segunda-feira, 4 de junho de 2012

REVISTA VEJA


Servidores federais ameaçam decretar greve geral

Marcha em Brasília pretende reunir mais de 30 entidades para pedir reajuste. Assembleia deve marcar para 11 de junho início de paralisação nacional
Gabriel Castro

Sindicatos de servidores federais devem aprovar nesta terça-feira a decisão de iniciar uma greve geral a partir de 11 de junho. O tema será objeto de deliberação de assembleia logo após uma marcha com a participação de mais de 30 entidades de classe, em Brasília, para cobrar do governo um reajuste salarial de ao menos 22,08%.

O percentual representa a correção da inflação acrescida do percentual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) retroativos a 2010. O Executivo tem afirmado que não concederá qualquer aumento geral neste ano, negociando apenas casos em que haja "distorções". Os funcionários já afirmaram aceitar apenas a reposição da inflação no período (14,5%). A diferença para os 22,08% pretendidos seria, então, usada para corrigir as tais distorções citadas pelo governo.

A pauta de reivindicações do movimento unificado tem ainda outros seis itens - entre eles, o estabelecimento de uma data-base para o reajuste e a incorporação de gratificações ao salário. A marcha tem início às 9h, e a expectativa é que mais de 10.000 pessoas compareçam. Às 15h, os servidores devem referendar, em assembleia, a decisão de iniciar a greve em 11 de junho. Os sindicalistas esperam ainda ser recebidos pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior. 

Boa parte da força do movimento grevista vem de professores das universidades federais.Docentes de 49 entidades já estão de braços cruzados, exigindo maiores salários e melhorias na estrutura dos campi. Funcionários das instituições de ensino também devem suspender as atividades no âmbito nacional. Além dos professores, outras categorias estão mais propensas a cruzar os braços, inclusive os funcionários do Judiciário e dos ministérios.

Se for concretizada, essa pode ser a primeira greve geral dos servidores federais desde 2003, quando os funcionários públicos protestavam contra a reforma da previdência anunciada pelo governo Lula. "Todas as vezes em que nós desencadeamos ações conjuntas, conseguimos dobrar o governo", diz a presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Marina Barbosa.

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