quarta-feira, 17 de abril de 2013

CRISE NA PFE - LAVAGEM DE ROUPA SUJA COLOCA PROCURADOR-CHEFE EM "XEQUE".

Um verdadeiro bafafá marcou há cerca de duas semanas uma tensa reunião entre procuradores federais ligados à PFE-INSS e o seu chefe, Alessandro Stefanutto.

Uma fonte exclusiva repassou a este blog diálogos desse barraco de alto nível envolvendo de um lado o chefe da PFE e de outro um grupo de procuradores revoltados.

Cansados de carregarem o piano enquanto colegas amigos do procurador-chefe ficavam na sombra, até dando aulas em algumas faculdades, alguns procuradores simplesmente fizeram uma "lavagem de roupa suja" com o chefe presente. Alguns termos usados para qualificar o chefe foram tão ofensivos que não podem ser reproduzidos neste blog.

Equipe de procuradores do dr. Stefanutto se dirigiram ao seu gabinete para revelarem a insatisfação com o gestor. O bate boca foi tão grande que as secretárias do lado de fora ficaram com medo e assustadas. Foram feitas queixas contundentes da falta de trabalho do chefe, da falta de gestão, até mesmo dele supostamente faltar com a verdade para com seus pares, que eles estavam sempre desinformados, muita gritaria que inclusive atrapalhou o áudio da discussão.

As qualidades de gestor e líder do atual chefe da PFE foram postas publicamente em dúvida de uma forma nada educada. Consta que o Procurador-Chefe teve uma reação virulenta e ligou a "metralhadora" atingindo até mesmo pessoas de outro setor, citando que "vocês (procuradores) reclamam de mim mas quem foi exonerado foi a DIRSAT" e "eu ainda mando aqui". Disse que conhece a "tigrada" (forma como se referiu aos subordinados), que era homem forte do presidente Lindolfo e candidato em campanha para a PGF.

Ficou público na reunião as supostas ambições e manobras do atual chefe para ocupar um cargo superior, o de chefe da PGF, atualmente ocupado pelo colega Marcelo Siqueira. Só não ficamos sabendo se o procurador Siqueira está sabendo disso.

Os procuradores, inclusive com funções, ameaçaram deixar os cargos se o chefe nao mudasse de postura. Na gravação dá para ouvir um procurador acusar Stefanutto de chegar quase ao meio-dia, levar 3h de almoço, só falar de coisas midiáticas como a Lei Maria da Penha, uma gritaria de alto nível. Até a suposta cara de sono do chefe foi citada...

O barraco não acabou bem, com acusações mútuas sobre a ética e sinceridade de ambos os lados.

Está claro que a PFE passa por uma profunda crise. Enquanto na gestão Hauschild ela se concentrou em ações meramente midiáticas como as ações regressivas e Lei Maria da Penha, o INSS perdeu sucessivamente dezenas de ações importantes na Justiça. Sob o atual presidente Lindolfo, o modus operandi não mudou, vide a própria PFE ter sido flagrada envolvida diretamente nos planos para a retirada do turno estendido e pelo credenciamento de peritos.

Engessados, os procuradores locais não possuem a devida autonomia para exercerem a defesa da instituição. A inoperância da procuradoria e o caos na gestão em Brasília percebidas por um grupo de advogados públicos levaram-nos à deflagrar a  crise relatada a este blog. Publicamos esses dias que a AGU vem perdendo sistematicamente todas as ACP.

Parece que na PFE também existe o dilema que os peritos enfrentam: uma parte carrega o piano e outra vive na sombra, os amigos do Rei. Nessa reunião só os carregadores de piano estavam, os flautistas se recusaram a entrar. Dizem inclusive que nao quiseram entrar pois tinham aulas para dar, nao podiam perder tempo... 

A crise na PFE na verdade é uma mera extensão da imensa crise na qual a AGU entrou desde que a Operação Porto Seguro prendeu o número 2 da instituição e com ele vários cabeças do órgão, inclusive o próprio Hauschild, envolto agora em processos administrativos e judiciais. Stefanutto ascendeu à PFE pelas mãos de Hauschild. O chefe de todos, Adams, antes cotado para a Casa Civil, morreu politicamente e a presidência só está esperando ele cair de maduro.

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