quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Peritos Médicos - Cobais da Ingerência

Vestem Branco, Vivem sendo assustados, Vivem sendo monitorados, Vivem para serem sacrificados... Ratos de Laboratório e Peritos Médicos. O "Experimento" tem assustado tanto que os recém demitidos não conseguem passar perto das suas Ex-APS e sentem taquicardia no simples Pronunciar as quatro letrinhas. São as sequelas do experimento.

E, para quem duvidava, a Autarquia mais uma vez se supera. E tome incompetência gerencial... É medalha de ouro. De tanta cabeçada na parede tentando derrubar a Ética Médica através do Movimento de Excelência Pericial , talvez tenha perdido o senso crítico. De tantos tiros dados nos pés, talvez tenha sido preciso amputá-los e, talvez, agora não possa mais deambular para lugar algum. Estagnada, agora, assiste a sua ruína de ato em ato normativo. De lágrima em lágrima. De riso em riso. Ah! É um banquete de histórias bizarras. Outro dia uma colega de APS de Parnamirim – RN contou-me um fato e mostrou-me uma foto surpreendente. Estava faltando água na APS há dias e, após ter reclamado várias vezes, colocaram um balde velho com uma cuia dentro para que a perita pudesse “lavar as mãos” e claro sem tolha papel. Noutro dia colocaram jornais sobre a maca para que o segurado fosse examinado porque outro perito, que examinava paciente, teria reclamado da falta de lençóis. Sem falar da reunião em que foi orientado aos médicos que lavem os talhares, pratos e copos. É muita criatividade sádica dos gerentes. É muita humilhação dos peritos-médicos. É muito desrespeito ao segurado. Até quando será?

“Não há nada que não possa ser piorado”... A autarquia, no último mês, seguiu a risca o ditado e vai em frente. Agora, para delírio geral dos jacobinos digitais do poder, ela trata seus funcionários como ratos de laboratório. É sim daqueles branquinhos das pesquisas. Ah! Deve ser muito legal para semi-analfabetos ficarem observando o alerta vermelho do médico que demorou 30 segundos a mais no atendimento. Melhor ainda observar a reação deles quando o SABI para de funcionar e como se agitam como baratas no inseticida ou formigas na chuva. E não há limites. Outro dia um colega ausentou-se no banheiro de uma APS por ter sido apanhado subitamente por contrações espasmódicas intestinais. Pois bem. Passados alguns minutos sem atendimento, Brasília ligou para a APS que não perdeu tempo e foi até o banheiro apressar o pobre rapaz. Toc, toc, toc... Anda que tem segurado esperando! Enquanto isso um engravato assiste o Reality Show pericial: “No Limite”. Quem será eliminado hoje? E diz em frente ao espelho do seu banheiro Ministerial: “Eu sou o máximo! Não sou?” .

Hoje 07.10.2010,  o Maximus Aureus,  foi publicada uma medida administrativa no mínimo desrespeitosa, insana e inconseqüente. Estabeleceu-se que, a partir do dia 18.10.2010 – dia do médico, como forma de homenagem, os servidores terão 15 minutos em horários pré-estabelecidos para bater o seu Ponto Eletrônico já cheio de falhas como: Não possuir banco de compensação de horas e sofrer interferência externa entre outros detalhes. No novo modelo, o servidor que chegar 15 minutos atrasados pode ir esquecendo o seu salário e ir lembrando horário. Talvez se tiver perfil para se humilhar e implorar aos Chefes de APS para que deixem pagar as horas extras no Sábado pela manhã não tenha descontos nos seus salários. Outros podem dar meia volta para voltarem para suas casas já que levarão falta mesmo. E os segurados que estão esperando? Sim, os segurados? Ah! É só remarcar, deve pensar o gênio do pósitron que assinou o ato. É uma esquizofrenia administrativa. No próximo modelo será colocado um chip na cadeira do perito para alarmar caso ameace levantar-se...

Para finalizar uma reflexão! Que cara de pau! Ora pessoal, como pode uma instituição que tem 84,1% dos consultórios inapropriados (dados da auditoria 2009*), que tem mais 40% de déficit no número de consultórios, que tem altíssimo índice de adoecimento com mais de 80% dos servidores precisando se afastar pelo menos 30 dias durante o ano; se achar no direito de pressionar e exigir o cumprimento de metas rígidas, abusivas e absurdas sobre seus funcionários? A troco de quê? Como uma carreira que 27,5% dos nomeados no último concurso 2010 não assumiram o cargo, que tem em média 10-15% de servidores exonerados por ano, que tem cerca de 100 agressões por ano nos dados oficiais da PF, pode suportar tamanha pressão? Como podem os peritos médicos do trabalho – 40% dos peritos – assistirem as suas transformações em cobaias de um NeoFordismo instalado sem serem convidados para procurar conjuntamente as soluções para os problemas? Até quando? Até quando? Até quando?...

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