sábado, 30 de novembro de 2013

CLIMA DE DESCONFIANÇA

30/11/2013 às 00h10 (Atualizado em 30/11/2013 às 14h39)
Coordenadora de posto conta que pacientes estão com "pé atrás" com médica estrangeira

Moradores de Indaiatuba ainda não se acostumaram com profissional, mas agenda está lotada
Do R7*
Coordenadora diz que, em uma semana, agenda de estrangeira estava preenchidaDaia Oliver/R7

Há cerca de um mês, o PSF (Pronto-Socorro de Família), em Indaiatuba, São Paulo, conta com ajuda de uma profissional estrangeira: a africana Kátia Miranda, 62 anos de idade. Ela faz parte do programa Mais Médicos do governo federal. Além da preocupação em ajudar a médica a se adaptar à sua nova rotina, a coordenadora do posto, Tereza Barbosa, revela que ela e seus funcionários ajudam os pacientes a aceitar bem a nova profissional da equipe. 

— Alguns pacientes que vêm aqui por anos ficam com o pé atrás por ser atendido por ela. O que é compreensível no começo, eles preferem ainda os outros médicos que estão aqui a mais de um tempo, que eles conhecem e já tem histórico. 

A unidade de saúde que Tereza coordena atende a 11 mil pessoas da região. Kátia, especialista em medicina familiar, faz parte da equipe de atendimentos no pronto-socorro.

— Mesmo com alguns pacientes mais intolerantes, em uma semana de atendimento, preenchemos a agenda dela, com pacientes mais flexíveis e que não se importam em ser atendidos por ela. Até agora não houve nenhuma reclamação.

Segundo a coordenadora, com o tempo, os moradores de Indaiatuba se acostumarão com ela. 

— É por que isso é começo. Com qualquer médico é assim. Daqui um tempo, ela será conhecida pelo seu trabalho, terá seus próprios pacientes e estará superado. 

Atendimento

A consulta de Kátia dura em cerca 20 minutos. Ela conversa, examina e medica em casos como hipertensão, dores de coluna, diabetes. Os casos mais graves, ela encaminha para o hospital da região. Glaucia de Aguiar, 41 anos, frequenta este posto de saúde há 16 anos. Após sua primeira consulta, a reportagem do R7 conversou com ela.

— Ela é um amorzinho. Adorei a consulta. Não tive problema com o idioma e ela foi atenciosa. Acho legal a iniciativa de trazê-los para auxiliar a saúde brasileira. Todo mundo tem que ter oportunidade de ter uma saúde.
Daia Oliver/R7

De acordo com a coordenação do hospital, com a chegada da médica africana a fila de espera para consultas diminuiu. Antes, era de uma semana. Kátia atende a cerca de 20 pessoas por dia.

Glaucia prefere ir ao pronto-socorro a ter que ir ao hospital, por conta da agilidade e organização.

— Às vezes, está cheio o posto, mas aqui sempre tem médico para atender, diferente do hospital municipal. É rápido. Sempre venho aqui, porque o serviço de outros lugares deixa muito a desejar.

*Colaborou: Brunna Mariel, estagiária do R7

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