terça-feira, 10 de julho de 2012

FRAUDES NA ORIGEM

A impunidade impera, irmã que é do perdão, qualidade libertadora segundo a religião prevalente. Em nome dela (a impunidade) profissionais bem formados, qualificados, deslizam para territórios lamacentos e usam seus diferenciais para o crime, talvez por não verem valor nas aplicações mais nobres de seus talentos. O que importa é se dar bem? Os meios, ora o meios...

O portal UOL acaba de divulgar que médico, dentista e professores são presos por fraude durante vestibular de medicina em São Luís. Que desespero pode levar um profissional qualificado a agir dessa forma? O que se pode esperar de seu futuro profissional após tal atitude criminosa? Como enfrentar seus alunos, seus colegas e seus clientes? Jamais poderão assumir cargos públicos, ficarão definitivamente maculados. Lamentável, mas é apenas uma das facetas sombrias do descrédito e desvalorização da saúde e da educação ganhando as manchetes.

5 comentários:

Vandeilton disse...

Eduardo, neste post não concordo contigo em nenhuma vírgula.

A fraude que eles foram acusados é grave, é criminosa, e o fato de eles serem profissionais da saúde não significa nada. Se for comprovada a acusação, o fato é que cometeram um crime e têm que pagar por isto.

O nome disto é falta de caráter, de ética e de respeito para com o próximo. É sinal de falta de civilidade. É sinal de banditismo.

O fato de eu sentir que minha profissão não é valorizada não me autoriza a cometer crime algum.

Agora darás uma de "defensor de direitos humanos" e colocarás a culpa dos crimes por eles cometidos em "fatores sociais" ou no "sistema"?

HSaraivaXavier disse...

Isso fortalece a ideia de o espirito fraudador não se relaciona necessariamente com o estado de necessidade e desamparo e sim com o desvio de caráter irremediável. Esta semana por exemplo um casal pobre acho R$20.000,00 e devolveu. Confira:

http://www.youtube.com/watch?v=QZ5_TZUQTP4

Eduardo Henrique Almeida disse...

Vandeilton, releia o que escrevi, por favor. Não compactuo com fraudes nem, muito menos com crimes. Os profissionais que se valeram de sua qualificação para cometer crimes devem pagar caro por isso e, ao meu ver, ficam definitivamente maculados em suas carreiras. Disse exatamente o contrário do que você entendeu.

Vandeilton disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vandeilton disse...

Eu entendi o seguinte: eles cometeram crime, macularam suas respectivas reputações pessoais/profissionais, mas este comportamento pode ser explicado pela desvalorização das profissões de saúde.

Entendi que você tentou justificar a ação deles pelo desespero, sendo este causado pelo sentimento de desvalorização sócio-profissional e precarização econômica em que cada um se encontrava.

Se o que entendi (descrito acima) não corresponde ao que realmente escrevestes, peço desde já desculpas.

Se entendi certo, porém, mantenho meu ponto de vista: a decadência moral e a tendência a cometer crimes independem de profissão, escolaridade, raça ou nível econômico-social.