quinta-feira, 11 de julho de 2013

Total Irresponsabilidade com a Vida (dos outros) e Ranço Ideológico. O Jogo da Politicagem.



Hoje está sendo um dia muito atípico na vida dos verdadeiros médicos (não aqueles que ocupam  cargos políticos e que rasgaram o diploma de médico,  vexaram a ética médica, e venderam seus serviços em troca de sabe-se lá o que).  A Presidente do Brasil vetou  grande parte do Ato Médico, e criou uma lei semelhante  a uma incompreensível  colcha de retalhos. Lendo o D.O.U de hoje, de cara vemos que o primeiro item vetado é o que determina que diagnóstico e prescrição são exclusividades do médico. A desculpa é que ela, e os vários ministros se reuniram para estudar a lei, chegando à brilhante conclusão que a mesma prejudicava os interesses da nação. Da forma que está, qualquer profissional da área da saúde  poderá diagnosticar e prescrever. Um enfermeiro com seu longo curso de quatro anos em média, por exemplo. Mas como? Com quatro anos apenas pode fazer isso? Pode diagnosticar e prescrever? Então qual o motivo do ministro Mercadante,  e em consequência da Presidente, totalitariamente aumentarem a duração do curso de Medicina, para oito anos, sob a égide de necessidade de melhora da formação? Lembrando-se que hoje são seis anos mais os vários anos da especialização (que na média dura três anos). Além de versar sobre assunto que não conhecem bem, ainda ferem a constituição privando profissionais da liberdade de escolha do local onde trabalhar. Por outro lado, o ministro Mercadante, em resposta a uma crítica feita pelo Dr. Kalil (http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/07/1309442-mercadante-rebate-criticas-de-cardiologista-de-dilma-sobre-medicos-estrangeiros.shtml ), cardiologista da Presidente, disse (trocando-se em miúdos) que nunca será possível um Hospital como o Sírio-Libanês no meio da Amazônia. Não? Qual o motivo? O amazonense não o merece? O ministro, que ao que parece não é médico, se esquece que sem meios o médico pouco pode fazer. Um pajé, dos bons, talvez possa fazer mais, pelos lados de lá. Isso porque ele pode usar as ervas e outras coisas mais, pois não é fiscalizado pela ANVISA, órgão do governo, e nem pelo CFM, tendo a licença cultural para fazer o que quiser pois assim lhe foi ensinado durante séculos. Mas o médico não pode, senhor ministro. Se o fizer, e se der com “os burros na água”, vai pagar e caro, pois para processar médicos não faltam interessados (advogado sedentos por indenizações, pacientes idem, órgãos públicos, ONGs e etc). Médico é um profissional da ciência e não da magia, senhor ministro. Se o senhor não quer gastar para montar e manter bons hospitais, como acha que o médico vai resolver tudo, com os seus futuros oito anos de curso? Só se nesses dois anos a mais, fizer estágio com pagés e com praticantes de magia, pois tendo apenas as mãos, quem sabe ele possa curar um câncer de laringe ou um linfoma, que são muito bem tratados no Hospital Sírio-Libanês, usando uma boa “pagelança”. Temos muito o que escrever ainda. Que os colegas completem esse desabafo...se  tiverem estômago. Parece que a questão é de ódio contra a classe médica. E que esse ódio está produzindo um veneno tão potente, que obnubila o  bom senso e a razão. Médicos, podem ter sido pessoas ricas, no passado remoto, graças às famílias de posses. Por isso esse ódio e ranço por parte de uma esquerda perdida e reacionária. Isso não acontece mais. Na grande maioria, médicos são pessoas de classe média sofrida, cujos pais suaram sangue na sua preparação. Médicos de hoje são pessoas abnegadas, que estudam horas a fio. Não os comparem a certos médicos especialistas em cabular aulas para ir a reuniões partidárias, que protegidos e indicados  conseguem cargos de destaque.  E por fim, se querem qualidade na medicina, fechem as muitas escolas que o MEC autorizou que funcionassem, muitas sem o mínimo de condições para ensinar, sem um hospital universitário ou mesmo um pronto-socorro. São vários pesos e várias medidas, depende da plateia e da quantidade de veneno ideológico e preconceituoso  ingerida.

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