sexta-feira, 20 de setembro de 2013

DIFICULDADE PARA BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE



Requerimento de auxílio-doença fica parado no Poder Judiciário

20/09/2013

Incapacitada de trabalhar, a manicure Ana Beatriz Paiva aguarda, há dois anos, o auxílio-doença na Justiça 

Sandro Neves

Trabalhadores que estão incapacitados de trabalhar e com o requerimento de auxílio-doença parado no Poder Judiciário denunciam à redação do JORNAL DE UBERABA a falta de critério de alguns peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a morosidade da Justiça em deferir os processos.

A manicure Ana Beatriz Paiva, há dois anos, aguarda na Justiça o auxílio-doença. Ela contou que está com problemas psicológicos e trombose nas duas pernas, sem condições de trabalhar. “Tenho que comprar os medicamentos Marevan e Estram. Estou sem receber há um ano e não tenho condições de trabalhar. Os meus remédios ficam em torno de R$ 350,00 por mês. Trabalhei, fui contribuinte no INSS, pago impostos e agora não consigo o auxílio-doença. Isso é uma falta de respeito com o trabalhador”, desabafou.

J.M.C.P. trabalhava como governanta e entrou com processo na Justiça em 2011. Ela já realizou seis perícias no INSS e duas na Justiça Federal, mas foi mal atendida pelo perito. “Estou com fascite plantar, compressão na medula, fibromialgia, tendinite no ombro e nas mãos. O médico (perito) me fez andar com os calcanhares como avaliação, eu estava com muita dor e tive dificuldades, mas, mesmo assim, o processo está parado na Justiça Federal. Não estou recebendo e tenho que comprar a medicação Citalopran-20 miligramas, Trebiquital-75 miligramas, Tramadol-50 miligramas, tendo um gasto de R$ 300,00 mensal”, descreveu.

O ex-mototaxista J.V.S., 55 anos, há três anos, tenta conseguir no Poder Judiciário o auxílio-doença, pois está com tendinite, problema de coluna e afastado do trabalho. “Tenho oito laudos, mas os médicos do INSS não verificam direito os exames. Conclamo as autoridades e políticos para nos ajudar, pois, na Justiça, os médicos atendem as pessoas da forma incorreta. O meu problema é crônico, estou sem receber do INSS, tenho que fechar uma microempresa e não tenho o valor, que é de R$ 1 mil. Somente com os remédios da minha esposa, gasto R$ 300,00 e os do meu tratamento ficam em R$ 180,00 mensal”, desabafou. 

M.F.M. está aguardando há cinco meses o benefício, pois sofre com hérnia de disco, tendinite e fibromialgia. Ela denuncia a falta de critérios de alguns peritos do INSS, que negam o benefício e sequer olham a documentação do segurado. “Há muita falta de respeito e sensibilidade e os segurados da Previdência Social são tratados até de forma irônica no momento dos exames, o que tem gerado indignação generalizada. Com o tratamento medicamentoso, adquiri gastrite, tenho um gasto mensal de R$ 500,00 com consultas médicas e R$ 300,00 com os remédios. Contudo, estou esperando a boa vontade da Justiça”, finalizou.

Nenhum comentário: