quinta-feira, 27 de junho de 2013

DIFICULDADE PARA BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE

Motorista doente liberado novamente para trabalhar
Publicado em 27/06/2013

Carlos Emir
desolação. Mais uma vez o motorista Ricardo Nunes

"Não sei o que será da minha vida. Só um cego pra não ver que não tenho condições de trabalhar. Mais uma vez o médico perito do INSS indeferiu meu pedido de auxílio doença. Como pode? O desabafo é do motrista Ricardo Nunes Nogueira, 56 anos, que tem mais de 180 quilos, obesidade mórbida e acaba de ter o benefício indeferido por perito da agência do INSS em Campos. "Antes, como o perito do INSS disse no laudo que não tenho impedimento para trabalhar, retornei à empresa, que percebendo meu estado, me encaminhou ao médico da medicina do trabalho. No Centro de Medicina Ocupacional, o laudo consta que, por eu estar em tratamento da hipertensão arterial severa, estou inapto ao trabalho".

Ricardo foi encaminhado pelo médico do Trabalho para avaliação médica do INSS. Em outubro de 2010 obteve 30 dias de benefício. Em nova perícia no ano passado, o órgão usou do mesmo expediente: o perito negou o benefício alegando que não havia impedimento para que ele pudesse trabalhar. 

Órgão evita falar com a imprensa

O dilema enfrentado pelo motorista só não é maior por causa do apoio que tem dos amigos, que ajudam com o que podem para que ele não fique sem alimentos em casa e tenha como pagar outras despesas, como contas de água e de luz. "O que será da minha vida agora, depois de tantos anos dedicados à minha profissão?, indagou Ricardo, numa referência aos anos trabalhados na antiga TV Norte Fluminense e outras empresas de comunicação. A reportagem do jornal O Diário, a exemplo de um mês atrás, voltou a procurar a chefe do serviço em Campos, médica Suzane Ferreira, para ela explicar como o motorista Ricardo, nas condições em que se encontra, foi liberado para trabalhar, mas a informação foi a de que ela não poderia falar sobre o assunto. A unidade orientou à reportagem que procurasse a direção do órgão no Rio de Janeiro, o que foi feito, mas ninguém no órgão atendeu às insistentes tentativas por telefone de se obter uma justificativa.

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