sábado, 13 de novembro de 2010

A IGNORÂNCIA ATIVA E O ATO MÉDICO

“Não há nada mais terrível que a ignorância ativa”. (Goethe)

É impressionante a que ponto chegou à disputa pela regulamentação da profissão médica. Uma batalha desgastante e autodestrutiva sem fim movida pelo ódio de vingança de paramédicos. Não importam mais argumentos técnicos. Não importam mais debates civilizados para se chegar ao termo consensual. Não importam mais entender os motivos e os porquês. Tudo agora é um campo de guerra política onde 3 milhões de paramédicos insistem em enfrentar politicamente 350.000 médicos em menor número.

A fúria para impedir a votação do ato médico pelo Senado Federal parece ser tão grande que já não consegue conter-se em si e passa a ferir de morte as interrelações profissionais. Um tipo de onda política “Odeio Médico” se espalha pelos meios de comunicação. Começam criação de factóides e troca de acusações sem qualquer fundamento com o único objetivo de ganhar uma disputa político financeira. No meio desta, como em todas as guerras, infelizmente, há inocentes. Nesta existe a sociedade brasileira. Confusa, perdida e temendo pelo amanhã.

É difícil. A matéria evolui para o desrespeito ignorante que é a pior forma de se conduzir uma negociação. Afinal, que tipo de respeito e de diálogo se pode manter com líderes paramédicos que escrevem este tipo de argumento para a mídia?

“A realidade é que as consultas médicas realizadas nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) duram no máximo 5 minutos, o que impossibilita a realização de qualquer diagnóstico”.

“Para adquirir as habilidades e competências para fazer o diagnóstico e as respectivas prescrições terapêuticas nas 13 áreas das profissões regulamentadas, os médicos teriam que estudar no mínimo mais 50 anos. Assim, ao delegar aos médicos o exercício de atos privativos para os quais eles não possuem treinamento, o Estado coloca em risco a saúde da população e engessa o desenvolvimento das profissões da saúde.”

É lamentável que conselhos de paramédicos ousem divulgar informações com tanto desconhecimento e despreparo. Que pessoas que foram educadas com “consciência científica” deixem de lado argumentos puramente técnicos e partam para a violência como única forma de proteger a sua “falta de argumento”. Talvez o façam porque tem a certeza não-recíproca de que os médicos são obrigados a socorrê-los na urgência e sem distinção. Talvez o façam porque são ignorantes que sequer tem o cuidado de perceber que o mesmo ATO MÉDICO que dizem ser contra, será o que salvará a vida dos seus queridos e a sua própria.

A ignorância sempre se revolta contra o talento. É uma questão de tempo. E o tempo chegou. Ofenderam aos médicos, nossos representantes e si mesmo. A doença do ignorante é não poder reconhecer os limites da própria ignorância antes que ela o destrua. A questão do não ao ato médico infelizmente tornou-se uma bandeira política vulgar, barata e despropositada cujo único objetivo é garantir o avanço irresponsável da ideologia de fazer saúde sem médicos.  Os médicos reagirão a altura. A sociedade precisa ser protegida.

2 comentários:

Francisco Cardoso disse...

Qual a capacidade que esses paramédicos tem de avaliar isso, de sequer saber o que um médico tem que saber ou não? 50 anos? Qual a ciência usada para esse "diagnóstico"? Não queremos fazer psicologia ou fisioterapia,só queremos que os paramédicos parem de querer fazer medicina sem serem médicos.

Quanto ao SUS, o que isso tem a ver com a história? O erro é de gestão, nada tem a ver com a carreira. Então vamos extinguir o CFP e o COFFITO por não ter fisioterapeuta e psicólogo atendendo no SUS...

Francisco Cardoso disse...

Qual a capacidade que esses paramédicos tem de avaliar isso, de sequer saber o que um médico tem que saber ou não? 50 anos? Qual a ciência usada para esse "diagnóstico"? Não queremos fazer psicologia ou fisioterapia,só queremos que os paramédicos parem de querer fazer medicina sem serem médicos.

Quanto ao SUS, o que isso tem a ver com a história? O erro é de gestão, nada tem a ver com a carreira. Então vamos extinguir o CFP e o COFFITO por não ter fisioterapeuta e psicólogo atendendo no SUS...