quinta-feira, 27 de março de 2014

BRUNCA TENTA RESISTIR À QUEDA.

Aparentemente o último a saber da decisão sobre sua exoneração, Benedito Adalberto Brunca está impassível e revoltado. Já montou gabinete de crise próprio e disse que irá resistir. Sobrou até pro Comissário, que recebeu especial dedicação em sua fala de defesa aos seus auxiliares.

Porém fontes garantem que seu destino já está traçado e fora súbita mudança política seu destino será mesmo o MPS, na SPPS no lugar de Leonardo Rolim. Esse ano não vai ter a tradicional distribuição de ovinhos de páscoa no bloco "O".

São várias as causas da queda em andamento mas as fontes listaram algumas tidas como principais como:

- O sucateamento da gestão de benefícios do INSS, a falta de atenção com os brasileiros enquanto ele viajava o mundo todo às custas do INSS promovendo acordos internacionais (foi até à Rússia recentemente) com inúmeras e constantes viagens em detrimento de colocar a casa em ordem.
- A paralisia de sua diretoria em dar celeridade aos processos (uma piada interna no bloco "O" diz que se você quer que um processo ande, pule o oitavo andar (DIRBEN))
- O atraso descomunal de oito anos do SIBE-BI com servidores ganhando diárias todos os dias para "montar um sistema" que nunca funcionou nesses oito anos.
- O erro de cálculo do auxílio-doença que gerou rombo de mais de 30 bilhões de reais ao INSS que, apenado, teve que parcelar essa conta em 20 anos (o caso do artigo 29);
- O eterno travamento do SABI e as sucessivas perdas de ACP por conta de fila de perícia.
- As revogações de OI sem sua substituição por novas normativas deixando espaços vazios na norma infra-legal do INSS.

O grave caso da indução de fraude nos atestados cubanos denunciado neste blog teria sido a gota d´água. Já havia um movimento para tirá-lo da DIRBEN e segundo um colaborador a DGP já estava há um mês procurando um lugar para o mandatário, sem nada falar a ele nas reuniões semanais que faziam.



A própria PFE, segundo sabemos, já havia feito expediente para levantar a quantidade de processos parados na DIRBEN e era uma coisa enorme.


Entendemos o desespero e a frustração de Brunca. Não  é apenas um cargo. Ele, como técnico, jamais teria acesso ao estilo de vida que possui atualmente se não fosse o DAS, as diárias, as viagens pagas, o poder embutido no cargo, várias vezes descrito por este blog como uma "eminência parda" dentro do INSS, qe com certeza lhe trazia muitas amizades e convites que jamais teria se fosse apenas um técnico em Cuiabá. Um ditado brasiliense diz que esse tipo de servidor perde o dedo mas não perde o DAS. Sem o DAS, ele perde o apartamento funcional, o celular pago, o motorista, o carro próprio.

Em parte, esse festival de distribuição de cargos, de funções gratificadas, a farra das diárias, tudo isso serve para manter esses altos DAS no poder. Foi um longo e frutífero esforço para passar como uma espécie de senhor dos benefícios, o mestre da maciça, que tudo sabe e tudo pode, tudo indo abaixo em uma canetada, voltar a ser técnico com 5 a 7 mil a menos e tendo que pagar aluguel, carro, celular... É um baque e tanto.

Não é só Brunca. Como ele tem vários e vários diretores do INSS na mesma situação. No risco de sair do luxo para o balcão, voltar a ser técnico e ser desprestigiado. O pânico que essas pessoas possuem disso as fazem ter todas as atitudes possíveis, até mesmo beijar a mão do comissário, a quem todos falam mal por trás mas na frente é tratado como semi-Deus.

Mesmo que ele vá para outro cargo com DAS, nunca será a mesma coisa pois o poder que ele perderá é impagável. Como ele continuará a ser o poderoso Brunca, que fazia sombra aos presidentes do INSS? Como vai ser sem a fila de beija-mão de vereadores, prefeitos, deputados e senadores pedindo favores? Como vai ser sem a adulação de servidores, a quem ele cativava cuidadosamente com presentinhos e bombons nas datas festivas? 

Como seus parentes vão continuar estudando no Canadá se ele sair desse cargo? 

Sob sua direção, a DIRBEN virou terra sem lei. Enquanto Brunca viajava ao exterior fazendo cursos, pós-graduação e ficava fazendo agenda típica de político no Brasil, a Dirben estava abandonada, paralisada, uma verdadeira âncora amarrada aos pés do INSS.

Como prêmio por mascarar os números e fazer parecer que está tudo bem, apesar de termos seguradas aguardando quase 400 dias para habilitar um salário-maternidade, a chefe da DIRAT, Cinara Fredo, será empossada no lugar de Brunca.

Não, a SPPS não tem o mesmo peso da DIRBEN e os tempos de adulação serão encerrados. Com isso, após 11 anos de governo petista, cairá o último remanescente da era FHC no primeiro escalão do INSS. 

Será que Brunca resistirá? Acompanhemos.

4 comentários:

HSaraivaXavier disse...

Chico, você às vezes me assusta...

H disse...



Uma éminence grise (francês para "eminência parda") é um poderoso assessor ou conselheiro que atua "nos bastidores" ou na qualidade não-pública ou não-oficial.

Esta frase referia-se originalmente a François Leclerc du Tremblay, o "braço direito" do cardeal Richelieu. Leclerc era um frade capuchinho que ficou famoso por seus trajes bege (a cor bege foi denominada "parda" na época). O título de "Sua Eminência" é usado para tratar ou referenciar um cardeal da Igreja Católica Romana . Embora Leclerc nunca alcançasse o posto de cardeal, aqueles ao seu redor se dirigiam a ele como tal, em deferência à influência considerável deste frade "pardo", "Sua Eminência, o Cardeal". 1

Em política, eminência parda é o nome que se dá quando determinado sujeito não é o governante supremo de tal reino ou país mas é o verdadeiro poderoso, agindo muitas vezes por trás do soberano legítimo (a.k.a poder por trás do trono), o qual é uma marionete dele, e pode muito bem ser deposto pela eminência parda caso este não o agrade. A eminência parda ainda pode se utilizar de qualquer tipo de poder para exercer seu poder, seja ele militar, econômico, religioso e/ou político.2

Paulo Taveira disse...

Alvíssaras!!!!

Iacob A. von Hohenstaufen disse...

Texto SENSACIONAL!