quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ministro Garibaldi recebe ativistas de luta contra a aids em Brasília

28/07/2011 - 17h28

Mesmo com atestados médicos de inaptidão para trabalhar, portadores do HIV e aids estão com dificuldade de receber o auxílio financeiro da Previdência Social para casos de doença. Muitos daqueles que estavam aposentados por invalidez estão também sendo convocados a se reapresentarem ao trabalho sem condições físicas para exercerem suas funções.

Essas reclamações foram levadas por ativistas que lutam contra as DST/Aids ao Ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, em audiência ocorrida na tarde dessa quarta-feira em Brasília.

Os representantes das pessoas vivendo com HIV e aids pediram uma reavaliação da Resolução nº 89, de 2002, que aborda benefícios previdenciários para soropositivos.

Segundo a diretora da área de Saúde do Trabalho do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), Filomena Gomes, em agosto será aberta uma consulta pública sobre o assunto no site da Previdência (http://www.mpas.gov.br/).

O Ministro Garibaldi solicitou aos ativistas um relatório com casos de perícias que atestaram como aptos ao trabalho pessoas sem capacidade laborativa.

Participaram ainda do encontro representando o Governo, o procurador federal especializado no INSS, Alessandro Stefanutto; o coordenador geral de perícias médicas do INSS, Alexandre Coimbra; e o coordenador da Unidade de Articulação com a Sociedade Civil e Direitos Humanos do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Gilvane Casemiro.

Representando a sociedade civil estiveram Cláudio Pereira, do Fórum de ONG/Aids do Estado de São Paulo; Fátima Baião e Josimar Pereira, respectivamente, do Grupo Pela Vidda do Rio de Janeiro e de Niterói; Renato da Matta, da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids (RNP+) - Núcleo Rio de Janeiro; e Willian Amaral, do Fórum de ONG/Aids do Estado do Rio de Janeiro.

Redação da Agência de Notícias da Aids

5 comentários:

Francisco Cardoso disse...

Não dá para aceitar essa postura oportunista de alguns que querem continuar vivendo como se a AIDS fosse uma doença mortal, mantendo todas as regalias que eram dadas aos portadores do vírus antigamente justamente pelo o que foi um dia a epidemia. As pessoas vivendo com HIV (PVHIV) termo usado hoje em dia pelo GOverno, são pessoas completamente inseridas na sociedade, saudáveis, aptas, que controlam sua saúde melhor que a de muitos brasileiros não portadores. Todo o planeta está estimulando essas pessoas a viverem NORMALMENTE, sem o ESTIGMA do passado, pois elas possuem uma condição, que é temporária pois temos certeza que uma cura efetiva não tardará, como ocorreu com a hepatite C. E esses senhores ficam querendo PARASITAR o governo até o fim, querendo manter regalias que nenhum outro brasileiro possui, se fazendo de coitadinhos quando na verdade possuem a melhor assistência à saúde que o SUS oferece hoje em dia neste país.
A tendência que o HIV for cada vez mais controlado e cada vez mais passível de tratamento é ela virar doença comum e esses privilégios sumirem aos poucos. E ainda por cima são BURROS pois a portaria de 2002 é ALTAMENTE favorável aos portadores. Se mudar essa portaria à luz da ciência de 2011, a tendência será a de diminuir direitos, pois HIV hoje em dia é uma condição controlável com baixo impacto à saúde do cidadão infectado. Tenho nojo dessas pessoas que insistem em querer manter o HIV como uma doença estigmatizante apenas para manterem seus carginhos em ONGs e migalhas oferecidas pelo governo.

H disse...

Quem tem lobby, tem tudo. Por isso a ANMP não tem nada. Não tem lobby.

Uma pergunta: nesse ritmo, quem vai trabalhar nesse país?

Coisa de louco. Querem lei para não serem discriminados quando interessa (proibição de solicitação de exames específicos no trabalho e etc), pois são pessoas inseridas na sociedade. Quando interessa, querem lei para deferir mais facilmente um benefício do INSS.

Uma infectologista confessou que quase apanha para colocar um quadro mais grave do que o paciente realmente apresenta.

H disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
HSaraivaXavier disse...

Muito bom depoimento para um especilista na área terminando doutorado no tema como o Chico Eduardo. Eu concordo e assino embaixo. O Brasil mete política em questões absolutamente técnicas. É inadmissível que um doente queira usar sua condição para chantagear o estado e levar vantagem a qualquer preço sobre o cidadão comum quando deveria buscar sobretudo apenas uma mais "competição justa". Estes dias dirão que deficientes podem ter penas criminais reduzidas por suas condições.

H disse...

Mas a sociedade pode ficar feliz e comemorar. Já estão "da metade para o fim" dos preparativos para anular a perícia médica oficial e , pq não, acabar com a carreira. Esses péssimos profissionais, mestres nas injustiças, verdadeiros bandidos, os peritos médicos do INSS, serão em breve banidos da sociedade. Pode até bater neles. E ainda toma um cafezinho e recebe um pedido de desculpas por ter machucado a mão ao amassar a cara do médico ou da médica.

Parabéns sociedade. Ah, depois a natureza cobra o preço. Tudo tem preço. Onde se tira sem se repor, acaba. Começa assim: acabar com as pensões das viúvas; diminuir o valor das aposentadorias; aumentar a idade mínima para se aposentar; proibir que quem tenha mais que uma bicicleta se aposente... coisas assim. Algumas já propostas e outras muito piores a serem propostas. Será?