sábado, 15 de outubro de 2011

SEGUNDA CARTA ABERTA AO SENADOR ANTÔNIO CARLOS VALADARES - ATO MÉDICO.

Exmo. Sr. Senador da República,

Importante ministro do governo Dilma, corretamente diagnosticado com um tumor cerebral, será internado por médicos em um hospital de referência por sua excelência no atendimento médico, será submetido a procedimento médico, o tumor será analisado por médicos e médicos darão a conduta pós-operatória mais adequada.

Não tenho a menor dúvida que o ministro se sairá muito bem para alívio de sua família, pois está nas mãos de bons médicos.

O interessante é apontar que na hora de cuidar de sua saúde, os políticos não hesitam em procurar médicos. Mas na hora de fazer política barata para agradar bancadas eleitorais, ficam acusando o médico de ser corporativista, que a saúde é "multiprofissional" e que o "ato médico é inadmissível", não é mesmo, Senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE)?

Graças a este tipo de postura politiqueira, no mínimo temerária, todos os atos médicos ao qual seu colega ministro irá se submeter estão neste momento e neste país desregulamentados, ou seja, sem a definição legal de quem deve exercê-los, pois na hora de aprovar os atos de enfermagem, fisio e fono, não teve um médico dando pitaco, mas na hora do ato médico, TODOS os paramédicos querem se meter, pois não querem perder mercado de trabalho (médico) exercido (ilegalmente) por paramédicos devido ao esvaziamento (de médicos) do SUS causado pela política de pagamentos irrisórios e falta de estrutura física.

Se fosse para ser atendido no SUS, o nobre ministro iria esperar meses por uma consulta, ia ser "acolhido" por enfermeiro, ia ter sua saúde mental avaliada por "psicólogos" que jamais saberiam a diferença entre distúrbio de comportamento mental e orgânico, o médico do posto ia tratar a dor de cabeça com dipirona pois não tem tempo para examinar já que os 150 populares que querem atendimento ao mesmo tempo iam promover um quebra quebra pela "demora" e se bobeasse ele iria "preso" por "omissão de socorro" feita por um pitizento em busca de atestado.

E se desse muita sorte, iria cair na mão de um PS de hospital geral (único lugar no SUS onde se consegue, hoje em dia, tempo de avaliar alguém decentemente) que ao ver a TC iria pedir uma avaliação da neurocirurgia e quando achasse um iria fazer uma biópsia que seria lida por um "farmacêutico" e não daria tempo de mais nada pois o destino iria chegar mais rápido que o laudo do paramédico.

É justo isso senhor Senador? O que os médicos estão pedindo é muito? O que os paramédicos querem não é um abuso, um absurdo? Por favor olhe o que ocorre quando paramédico resolve brincar de médico.

È justo o senhor postergar a aprovação do ato médico por causa de politicagem barata e deixar a população sofrer nas mãos de paramédicos despreparados enquanto o senhor e os demais colegas ao ficarem doentes correm para um hospital particular de ponta em SP?

Aqui encontra-se a primeira carta aberta ao Senador. Outras virão até que a racionalidade e a coerência voltem a brilhar no Senado Federal.

2 comentários:

Antonio disse...

O nobre PRef. do Rio de Janeiro na hora que teve precordialgia procurou um Hospital privado de renome daqui. Porque não foi a um hospital da rede municipal ? QUe tal o Hosp. Mun. Miguel COuto , que dizem ser a elite dos hospitais municpais. QQuem sabe pensou : Acabei de lancçar um edital para contratar médicos pagando R$ 1500,00 . Será que devo mesmo ir ?????
Cabe ao prefeito responder .
E o povo o que faz ???

São ums demagogos e cínicos, no mínimo.

HSaraivaXavier disse...

Em vários países de primeiro mundo europeus e asiáticos como singapura, coreia do sul e dinamarca é INIMAGINÁVEL que um prefeito não utilize a rede pública. Alias são obrigados por lei. Funcionaria no Brasil?