sábado, 22 de outubro de 2011

SOBRE MONITORIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E COMBATE AS FRAUDES II

Em Junho passado a Operação CID-F da Polícia Federal apresentava para a Sociedade o absurdo de terem sido encontrados 119 funcionários numa Padaria Fantasma afastados por Patologia Mental. Um escândalo que apontava para a necessidade do fortalecimento da Monitorização Epidemiológica (ME) pelo próprio INSS e Organismos de Controle. Eu mesmo escrevi no Perito.med, dias depois, sobre o tema que considero de vital importância.  

O Estudo das Estatísticas como Alerta Investigativo na atividade Pericial, nos dias de hoje, é, sem dúvidas, uma das maiores armas. É revolucionário tal como o FaceBook para as Relações Sociais. Ele é preconceito ao avesso - probabilidade para proteção do mais fraco. O próprio Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP) que tem tornado mais justa a relação entre estado, empregadores e empregados, por exemplo, tem no seu DNA a ME. Como toda grande invenção também, ela tem um Poder de destruição muito grande. Infelizmente por maior que seja uma probabilidade nunca será uma certeza. Exatamente por isso é preciso ter muito cuidado na divulgação das informações principalmente pelos efeitos midiáticos da "suspeição" e "estigmatizantes" para os envolvidos.

Esta semana a Operação VanGogh da Polícia Federal foi muito parecida com a CID-F. Primeiro porque a base da suspeição foi estatística também. Depois porque envolvia benefícios por incapacidade por Patologia Mental e Prisão de Médicos. Destaco da Matéria do Jornal Zero Hora:
"...O alto índice de auxilio doença chamava a atenção para a cidade. Passo Fundo superava a média nacional em atestados por depressão. A média no Brasil de atestados para esse tipo de doença é de 10%. Em Passo Fundo, no último ano, esse índice chegou a 40%. Em uma única empresa, num período de oito meses, foram recebidos 420 atestados por depressão. Todos assinados pelos mesmos profissionais... " 
Muito boa ação da PF. Excelente que mais uma quadrilha tenha sido extirpada do serviço público. Mas o que mais me chamou atenção, desta vez, foi o cuidado que a Polícia Federal e Impressa Livre tiveram para "protegerem" os nomes dos envolvidos diretamente. Em mais de 4 manchetes sobre a operação nenhuma delas citava o nome dos profissionais. Diferentemente do ocorrido em Alagoas em que os colegas foram expostos ao escárnio para a sociedade sem sequer terem sido ouvidos e julgados. Entendo que houve muita evolução Uso das Estatísticas e Proteção das Partes envolvidas até o transitado e publicado. Evoluímos como sociedade.

Um comentário:

Ten. Catão disse...

Com relação ao NTEP, o Ministério da Previdência prometeu que liberaria para consulta pública como foram feito os estudos estatísticos que possibilitaram a elaboração do mesmo, MAS ATÉ HOJE NADA! Continua tudo no mais absoluto sigilo! E por que? Porque, como argumentam os Drs. Hudson Couto da FCMMG / ERGO e o Dr. Henrique Guerra da UFMG, existem erros estatísticos graves, entre eles, o de ingerência, que anulariam por completo o fundamento do NTEP e as empresas poderiam exigir danos reparatórios.
Mais uma vez acredito cada vez mais no General de Gaulle: "o Brasil não é um país sério"