segunda-feira, 16 de julho de 2012

A GERENTE DE PORTO ALEGRE NÃO TEM RAZÃO NENHUMA PARA DESMONTAR A APS BI. A JUSTIFICATIVA NÃO TEM NENHUM EMBASAMENTO CIENTÍFICO OU SOCIAL.

Inaugurada em 2007, a APS-BI Porto Alegre se tornou exemplo de perícia médica de qualidade e referência nacional, espelhando o surgimento de outras APS do gênero. Resolveu o problema da fila em Porto Alegre e fez justiça concedendo benefícios a quem de direito e cortando de fraudadores ou quem não tinha mais direito.

O sucesso foi tão grande que incomodou. Foi quando se descobriu que dentro do INSS haviam alguns que não tinham interesse no atendimento correto ao cidadão. O interesse era de filas, filas e confusão, muita confusão. Com isso se justificava a farra das diárias que minguou quando a fila foi zerada em 2009.

Desde então a perícia médica sofre a sabotagem contínua promovida por forças contrárias à ordem e à agilidade, forças que vivem de filas e que não querem os peritos fortes pois têm medo de que lhes roubem seus carginhos na burocracia estatal. Metade dos quadros periciais se exoneraram e mecanismos de perpetuação da fila foram impostos por ordens administrativas que não seguiram a Lei vigente.

Hoje a perícia virou o caos, para a festa de quem vive de diárias. Mas a ação firme dos peritos da APS BI Porto Alegre em não aceitar a situação e denunciar o boicote e o oportunismo eleitoral de falsos mutirões fez a Gerência de Porto Alegre querer acabar com o movimento da forma mais sórdida e irresponsável: Vai desmontar a APS-BI Porto Alegre e pulverizar os peritos por APS periféricas na cidade para tentar quebrar o movimento.

Óbvio que isso não pode ser dito em público, então a desculpa óbvia para justificar o injustificável é a de "trazer a previdência para mais perto do cidadão". Como assim "para mais perto"? A APS-BI Porto Alegre fica no meio da estrada?

Não, o endereço da APS-BI é em uma movimentada avenida de Porto Alegre, em bairro próximo ao Centro da cidade, com diversas linhas de ônibus locais.

Vamos ver no mapa as distâncias entre as APS comparando com o mapa da Grande Porto Alegre, área de abrangência da Gerência local:



Ora ora, Porto Alegre tem 450 km² de área urbana, a maior parte concentrada na região do rio Guaíba e do Centro. Vejam como as APS são próximas umas das outras. De fato, a distância entre a APS BI e as outras APS não passa de 7 km entre a APS Centro e APS Petrópolis e chega a 10 km da APS Norte, mas na APS Norte já temos peritos atuando.

Vejam nesse outro gráfico que as APS se localizam quase todas na MESMA ZONA DISTRITAL da capital gaúcha.
As APS de destino orbitam em torno da APS BI, são todas muito próximas à Região Programática 1 da Prefeitura de Porto Alegre (RP1).

A solução gerencial não traz nenhuma redução de distância impactante. Estão trocando seis por meia-dúzia. Perto de quem a previdência está sendo levada então?

Vamos ver mais de perto as distâncias...


A distância da APS BI Porto Alegre para as outras APS para onde querem remover os peritos é urbanisticamente nula. De fato as APS são muito próximas, o que torna a existência da APS-BI de POA a mais justificável do país!
O pretexto de deixar a previdência "mais próxima" da população não se sustenta pois como podemos ver claramente as outras APS estão na mesma zona geográfica da APS BI Porto Alegre. As distâncias de 7 km quilômetros, em se tratando de uma cidade com forte malha urbana estabelecida, é risível e demograficamente inexistente. Mesmo a mais distante, APS NORTE, fica a 10 km da BI e essa já tem 4 ou 5 peritos atuando.

Não há explicação. É muita desfaçatez da gerência portoalegrense justificar a pulverização da perícia com argumentos tão frágeis que não resistem à mera análise geográfica básica.
Vejamos melhor  as distâncias por APS individualizadamente:

1) APS-BI x APS CENTRO



2) APS-BI x APS NORTE


3) APS-BI x APS PETRÓPOLIS


As distâncias máximas aqui são de no máximo 10 km sendo que o tempo de trânsito entre as APS é de no máximo 20-25 minutos. O impacto disso numa população urbana com malha rodoviária estabelecida é NULO, é ZERO, não justifica o gasto milionário que o INSS está tendo para desmontar a APS BI e colocar os peritos em APS despreparadas e algumas condenadas pelos bombeiros.

Não existe JUSTIFICATIVA ADMINISTRATIVA baseada em nenhum estudo sócio populacional ou econômico que dê lastro à alegação da gerente de que a previdência estaria longe da população. De fato, de todas as APS cima citadas, a BI é que centraliza as distâncias.

Agora vamos supor que um cidadão venha da Grande Porto Alegre (abastecida com APS em Viamão e Alvorada que já possuem serviço de perícia médica) e desembarque na Rodoviária. Qual seria o impacto da pulverização da perícia na capital em seu trajeto à perícia médica?



O impacto é ZERO. Dependendo da APS vai ser PIOR AINDA pro segurado ter que ir à APS Petrópolis quando poderia ir na BI, mais perto, e as distâncias para as outras APS diferem em menos de 2 km, o que geograficamente, numa capital com malha urbana estabelecida, é INSIGNIFICANTE.

Estamos falando de POUCOS MINUTOS de diferença de ônibus ou carro. A desculpa esfarrapada da Gerência não se sustenta nem na hipótese da pessoa ter que usar a rodoviária.

E se a pessoa está em um bairro pobre de Porto Alegre? Voltando ao mapa, vemos que nos bairros que cercam o Centro, os mais afastados ao Sul, onde se misturam ilhas de riqueza com bairros pobres, a APS BI é a mais próxima deles.

Em todas as outras opções o trajeto é maior. E analisando a malha urbana de ônibus de Porto Alegre, todos precisariam pegar pelo menos dois ônibus para chegar nas APS de destino.

A ação gerencial de pulverizar a perícia e destruir a BI não terá impacto SEQUER na quantidade de ônibus necessários para o cidadão chegar para fazer a perícia.

Vamos além. Vamos ver agora como ficaria para o cidadão que mais precisa do INSS, historicamente morador das periferias das grandes cidades e dependentes de ônibus, como seria essa mudança na prática? Vejam a ilustração abaixo:


A ilustração acima feita a partir de simulação de bairros da periferia do centro portoalegrense mostram definitivamente que a ação gerencial em pulverizar a perícia gaúcha em diversas APS na capital não apenas NÃO IRÁ APROXIMAR O CIDADÃO DA PREVIDÊNCIA como irá deixá-lo MAIS DISTANTE e em alguns casos MAIS CARO pois dependendo do local haverá necessidade de mais gastos com transportes.

Resumindo: O discurso da Gerência de Porto Alegre de que precisa, após 5 anos, pulverizar a perícia médica pela capital para deixar a previdência "mais próxima" do cidadão não passa de uma fraude. Não há nenhuma prova geográfica, social ou econômica de que isso será feito com o deslocamento proposto. Pelo contrário, provamos que em alguns casos o INSS ficará MAIS LONGE do cidadão do que agora.

Esse discurso falacioso precisa ser denunciado. É óbvio que não é esse o motivo de se querer fragmentar a perícia. O real motivo é querer quebrar o movimento dos médicos por autonomia e competência gerencial, é querer punir os médicos por não se submeterem aos ditames administrativos e é uma tentativa de quebrar a espinha dorsal da perícia para deixá-la fraca e submissa aos devaneios gerenciais.

A Gerência de Porto Alegre é de uma incompetência ímpar. Até para retaliar contra servidores que lutam pelo bem da população ela é incompetente, pois agora está provado que a Gestão do INSS, que é a responsável pelo colapso da perícia no Sul e pelo CAOS no atendimento médico, não está se importando com o bem estar do cidadão, nem que ele seja atendido por um copro médico preparado, equipado e embasado.

A única preocupação é com o pequeno poder, com o massacre dos "presunçosos peritos", com mídia, com política barata e rasteira, com os próprios carguinhos de poder, com diárias e com a manutenção do caos como forma de governo. Pulverizando se esconde melhor a fila, e as diárias pagas para fingir enfrentá-las.

Este post acaba definitivamente com o argumento de que vai ser melhor para a população a pulverização da perícia em Porto Alegre. Não senhores, não será bom não, será RUIM, será péssimo, seja pela perda de qualidade técnica, seja pela distância MAIOR que o cidadão vai ter que enfrentar, seja pela irrelevância territorial da mudança provada aqui, seja pelo esvaziamento ainda maior nos quadros que isso irá gerar.

Peritos do Sul, neguem-se a atender em prédios condenados, em prédios vilipendiados, em salas sem estrutura, em desacordo com a Lei, sem segurança e sem rotas de fuga. É direito dos senhores.

A fraude do discurso da Gerência já está denunciada. Agora falta saber quem irá responder pelos milhões de reais gastos nessa brincadeira de mau gosto da Gerência de Porto Alegre.

4 comentários:

Eduardo Henrique Almeida disse...

A APS BI de POA foi a primeira do Brasil. Foi construída com ativa participação dos peritos, por isso deu tão certo. Reduziu as filas da cidade para 3 dias. Isso mesmo, 3 dias. Homogenizou as decisões periciais, proporcionou interação técnica e, por que não, política, viabilizou juntas médicas imediatas quando o caso exigia participação de especialista, entre outros benefícios para a perícia e para a população. Mas nem todos ganham, parece que tem segmento no próprio INSS que teria interesse no colapso. Seria isso possível?
Parabéns pelo estudo, Francisco. Um detalhe, quando o administrador público propõe um investimento, precisa fundamentar com elementos concretos. Depois dessa matéria, ficará difícil.

Regi disse...

Essa mulher ainda não caiu????

Vai ficar para pertuurbar os peritos ???

Onde trabalhei todos os peritos se juntaram e obrigaram o brunca a afastar o gerente regional senão nenhum perito voltaria ao trabalho....
resultado: em 48 hs, o "chefão" que todos diziam que não sairia saiu tocado de sua cedirinha e foi colocado o indicado pelos peritos.

Pensem nisto e façam o mesmo !

Snowden disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Snowden disse...

Vc administrador q excluiu meu comentário: o gênio n vai processar ninguem pois ele n quer dar visibilidade pra nenhum servidor! Pare e pense! Já pensou a repercussão na mídia?!