitucional de oferecer saúde de qualidade aos trabalhadores e o Ministério do Trabalho e Emprego precisa fiscalizar e verificar se as empresas estão dando boas condições de trabalho aos seus empregados.

Crise

A crise que atinge à perícia médica é muito parecida com a que afeta a área da saúde em geral, ressaltou o presidente da Federação Nacional dos Médicos, Geraldo Ferreira Filho. Em sua visão, a falta de estruturação da carreira gera precarização dos recursos humanos. Também para ele, é preciso haver fiscalização mais efetiva do Ministério do Trabalho nas empresas para detectar os aspectos do ambiente de trabalho que interferem na saúde do trabalhador.

As más condições de trabalho enfrentadas pelos peritos têm se refletido no número de pedido de exonerações e de aposentadorias, observou a vice-presidente da Associação Gaúcha dos Médicos Peritos, Clarissa Bassin, que também representou na audiência o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul. Desde janeiro de 2010, informou, 1980 servidores pediram exoneração desse cargo público federal. Ela afirmou que os peritos médicos têm sido “acuados, hostilizados e publicamente demonizados” tanto pela sociedade como pela instituição, que não torna públicos os problemas por que passa a categoria.

A situação de conflito, na avaliação da subprocuradora-geral da República e representante do Ministério Público Federal, Darcy Santana Vitobello, piora nos momentos de crise econômica, em que o seguro por incapacidade ao trabalho passa a cumprir o papel de seguro desemprego.

A subprocuradora informou que mais de 50% dos benefícios concedidos são por incapacidade laboral, o que depende de perícia. Em sua avaliação, é preciso reestruturar a carreira, oferecer segurança ao trabalho dos peritos, mas humanizar e simplificar o atendimento ao segurado.

Ao mesmo tempo em que esses profissionais da saúde sofrem uma desumanização no trabalho, observou o representante da Nova Central Sindical dos Trabalhadores, José Reginaldo Inácio, os segurados ficam numa situação indefinida, uma vez que não estão aptos ao trabalho, nem podem renovar o benefício.

O novo modelo de perícia médica, disse o representante do Conselho Nacional de Previdência Social, Rogério Nagamine Costanzi, está sendo discutido com respeito ao diálogo social e à implementação de políticas públicas.

Na opinião do presidente da CAS, senador Waldemir Moka (PMDB-MS), o problema as saúde resume-se ao subfinanciamento do setor. O país adotou um sistema de atendimento universal à saúde da população sem investir recursos necessários para assegurar esse direito. O senador Osvaldo Sobrinho (PTB-MT) disse lamentar que a “arrecadação exorbitante” de impostos não resulte em investimentos que beneficiem o cidadão.

http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2013/09/19/categoria-quer-reestruturacao-da-carreira-no-novo-modelo-de-pericia-medica/tablet

FALTA DE PERITOS

INSS cumpre Ação Civil do MPF

A Ação Civil Pública impetrada pelo juiz Federal Substituto da 2ª Vara do Ministério Público Federal, Wagmar Roberto Silvia, que condenou a Agência Nacional de Seguro Social (INSS) a conceder provisoriamente o benefício previdenciário ou prestação assistencial continuada de perícia médica por requerimento administrativo, cuja ação esteja pendente de realização há mais de 30 dias, vem desafogando a demanda na região central do Estado, mesmo diante de alguns entraves constatados pelo INSS, como falta de informações relativas ao paciente. Outro agravante apontado, diz respeito ao sistema de agendamento.

A dona de casa Laudiceia de Souza, de 57 anos, mora em Costa Marques distante 300 quilômetros de Ji-Paraná, seu agendamento se deu no dia 20 de abril para realização de uma perícia médica no INSS, devido uma Cifose torácica – aumento da curvatura da coluna. Quase cinco meses depois ela conseguiu ser atendida pela agência de Ji-Paraná.

“É lamentável sermos submetidos a tamanho constrangimento, para termos um documento que vai assegurar o nosso direito. Do agendamento que fiz em abril, para ser atendida no dia 17 de setembro, só hoje consegui, depois de tantas idas e vindas ser atendida, isso é vergonhoso e desumano, percorri mais de 300 quilômetros, e ainda sou obrigada a passar por isso”, lamentou Laudiceia.

Segurados do INSS questionam a falta de médicos peritos na unidade de Ji-Paraná, que funciona desde maio em um prédio alugado devido, a reforma da antiga estrutura no centro da cidade. As reclamações podem estar associadas a crescente demanda na agência entre 280 a 350 atendimentos por dia em cinco municípios na região central, e afastamento de um médico por problemas de saúde. Outro foi credenciado em seu lugar, e mais médicos peritos estão em treinamento para dar suporte nos próximos dias.

Ao contrário do que se esperava o motaxista Adércio Tomaz, de 57 anos, que no mês de agosto sofreu um acidente envolvendo uma moto e um caminhão, resultando na amputação de um braço e fraturas no fêmur e teve um braço amputado, o agendamento foi mais rápido, assim como a perícia.

“Fiquei até surpreso. O agendamento foi muito rápido e bom por sinal, em média 15 dias foi o tempo que esperei. Já tinha vindo aqui há uns dias atrás, trouxe minha documentação e hoje mesmo já passei pela perícia médica. Não sei se tive sorte, mas graças a Deus já está tudo encaminhado”, agradeceu Adércio.

No anseio de dar maior celeridade aos procedimentos o INSS em Rondônia acatou a ação do Ministério Público Federal para pedidos administrativos, tanto que um anexo da ação está disponível aos segurados na agência de Ji-Paraná.

ENTRAVE

O problema está no pedido que deve ser acompanhado com toda a documentação correspondente à qualidade do segurado, bem como atestados, exames e laudos médicos, da rede pública ou particular, que apontem a incapacidade temporária ou permanente e total ou parcial de paciente, continuar exercendo sua atividade econômica, ou outros documentos técnicos que motivem a realização da perícia no INSS, com vista a conceder o pagamento do benefício no prazo máximo de 45 dias.

“As pessoas que nos procuram hoje para requer o auxílio doença, ela pode vir aqui na agência da Previdência Social fazer o atendimento, e habilitar o processo administrativo, aí sim vai sair o benefício para 60 dias, se o atestado for superior, vamos conceder o benefício e pedir que ela peça a prorrogação do prazo”, Aparecida Melo, gerente do INSS.

WILSON NEVES
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