sábado, 12 de fevereiro de 2011

PÉROLAS DO GT DA PREVIDÊNCIA DA PFDC III - CEGO, SURDO E MUDO


Uma vez que o GT da PFDC estava discutindo perícia médica, nada mais óbvio que chamar um especialista da área para esclarecer do ponto de vista técnico como funciona uma perícia. E assim o fizeram:


(Memórias da 10a Reunião do GT da Previdência da PFDC)



Apesar do esclarecedor depoimento do Conselheiro Federal e, à época, Presidente da Sociedade Brasileira de Perícia Médica, sobre a necessidade de tempo adequado, da dificuldade da perícia e da impossibilidade em se ter tempos unificados para exame clínico, nas reuniões seguintes, os procuradores da república mostraram que sua ida ao GT foi uma perda de tempo, pois a discussão foi no seguinte nível:


"O Dr. Renato apresentou proposta de TAC (...). Sobre o intervalo entre as perícias, propõe que o tempo mínimo seja de 15
minutos
"


"A Dra. Darcy chama atenção para o fato de que há manifestação da OMS no
sentido de que as consultas médicas devem ter duração média de 20 minutos
e que a possibilidade de fraude demanda exame aprofundado do perito. Ressalta a necessidade
de humanização no atendimento. Defende que a média de 20 minutos é razoável"



"O Dr. Renato entende que deve ser reduzido o tempo de agendamento das
perícias para 15 minutos
(...)"



"Dr. Soares observa que (...) A questão da qualidade estaria atendida tendo em vista a obrigatoriedade de relatório circunstanciado pelo perito. Defende que o prazo de 15 minutos é um mínimo necessário(...)"



(Memórias da 12a. Reunião do GT da Previdência da PFDC)



Se é para manter este nível de debate, porque chamaram o Dr. Gerson para falar?

Então a qualidade está garantida apenas pelo fato do perito ter que fazer um relatório circunstanciado? O tempo que isso demanda não importa, pelo visto...

Sobre a declaração da OMS e os 20 minutos, este absurdo já foi devidamente esclarecido no tópico Pérolas do GT PFDC II - A Lenda Urbana.

Mais uma vez, aguardamos a explicação do MPF para viabilizar os desejos contidos no parágrafo que, na minha opinião, sintetiza o trabalho deste GT: "(...) a possibilidade de fraude demanda exame aprofundado do perito. Ressalta a necessidade de humanização no atendimento. Defende que a média de 20 minutos é razoável"


Como juntar exame aprofundado com humanização em 20 minutos? Este é o elo perdido do GT da Previdência da PFDC.

Um comentário:

Doc GUS disse...

Mostrei o QUALITEC a administrativos e a colegas médicos de fora do INSS, e não acreditaram que aquilo teria que ser feito em 20 minutos.... muito menos de forma humanizada! Mas há o outro lado da moeda, pois infelizmente existem colegas que fazem perícias "on the legs" e acabam entrando no "estudo da média de tempo de atendimento" (tipo via SGA). Desculpe, mas já tive colegas em determinadas gerências (de regiões diferentes do país) que, na época das 24 perícias, as concluiam, TODAS, em 2h. Obviamente sobrava para o perito subsequente...