sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O médico espanhol e a violência

Acaba de ser publicado na Revista Bioética, editada pelo CFM, número 18, volume 2, página 253-274, artigo que analisa a violência contra médicos e demais profissionais da área da saúde. El riesgo emergente que constituyen las agresiones y violencia que sufren los médicos en el ejercicio de su profesión: el caso de España, de autoria da Doutora Mercedes Martínez León, de Valladolid, traz informações interessantes neste momento em que a Previdência Social se encanta com o modelo espanhol de bajas laborales e jubilación. Por enquanto os exemplares estão disponíveis nos CRM, mas em breve estarão na internet.

Em Madri, foram registrados 4 casos de agressões a médicos em 2002, 36 em 2003, 45 em 2004, 50 em 2005 e 68 em 2006, um crescimento de 17 vezes! As agressões acontecem mais nos serviços de cuidados primários. Na Andaluzia, apenas em 2009, houve 712 agressões, dentre as quais 183 físicas. Os sindicatos médicos estimam que 4% dos médicos espanhóis (8.000) já tenham sido agredidos no trabalho e 60% já foram ameaçados.

Dentre as explicações, destaca-se: "...buscam no médico que a assistência seja imediata e preferencial, medicamentos à vontade, um diagnóstico específico para obter afastamento previdenciário ou aposentadoria, revide porque um familiar faleceu e prazer sádico de humilhar ou ferir um médico".

Como soluções, têm sido tomadas atitudes como pressão social e judicial contra esse tipo de agressão; campanhas contra as agressões; promoção das denúncias judiciais; punir e fazer ver que não há impunidade tolerada. A autora conclui recomendando 1- controlar os fatores ambientais (espera excessiva, salas de espera desconfortáveis, relação inter-pessoal pobre); 2- aumento de pessoal em setores de emergência; 3- circuito fechado de TV; 4- programa de educação e melhoria da qualidade de vida dos médicos.

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