sexta-feira, 11 de março de 2011

TERCEIRIZAÇÃO - PLACEBO PREVIDENCIÁRIO

Espera por perícia médica passa de dois meses

  • Poliana Lisboa, especial para O Diário

A trabalhadora autônoma Nelci Sachertt, 53 anos, passou por uma perícia médica ontem na agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Maringá. Depois de 2 meses de espera para ser atendida, ela deixou a agência sem a confirmação de recebimento do benefício.

"A médica olhou meus exames e disse que o meu caso deve passar por outros peritos. A resposta deve chegar por correio; ainda tenho que aguardar mais para saber se vou ter o benefício atendido ou não. A espera é muito grande e cansativa", diz Nelci, que precisou interromper o trabalho por estar com síndrome de Parkinson.

O tempo de espera para uma perícia com médicos do INSS passa de 2 meses na agência de Maringá. Os trabalhadores atendidos ontem fizeram o agendamento na primeira semana de janeiro. O início do pagamento varia de acordo com o benefício requerido e a categoria do trabalhador – se individual, doméstico, empregado, avulso ou especial. Quem passou meses sem trabalhar e sem receber o salário ou o benefício fica em uma situação complicada.

Neilani dos Santos Vieira, atendente de call center, foi afastada do trabalho em 10 de dezembro do ano passado por causa do retorno de um cisto no punho associado com tendinite, bursite e fibromialgia. Na primeira perícia pela qual passou, em 22 de fevereiro, foi informada de que não havia a necessidade de ter parado de trabalhar e teve o benefício negado. Sem trabalhar e sem o benefício o auxílio-doença, a atendente aguarda uma segunda perícia com outro médico. "Isso não pode continuar desse jeito, minha empresa não quer que eu volte e eu não tenho condições de trabalhar. O perito mal olhou meus exames e negou o benefício", diz.

Isaías de Oliveira, 60, acompanhou ontem a esposa Vera Lúcia, 49, quem se locomove com uma cadeira de rodas, em sua segunda perícia no INSS. Na primeira vez em que estiveram na agência, conta o marido, "o médico falou que era uma doença preexistente, mas a dificuldade de locomoção dela começou depois de um segundo AVC". Agora, quase 2 anos sem trabalhar, Vera Lúcia teve o benefício autorizado.

Já o auxiliar de produção João Batista da Silva, 44, não teve do que reclamar do atendimento médico ontem. Foi sua primeira perícia depois de um acidente a caminho do trabalho. "Mas além da espera desde janeiro preciso aguardar mais 30 dias para começar a receber o benefício", explica ele, desanimado com a demora.

Um comentário:

Regiane Alves da Rosa . disse...

Os nossos queridos sujeitos de direito,periciados,não podem marcar inúmeras perícias a todo momento sem respeitar um limíte mínimo de 30 dias. Agora o INSS permite tal aberração e o que acontece é uma periciada marcar 3 recursos sobre o mesmo benefício e ainda não satisfeita,conseguiu marcar tb uma inicial(aguardando os recursos) para caso demorem a ser chamadas para fazer o(s) recurso(s).

Um detalhe,tal recomendação de marcar varios recursos e de uma inicial,foi dado pela cgefia de uma APS,mas já fiquei sabemdo que isto está se epalhando por todas as APSs e com o aval dos chefes de APSs para encobrir a ineficiência ADM e suas demoras(triste tiro no próprio pé de quem nada vislumbra!