segunda-feira, 26 de março de 2012

Desigualdade entre segurados

Tempo de licença médica revela desigualdade no tratamento dado a segurados

Estudo feito em Salvador envolve trabalhadores afastados em decorrência de doenças musculoesqueléticas

Em um estudo publicado no Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, pesquisadores do Instituto Nacional do Seguro Social, em Salvador, e da Universidade Federal da Bahia, mostraram o efeito da posição socioeconômica de segurados sobre a duração dos benefícios. A análise focou benefícios gerados por incapacidade em decorrência de doenças musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho.

Segundo os pesquisadores, as conclusões do estudo evidenciam uma possível desigualdade no sistema do seguro social, favorável aos mais privilegiados economicamente. " Aos indivíduos com posição socioeconômica mais privilegiada seria conferida, em geral, maior capacidade de vocalização junto aos empregadores e às instituições do Estado, maior conhecimento dos direitos e do funcionamento do seguro social, o que poderia determinar diferença na utilização dos benefícios previdenciários" , explicam os estudiosos.

O estudo, realizado em Salvador, envolveu 563 segurados afastados temporariamente em decorrência de doenças musculoesqueléticas que acometem a região cervical e/ou os membros superiores. A pesquisa indica que entre os trabalhadores sindicalizados com alta demanda psicossocial no trabalho, aqueles que ocupam baixa posição socioeconômica têm menor duração de beneficio.
" Os resultados mostram que o fato de ser sindicalizado não contribuiu, como seria esperado, para a atenuação das diferenças na utilização do beneficio previdenciário entre os diferentes grupos socioeconômicos" , afirmam os pesquisadores.

Idade acima de 38 anos, cor branca, sindicalização, alto controle e baixa demanda psicossocial no emprego e maior tempo de trabalho na empresa foram mais frequentes entre os segurados com posição socioeconômica alta. Outras características observadas neste grupo, em comparação com o outro grupo, foram comorbidades, maior duração do agravo prévia ao recebimento do beneficio e realização de terapia psicológica.

Já alta demanda física no trabalho, maior intensidade da dor, sintomatologia depressiva e atendimento pelo SUS foram mais frequentes entre os trabalhadores com posição socioeconômica baixa.

Fonte: Isaude.net

Um comentário:

Snowden disse...

Trabalho mal feito:
- se utilizou o modelo de Demada-controle de Karasek e se iria variar apenas o fator econômico, o grupo Karasek deveria ser igual na estratificação econômica , além do CID. Ser do mesmo grupo para ambos. Comparar indivíduos com Demanda-controle diferente perde o significado do trabalho!
- comparar grupo sem exposição a grupo com exposição moderada ou alta exposição além de variar aspecto econômico não é uma comparação legal!
O teabalho pra ficar legal tem que fixar num ponto no quadro de Karasek e variar Apenas o aspeco econômico ai sim teríamos um trabalho cientifico mais ético!