segunda-feira, 22 de novembro de 2010

LER/DORT estão cada vez mais desacreditadas

As lesões por esforços repetitivos que são tão do agrado dos diagnósticos feitos pelos médicos do trabalho estão cada vez mais desacreditadas, pois agora são consideradas como incluídos nas doenças crônicas da síndrome da fibromialgia.

A síndrome de fibromialgia tem sido descrita como um distúrbio reumatológico que representa 7% de todas as queixas de saúde incluindo os trabalhadores. De acordo com os critérios do American College of Rheumatology (ACR), é uma síndrome dolorosa caracterizada por dor crônica generalizada e músculo-esquelética e pela presença de pelo menos 11 dos 18 pontos padronizados. Estes sintomas são freqüentemente associados com rigidez matinal, distúrbios do sono, fadiga, cefaléia, ansiedade, depressão e síndrome do cólon irritável. Esses sintomas vagos se confundem com as LER/Dort- Lesões de esforços repetitivos, que é uma síndrome raríssima. Atualmente a epidemia de LER/Dort no Brasil (o pais era campeão mundial desse diagnostico errôneo) foi diminuída pelas restrições da perícia medica do INSS que também tem restrições a esse diagnostico mais amplo de fibromialgia. Ana Assumpção e colaboradores , fisioterapeutas da Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo fazem um estudo para verificar o poder discriminatório de dois instrumentos utilizados para avaliar a qualidade de vida em pacientes com fibromialgia: o teste genérico Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36) e o específico Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ).

Esses testes as vezes são necessarios devido a subjetividade da mensuração desses dados clinicos vagos Foi conduzido um estudo transversal com 150 indivíduos, divididos em dois grupos: grupo fibromialgia (FM) e grupo controle (GC) ( com 75pacientes em ambos). Os pacientes foram avaliados pelo SF-36 e pelo QIF.

As amostras foram estatisticamente semelhantes para a idade - 47,8 ( desvio de 8,1 anos ) no Grupo Controle e 47,0 ( desvio de 7,7 anos ) no grupo da FM - e estatisticamente diferentes em todos os aspectos dos dois questionários (SF-36 e QIF).

Os autores concluem que QIF mostrou-se mais discriminativo do que o SF-36 para avaliar a qualidade de vida de fibromiálgicos. No entanto, o SF-36 é também um bom instrumento de avaliação e sugere-se que ambos sejam usados uma vez que avaliam aspectos relevantes e complementares da qualidade de vida.

Fonte: Rev. Bras. Fisioter.14(4 ) Jul/Aug. 2010

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