segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Keti Patsis diz que Paraná sofre "Preconceito"

Perícias no INSS demoram em média 3 meses no Paraná

A médica e dirigente da Associação Nacional de Peritos Médicos da Previdência Social, Keti Patsis, usou a tribuna da Assembleia Legislativa durante o Grande Expediente desta segunda-feira (10) para falar sobre o atraso na realização de perícias na Região Sul.

Ela atribuiu o problema ao número insuficiente de profissionais – cerca de 60 – para dar conta da demanda. Segundo ela, enquanto em outras regiões do país o prazo médio de espera pela realização de uma perícia é de duas semanas, nos três estados do Sul esse tempo se alonga para três meses, criando situações absurdas, como a dos trabalhadores que precisam atestar a necessidade de afastamento das funções por 21 dias e precisam esperar noventa pelo atendimento.

Ela admitiu que estes estados, entre eles o Paraná, estão sendo discriminados pela Previdência Social, e pediu o apoio dos parlamentares para mudar essa situação.

Por seus cálculos, o Paraná precisaria ter pelo menos mais 40 profissionais para atender adequadamente os segurados. O problema se arrasta desde 2010, sem que qualquer providência tenha sido adotada pelo governo federal.

Keti Patsis solicitou que a Casa encaminhe documento ao Ministério do Planejamento e às autoridades competentes do INSS reivindicando uma solução para o problema. Também pediu a realização de uma audiência pública com representantes de todos os segmentos envolvidos de modo a deixar patente a gravidade da situação e a urgência de medidas saneadoras.
Da Assessoria de Imprensa da Alep/PR
http://www.alep.pr.gov.br/imprensa/noticias/noticia/21869/associacao-pede-apoio-da-assembleia-para-solucionar-atraso-em-pericias-medicas/

Comentário do Blogueiro:
Bem, realmente é importante a procura de apoio parlamentar para a causa da Perícia Médica. O Discurso, no entanto, da Diretora da ANMP pareceu muito mais preocupada "com trabalhador do RGPS" do que com a situação do "trabalhador perito do INSS", ou seja, faltou explicar o por quê faltam e uma defesa enfática da categoria. Poderia ter focalizado nos números das demissões, agressões e no desestímulo. Embora bem intencionada, a diretora precisa ter consciência de não é Ministério Público e nem Parlamentar para defender direito do cidadão primordialmente contra o INSS. E depois de quê adianta alertar o INSS sobre isso? Acaso ele não sabe? E as dezenas de matérias da grande mídia sobre os 3 meses do Paraná? E de quê serve o Big Brother?
À propósito, a justificativa de preconceito é ridícula. Não é verdade. O Paraná teve umas 60 vagas só concurso de 2012 para o cargo, bem mais que a média nacional. A Região Sul inteira sofre de falta de Gestão, Perseguição e disputa política além de fatores mercadológicos locais, por exemplo. Da forma exposta parece ser simples resolver a questão abrindo novo concurso em 2013 quando isso não resolve o problema nem a curto e nem a médio prazo.

7 comentários:

Snowden disse...

Fica patente que tal Diretora não sabe se posicionar e nem representar quem de fato devia! Não soube externar o Viés da questão do Perito, a razão da redução do numero de peritos na região: falta de atrativos, vencimentos inconsistentes com a complexidade do cargo, perseguição do MP, Processos, alto estresse e o principal, Propostas No Mercado de Trabalho bem mais atrativas dO que SER PERITO PREVIDENCIARIO!
Como o Cargo é Federal, o Governo não pode privilegiar apenas a Região Sul em Detrimento da Conjuntura que se pinta, para resolver o problema! Ou extende a todos os Peritos ou os Trabalhadores do Sul vão continuar por muito tempo tendo o Serviço de Péssima Qualidade oferecido pelas INSS!

Airton Jr. disse...

É, despreparo pouco é bobagem...

Perdeu ótima oportunidade de falar a verdade do que acontece realmente na INSSanidade... por aí se vê qual é o modus operandii dessa diretoria...

E a região Sul, em particular o Paraná, sofrer "discriminação" por parte da Previdência? ah, por favor, conta outra... Faz tudo parecer tão simplista e reducionista... E o salário? e o SISFERRE? e as pressões? e as condições de trabalho? e tudo o que está errado?

Tá difícil viu...

fernando luiz borges disse...

É A ALMA SERVIDORA EM AÇÃO TOTAL PONDO EM PRATICA A POLITIKA DO NÃO CONFRONTO AO INVÉS DE DESCER NA RAIZ DA PROBLEMATICA SORUMBATICA, RISIVEL, NAO TEM ESTOFO ;-)))

BGG1 disse...

A reformulação do papel da perícia médica parte pela mobilização de toda a sociedade em prol da saúde dp trabalhador. O discurso da Keti foi acertado e fruto de uma grande articulação política. É apenas o primeiro passo, mas que pode trazer melhores resultados que o confronto direto e que a belicosidade exigida por alguns.

O preconceito refeiro pela Keti fala do número de vagas destinadas ao PR, especialmente à GEX Curitiba. Em 2012 foram 09 vagas para a GEX Curitiba (2,4% do total) e 50 para todo o Paraná (13,3% do total). Já em 2010, Curitiba teve 09 vagas (1,8% do total) e 23 para o Paraná (4,6% do total). Portanto as vagas foram insuficientes para suprir a demanda.
Quanto às exonerações, usando o exonerômetro do site, percebe-se que o Paraná é responsável por 6,8% do total no Brasil e destas apenas 05 foram de Curitiba. Ou seja, o mercado aqui funciona um pouco diferente o exonerômetro não funciona como instrumento de pressão.
Quanto aos argumentos em defesa da classe estes estão sendo apresentados a todo os setores que por a situação caótica da perícia do INSS. TODOS os interlocutores perguntam qual o motivo da falta de médicos e a resposta é o que já foi exposto exaustivamente no finado fórum da ANMP e provavelmente aqui neste blog.
É muito fácil criticar um discurso com tempo restrito, mas aparentemente é difícil reconhecer o mérito de conseguir um espaço numa assembléia legislativa, que motivará uma audiência pública e que forçará a sociedade civil organizada e os setores de defesa da saúde do trabalhador repensar o papel da pérícia médica...
Discordando do blogueiro, utilizar aquele espaço para reivindicações salariais, entre outras, seria um tiro no pé.

HSaraivaXavier disse...

Este terreno saúde do trabalhador é um declive pantanoso para o perito, mas é belo, nobre e impressiona. Sou contra o nome Diretoria de "Saúde do Trabalhador" e ao discurso pseudosocialista quando envolve perícia médica. Simplesmente é fruto da negação da auto imagem para ser aceito na sociedade da forma que se deseja. É como fazer tratamento para mudar a cor da pele - o DNA continua lá. Eu particularmente acredito que o mundo do trabalhador precisa mesmo de peritos imparciais, inteligentes, independentes e seguros.

Bem, não está aqui em discussão os meios para se chegar na Assembleia. Dezenas de câmaras de vereadores, sindicatos e deputados têm feito diuturnamente essa pressão, porém sem efeito. Ainda semana passada o blog mostrou encontro pessoal de Hauschild com alguns. E ele apontou o problema "falta perito" e citou números. Ou seja o INSS sabe muito bem. O MPOG passou recentemente alguns dias negociando com ANMP diretamente, sabe muito bem. O discurso político pró-trabalhador, característico da diretoria da ANMP, não mostrou nenhuma resultado positivo para a nossa carreira embora potencialmente possa. A falta de peritos claramente não sensibiliza o governo há meses. Tambem não a legislatura. Em 14 de junho houve audiência por Senador Paim no Senado, bem mais notório que a Assembleia do PR. Onde estão os efeitos disso? A questão salarial sequer foi citada no argumento porque os problemas sao muito mais profundos e enraizados. Sobre as vagas do concurso, todas as capitais tiveram vagas subestimadas sem exceção. O seu número termina por destruir esta linha de raciocínio. De um universo de mais de 100 gerências executivas ter 2,4% não parece ser preconceito e sim quantidade insuficiemte, mas acima da média dos insuficientes.

HSaraivaXavier disse...

A propósito, definitivamente não é "primeiro passo" não. Há meses ou anos o problema é amplamente conhecido e os órgãos notificados. Há varias ações da DPU e MFP exatamente focalizadas na falta de peritos, aí mesmo no Sul. É "mais um passo", provavelmente para frente.

Francisco Cardoso disse...

Discordo do colega Bruno Gallo, a audiência estava esvaziada como vemos nos vídeos, mesmo cheia, essas audiências são apenas protocolares, os argumentos não são factíveis e ao invés de fazer o que vem dando certo, ou seja, concentrar a crítica na gestão e no desinteresse pela carreira, cita pseudos preconceitos pois as vagas para o seu estado seguiram a proporção nacional das poucas vagas disponíveis (preconceito tiveram em Porto alegre, sem vagas) e por fim falou de horas extras. Inacreditável. Tudo bem que não ia dar muita coisa mesmo, mas ao menos poderia terse esforçado mais.