sábado, 11 de fevereiro de 2012

NOTÍCIAS G1

10/02/2012 21h49 - Atualizado em 10/02/2012 21h49

Número reduzido de médicos causa atraso em perícias do INSS no RS
Com 300 médicos peritos em todo o estado, espera pode chegar a 90 dias.
Associação dos Médicos Peritos do INSS diz que quadro deveria dobrar

Os atrasos na marcação de perícias médicas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) prejudicam os segurados. Em média, a espera por uma perícia chega a 66 dias em Porto Alegre, mas há pessoas que chegam a esperar até 90 dias para serem atendidos em várias cidades do estado. A cusa do problema é o número reduzido de médicos peritos no Rio Grande do Sul.

O pedreiro Romarci Dias sofreu um acidente de trabalho há seis meses e ainda faltam pelo mais duas cirurgias para completar o tratamento. Na queda de uma laje onde trabalhava, ele feriu a perna, o rosto e a cabeça. Depois de uma semana internado, foi pra casa se recuperar. E aí começava um novo calvário: a tentativa de receber o auxílio-doença. Foram dois meses de espera, sem salário. “É descontado todos os meses, mas quando a gente precisa de socorro, tem que correr atrás”, reclama.

Os atrasos na marcação de perícias do INSS são históricos. Nas agências do Rio Grande do Sul, a média de espera é de dois a três meses. Atualmente, mais de 156 mil trabalhadores recebem auxílio-doença no estado. Os médicos admitem que os segurados têm toda a razão em reclamar. Segundo a categoria, são 300 profissionais para atender todo o estado.

“Para se chegar a uma agenda de pelo menos 15 a 20 dias, que seria o correto para o trabalhador receber no mesmo mês, sem interrupção de salário, precisaria ter no mínimo o dobro, de 600 a 700 (médicos)”, afirma Clarissa Bassin, vice-presidente da Associação dos Médicos Peritos do INSS.

Procurado pela reportagem, o INSS em Porto Alegre não quis dar explicações. Por meio da assessoria em Brasília (DF), informou apenas que o concurso marcado para o próximo domingo (12) pretende selecionar 137 servidores para o Rio Grande do Sul. Com os novos profissionais, a previdência pretende agilizar as perícias.

Enquanto o quadro não muda, associações como a dos motoristas de ônibus, onde a maioria se aposenta por invalidez, fazem campanhas para ajudar trabalhadores que esperam por auxílio-doença. “Nós temos, inclusive, a arrecadação de alimentos de trabalhadores ativos e nos eventos que fizemos justamente para fornecer a essas pessoas que estão precisando”, conta o presidente da Associação Única dos Rodoviários Aposentados, Sérgio Vieira.

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2 comentários:

HSaraivaXavier disse...

O Juiz do RS caiu direitinho. Exatamente como prevemos há 2 meses atrás nenhum dos termos do acordo com a DPU foi cumprido.
1) 70% dos peritos na ponta
2) Concurso para suprir vagas, piada com apenas 2 vagas para regiáo metropolitana
3) Redução gradativa para prazo de 30 dias em fevereiro

Bem, fazer o quê se o fazem política em julgamento enquanto o povo sofre?

Anderson disse...

Interessante que o INSS informa que entrarão 137 novos servidores, mas não esclarece que a maioria, dos que serão admitidos, não será composta por peritos (ou seja, seriam necessários, em todo o estado, uns 300, mas somente entrarão uns 30.
É fácil resolver o problema, basta priorizar a perícia inicial, estipulando que 50% das marcações serão para este tipo de perícia e o restante para PP ou PR.
Quanto ao gasto público, isso não é problema da perícia, mas sim de gestão.