sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Falta de Peritos

Unidade do INSS em cidade de MT não tem médico perito há mais de ano
Por conta da falta de peritos, agência de cidade vizinha está superlotada. MPF já instaurou inquérito para apurar o caso.
06/09/2013 13h09 - Atualizado em 06/09/2013 13h09

Do G1 MT

A falta de peritos do Ministério da Previdência Social no município de Alta Araguaia, a 426 quilômetros de Cuiabá, tem lotado o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), de Rondonópolis , a 218 km da capital. De acordo com a unidade, há quase dois anos a agência está sem profissionais para atender várias cidades do Vale do Araguaia.

A assessoria de imprensa do INSS informou que a instituição analisa a possibilidade de credenciar médicos onde houver falta de profissionais para a realização de perícias, que deveriam ser treinados para que isso ocorra.

Uma das penalizadas com a situação, a dona de casa Maria de Lourdes reclamou que é obrigada a viver de doações de parentes e amigos porque há um ano depois de perder a visão em um acidente teve que parar de trabalhar. “Eu tento obter o auxílio-doença, mas até agora não tive o resultado”, disse.

Lourdes contou que tem ido a Mineiros (GO), porque em Alta Araguaia, onde deveria ser atendida não há médico perito há um ano e meio. Ao invés de andar cinco quilômetros, precisa percorrer 90.

O Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito para investigar o caso e identificou que a maior parte dos atendimentos que deveria ser feito em Alta Araguaia está sendo realizada em Rondonópolis. Na agência do município, a situação também é preocupante, já que pessoas de 18 municípios da região sul do estado procuram atendimento.

Conforme um levantamento realizado pelo MPF, 50% dos atendimentos que são feitos nessa agência são para perícias médicas. De acordo com a gerência de Rondonópolis, 25% dos atendimentos são para moradores de outros municípios. Em média 300 pessoas passam pela unidade todos os dias, o que significa que uma consulta médica que demorava em torno de sete dias passa a ser realizada em dois meses.

Para o gerente executivo do INSS, Eduardo Luiz da Silva, em Mato Grosso a única saída para resolver esse problema é através de concurso público. “Para isso, precisamos da autorização do Ministério Público de Planejamento. Sem isso, a gente não tem nenhuma previsão para Alta Araguaia”, afirmou.

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