domingo, 8 de junho de 2014

COM APENAS 3%, SITUAÇÃO DE PADILHA EM SÃO PAULO ESTÁ MAIS CRÍTICA QUE A DO SISTEMA CANTAREIRA.


A divulgação da mais recente pesquisa Datafolha para o Governo de São Paulo foi um soco no estômago nos partidários de Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde e pai do Mais Médicos e do veto ao Ato Médico, candidato pelo Partido dos Trabalhadores.

Vendido na mídia e incensado pelos analistas políticos como a "melhor chance da história" do PT derrotar o PSDB em São Paulo, os 3% de intenção de votos a Padilha são quase que inacreditáveis, mas apenas a quem não está acompanhando atentamente os fatos desta eleição, como este blog o está, naturalmente por se tratar de questão de honra para os médicos esmagar o maior traidor da história da medicina e da saúde pública brasileira.

Nunca na história um candidato petista chegou em junho com índices tão baixos ao governo paulista. Apenas para ficarmos nas últimas eleições, nessa época em 1998 Marta Suplicy tinha 13%, em 2002 José Genoíno tinha 11%, em 2006 Mercadante tinha 15% e em 2010 tinha 14%. Padilha está com 3%. Nem o Sistema Cantareira ficou com percentuais tão baixos.

Existem algumas explicações para o malogro: Em primeiro lugar, a população parece cansada de votar nos "postes" de Lula. Em especial em São Paulo, a experiência com Haddad tem sido péssima. Em segundo lugar, Lula disse, como ele mesmo disse a FHC durante o vôo para o funeral de Mandela, que ia colocar um petista com "cara de tucano" para vencer em São Paulo. Ora, Lula, quem vota em "cara de tucano" escolhe o original e não cópias. Ao tentar se passar como um "tucano light", Padilha perdeu votos dos anti-tucanos (Skaf que o diga, herdou todos) e não ganhou voto de tucano algum.

Também não ajudaram Padilha o péssimo momento por qual passa a avaliação de Dilma e o governo federal. Sua "caravana do horizonte" vem sendo vaiada por onde passa, e nesse momento inclusive encontra-se suspensa por força judicial.

Mas não basta apenas culpar a conjuntura externa: Padilha é um péssimo candidato, sem carisma, sem discurso, sem proposta. Jamais enfrentou as urnas antes, não tem traquejo. Teve a "grande idéia" de explorar oportunisticamente um problema climatológico que está afetando a todos os paulistas, a questão da seca, e não mediu esforços para tripudiar da situação, um oportunismo de péssimo gosto que nenhum eleitor gostou. Já abordamos esse assunto aqui: http://www.perito.med.br/2014/03/esta-faltando-oleo-de-peroba-pro.html onde JÁ PREVÍAMOS que essa estratégia não daria certo.

Com 3%, Padilha está pior que o Cantareira. Ao tripudiar da situação da água, deu ao governador de São Paulo a chance de mostrar serviço. O mesmo foi lá e em dois meses conseguiu bombear as águas do "volume morto" das represas e acabou, temporariamente, com o drama. Eleitoralmente, portanto, o assunto morreu. O volume morto impulsionou o governador e afogou Padilha.

O que seria uma vantagem de Padilha, sua suposta "idoneidade", foi pelo espaço com a descoberta de seu envolvimento em grossíssimas falcatruas durante sua passagem no governo, como o escândalo da Funasa, da Labogen e suas relações pra lá de suspeitas com deputados envolvidos com doleiros e até mesmo o crime organizado clássico (PCC). Sua "reputação" foi pros píncaros do inferno.

Porém certamente o que mais ajudou a afundar a candidatura de Padilha, indubitavelmente, foi o que ele apostava ser o seu maior trunfo: o Programa Mais Médicos.

Criado para ser a sua bandeira-alavanca ao palácio dos bandeirantes, o Mais Médicos virou uma âncora e está afundando a Nau petista. Primeiro porque especificamente em São Paulo seu impacto foi muito pequeno, segundo porque nacionalmente não mudou em nenhum aspecto a péssima qualidade da assistência à saúde fornecida pelo SUS pois não melhorou índices, não reduziu mortalidade e nem desafogou hospitais. Está tudo igual. A população pode até se deixar enganar mas mentira tem perna curta. As denúncias das condições escravocratas do contrato de trabalho também impactaram negativamente em especial junto à mídia que apoiava cegamente e passou a ser mais cética.

Mas principalmente, e aqui não quero hipervalorizar, mas destacar, o que mais vem prejudicando Padilha em São Paulo está sendo a atuação de mais de 100.000 "anti-cabos eleitorais" espontâneos que se uniram para metralhar e bombardear sua campanha. Esses "anti-cabos" possuem ramificações com eleitorado que podem alcançar dezenas de milhões de votos. Somos nós, os médicos.

A postura de Padilha em difamar, ultrajar e caluniar a classe médica para poder jogar a sociedade contra nós e passar por cima da medicina, da ética médica, da segurança sanitária e da nossa honra para viabilizar um programa eleitoreiro e ideologicamente insano, na marra, sem discussão, permitindo a vinda de pessoas que nem médicas são (e por isso a luta para impedir a revalidação) para atuarem como se fossem doutores causou uma repulsa tão grande nos médicos que pela primeira vez diria estes se uniram de fato para algo em comum: mostrar ao Brasil quem é de verdade Alexandre Padilha.

Um comentário:

sergioperito disse...

Importante vai ser os resultados...Em São Paulo duvido que a população vai deixar-se ser enganada com tanta facilidade....