domingo, 10 de julho de 2011

FALANDO DE ERGONOMIA

Ontem (09.07.2011) assisti uma brilhante aula do Ergonomista Douglas Carvalho (link abaixo). É claro que para um perito do INSS é chocante ter uma aula de ergonomia. Afinal, não é fácil descobrir que se faz tanta coisa errada para se chegar no resultado razoável e, pior, que se fizesse o prescrito o resultado seria desastroso. Relembrei e aprendi muita coisa interessante. Por exemplo, na Norma Regulamentadora 17, nunca tinha prestado atenção ao detalhe. 
17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:

a) para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores; (117.029-5 / I3)

b) devem ser incluídas pausas para descanso; (117.030-9 / I3)

c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento. (117.031-7 / I3)
Ou seja, aquele argumento do EMPREGADOR de só querer receber o EMPREGADO recuperado quando estiver apto a trabalhar no mesmo ritmo de produção dos demais é questionável.

Entre ditos interessantes, os principais que guardei são estes os quais compartilho com os leitores:

"Jamais se deve tentar resolver um problema sem estudá-lo, conhecê-lo e entendê-lo a fundo."

"A maioria das respostas dos problemas do ambiente do trabalho se acha observando e ouvindo o empregado que desenvolve a tarefa".

"A maioria dos problemas do ambiente do trabalho são causados por falta de planejamento"

"A maioria dos problemas do ambiente do trabalho se resolve de modo mais simples do que se pensara inicialmente" (como não pensei nisto antes?!)

"Se não estamos vendo uma solução, o problema está em nossa limitação"

"Não é porque a tecnologia é nova que é melhor ou menos nociva para o trabalhador"

"Para se resolver um problema de ambiente de trabalho jamais se deve focalizar a norma e sim, no problema, a norma serve para moldar uma solução. Passar no seu crivo não é nenhuma garantia de sucesso" (explicando que seguir as normas da CLT e as NR/MTE não é garantia de bom ambiente de trabalho)

"A forma como se gasta e não a quantidade que se gasta é o mais importante no ambiente de trabalho"

"Se quando o trabalhador fizer o prescrito, e não o real, a empresa parar, é porque está na hora de mudar a norma." (Se uma operação padrão paralisa um serviço. É porque está tudo errado)

Douglas Carvalho
Ergonomista

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