quarta-feira, 12 de setembro de 2012

GOVERNO NÃO FINANCIA SAÚDE PÚBLICA E CULPA MÉDICOS PELO FRACASSO DO SUS

Na edição desse mês do "Jornal Medicina" editado pelo CFM temos uma comprovação numérica da falácia do discurso dos gestores e políticos para o caos na saúde: O Brasil é o país que menos investe na saúde pública tanto entre os países ditos de "Grande Economia" como até mesmo de países falidos como Cuba.

O resultado óbvio é a falência do SUS, mas para se eximir de culpa, prefere culpar os bobões da vez, ou seja, os médicos, que ainda contaminados pela "cultura sacerdotal" do passado se negam a levantar a voz e apontar como classe os verdadeiros culpados. Mas isto está mudando.


Na tabela acima fica patente o quanto o governo investe pouco e mal na saúde dos brasileiros, com investimento per capta público de apenas 401 dólares anuais por habitante, menos que Cuba (!!!), quase 1/10 do que investe a Alemanha e a França. 
Outro dado que chama a atenção é que de todos os países elencados o Brasil é o único cujo sistema público investe menos que o privado, que deveria ser complementar mas está virando primário. Já dissemos aqui que desde 2010 o gasto privado em saúde é maior que o público no Brasil (72 Bilhõesx 60 Bilhões em 2010).
O resultado é o visto na última coluna: A mortalidade neonatal brasileira é 4(quatro) vezes MAIOR que a cubana, 6(seis) vezes maior que a francesa.

Se o financiamento oficial já é tão deficiente assim, desconta-se os esquemas de corrupção e o que vemos é o que ocorre todos os dias neste país.

Mas cinicamente o MPF, a imprensa e o próprio governo preferem culpar os médicos e o "cumprimento" de horário do que o gestor do SUS que deixa de investir na saúde.

Como culpar o médico já não está mais colando pois os poucos médicos que ainda se dedicavam às áreas mais pobres do SUS estão desistindo diante de tamanha cara de pau e perseguição, agora o governo culpa a FALTA de médicos como desculpa para privatizar a medicina, a saúde pública e tentar validar o diploma de alguns companheiros que, sem competência para estudar no próprio país, foram estudar na Bolívia e em Cuba. Mas o quadro abaixo também desmente esse discurso falacioso:


Ou seja: Não existe relação direta entre quantidade de médicos formados e a qualidade do atendimento público. Aliás, já havíamos provado isso em outro texto.

Resumo da Ópera: O atendimento em saúde público deveria se chamar atendimento em saúde PÚTRIDO, por culpa exclusiva do Governo, que não financia, não controla a corrupção e investe mal o pouco que gasta, e do MPF que não cumpre seu dever em responsabilizar o gestor, preferindo perseguir os poucos médicos que ainda trabalham no SUS por serem alvos fáceis, midiáticos e que não irão atrapalhar suas indicações políticas para remoções de lotações, promoções de carreira e eventual ascenção à PGR.

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