quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

ESCÂNDALO DO NTEP 2

Alguns leitores me perguntaram como que demoramos 4 anos para perceber essa fraude no NTEP. Isso ocorreu pois a pessoa que apagou do decreto os CNAE da indústria automobilística, petróleo e siderurgia esqueceu de fazer o mesmo no banco de dados do INSS que alimenta o SABI - sistema corporativo usado para fazer as perícias. Talvez esqueceu pois não tinha acesso direto a esse banco de dados, o que indica que a ordem de apagar os CNAE citados tenha sido dada em outra esfera.

Como o SABI foi alimentado com o banco eletrônico original, a matriz original do NTEP, ele começou a enquadrar essas indústrias no nexo técnico normalmente e para nós estava tudo normal, eu mesmo enquadrei várias vezes funcionários de montadoras no NTEP.

Mas a FIAT, em MG, começou a recorrer desses nexos alegando justamente que ela não estava na lei e não poderia ser enquadrada. Só que esses processos de recursos demoravam e eram lentos, com várias regulações sobrepostas e quando isso começou a cair na mão dos peritos das Juntas, é que percebemos o argumento das montadoras e fomos na Lei e ai vimos a pegadinha, a sordidez feita em 2007 com o sumiço desses CNAE no decreto.

O primeiro a ver isso e denunciar foi o nosso colaborador e perito da Junta mineira, Dr. Eduardo Henrique, em 2011, que escreveu matéria primorosa sobre o caso (clique aqui).

Aliás, o fato do SABI dar nexo para esses CNAE é prova de que o decreto foi adulterado em algum momento, pois em sua matriz original, a que foi usada para alimentar o SABI, consta os nexos que o Dr. Paulo Rogério "detectou" em sua pesquisa.

Aguardamos o "pai" do NTEP se pronunciar.

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