terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Visão e Luta

"Uma visão sem ação não passa de um sonho. Ação sem visão é só um passatempo. Mas uma visão com ação pode mudar o mundo." (Joel Barker)

Adiantar-se sobre o porvir não é uma questão de numerologia ou invocação de espíritos definitivamente. Apenas algumas mentes talentosas conseguem, com muito esforço e dedicação, prever e indicar a direção do que breve será. Os geniais sequer conseguem fazer no seu presente que alguém os entenda. E ela estava lá. Anunciando o quê haveria de ser e fazendo acontecer 1 ano antes do Movimento da Autonomia Médica ser deflagrado. Lutando para conscientizar a Gestão sobre o incompreendido papel do Perito Médico. Ela previra o conflito ético que invariavelmente cairia sobre nosso tempo entre “a missão institucional” direcionada para a quantidade e agilidade e as “bases da medicina legal” previdenciária voltadas para a ética médica e a qualidade.

Heltron Israel

“[...] É inadmissível que a autonomia da avaliação pericial, princípio básico da atividade médico-legal, seja frontalmente ferida por um dispositivo que impele à realização de muitos e rápidos exames. Coloco-me frontalmente contra este equívoco de interpretação do papel da atividade pericial na seara previdenciária. Se coubesse a mim o gerenciamento do trabalho do perito no INSS, com certeza o foco seria na qualidade. Trabalho de má qualidade gera insatisfação do usuário e re-trabalho para o servidor.
Estamos em um período de transição entre a época dos peritos credenciados e uma nova identidade de peritos dentro da Previdência, servidores públicos na Instituição. Quais são os peritos hoje que não têm problemas? São os peritos que concedem em torno de 90, 100% de seus benefícios, ainda nos moldes  de realização de perícias como foram aceitas nos anos da terceirização. Esse perito não vai ter problemas nunca. É o perito que faz as perícias mais rápidas. É o perito que pega um atestado, põe um CID no sistema, escreve suas considerações conforme o atestado que recebeu e vai embora. E quem é o perito que apanha? É o perito que age corretamente, tendendo para o lado da fiscalização que faz parte da sua função. Porém, peritos que não compreendem seu papel social e trabalham corroborando atestados dos médicos assistentes não estão sendo peritos que é a função pela qual eles foram contratados pelo Estado. A função pericial não é simpática, mas deve ser realizada. Se não houvesse tentativas de burla ao sistema os peritos não seriam necessários, mas isto não é o que se verifica, na prática [...]” - CONGRESSO DE EPIDEMIO 20 E 21/09/2008- OFICINA NTEP







Dra. Luciana Slongo Coiro

Um comentário:

Adriano Battista disse...

Infelizmente, para os Peritos Médicos Previdenciários, em meio a toda a imundície que teima em engolir a Categoria, é muito válida e atual a frase de Maquiavel: "O homem que tenta ser bom o tempo todo está fadado à ruína entre os inúmeros outros que não são bons."
Poucos corajosos tentando sobreviver em um imenso mar de lama onde prevalece uma intragável inversão de valores, desonestidade, fraudes, violência etc. Nadando contra a correnteza de mau caráter que envolve parte considerável do povo deste "país". Lutando contra o oportunismo, a ausência de princípios, a falta de moral e/ou a imoralidade...
Muitos estão cansados de tanto apanhar. Alguns já desistiram e abandonaram a nau desgovernada que ruma para a destruição inevitável. Quantos mais terão que sucumbir?
ATÉ QUANDO?