quinta-feira, 5 de julho de 2012

CATEGORIA DE LUTA, MEMÓRIA.

A perícia médica previdenciária é carreira renegada. Luta pela equidade na gestão de recursos públicos, coletivos e indispensáveis para a estabilidade social desse país. Entretanto, é vista como uma atividade que visa impedir que cidadãos alcancem seus desejados benefícios. É a distorção na percepção de seu sentido público, reduzindo-o ao beneficismo do assistencialismo. Perícia médica existe para garantir os direitos individuais numa perspectiva coletiva.

Para cumprir essa difícil missão legal, os peritos precisam, eles próprios, continuamente lutar para serem reconhecidos e valorizados, não apenas porque desejem melhores salários e condições de trabalho, mas porque isso é indispensável no consecução de seu trabalho. Sem respeito, sem credibilidade, peritos não conseguem ser aceitos como autoridade pela sociedade que, ao fim, é quem legitima seu trabalho.

Quem ganha com peritos desacreditados? Não é a sociedade. Apenas os litigantes, membros da indústria do agenciamento e os fraudadores de todos os matizes. É hora de a sociedade, a imprensa e os próprios peritos se unirem em uma cruzada cívica de recuperação de uma jovem carreira, orgulho do primeiro mandato Lula que a implantou mediante greve que o fez ver e, depois, colher frutos de ter visto a necessidade de tal carreira. O vídeo abaixo mostra essa luta de 2003/2004.

Não é fácil o governo abdicar de parte de seus interesses populistas e agir como estadista, ou seja, fortalecer instituições do estado em favor de todos e da estabilidade futura, quando haverá outros governantes no poder. Muitas vezes, como em 2003, é preciso que a sociedade se una em torno de seu próprio interesse e apoie aqueles que são seus servidores e se matam para dar conta, sem o reconhecimento devido, com todos os obstáculos imagináveis, quando não perseguições.

O vídeo histórico que está nessa matéria remete à memória de uma categoria sofrida, que contabiliza agressões e óbitos, que perde integrantes diariamente, mas que é aguerrida, patriota e, hoje, representada por duas entidades complementares para poder enfrentar a adversidade com a dignidade e determinação de 10 anos atrás, no que foi o maior movimento médico nacional desde 1982.

Um comentário:

HSaraivaXavier disse...

Grande matéria. Greve=movimento político. Pena que a ANMP foi completamente desvirtuada do seu objetivo original.