sábado, 13 de agosto de 2011

Filho de Bolsonaro diz que juíza executada no Rio 'humilhava réus'

"Segundo Flávio, forma de agir de Patrícia era gratuita"

SÃO PAULO - O deputado estadual do Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro (PP) disse nesta sexta-feira, 12, em seu perfil no Twitter (@flaviobolsonaro), que a juíza executada em Niterói na noite de ontem, Patrícia Acioli, 'humilhava' os réus que interrogava e que isso teria contribuído para ela adquirir 'desafetos' durante a carreira.

'Que Deus tenha essa juíza, mas a forma absurda e gratuita com que ela humilhava policiais nas sessões contribuiu para ter muitos inimigos', escreveu o político, filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP). Após receber possíveis críticas pelo comentário, ele esclarece: 'Repudio a morte da juíza, apenas disse que ela teria muitos inimigos, não pelo exercício da profissão, mas por humilhar gratuitamente réus.'

Flávio cita exemplos de reclamações que recebia sobre o suposto tratamento grosso de Patrícia para com os réus. 'Cansei de receber em meu gabinete policiais e familiares, incentados (sic) por ela, acusando-a de chamá-los de 'vagabundo' e 'marginal' nas oitivas. (Eu) orientava sempre que deveriam formalizar denúncia no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) contra ela, por abuso de autoridade, nunca para tomar atitude violenta.'

Por outro lado, colegas de profissão, como o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, ressaltam a coragem de Patrícia ao confrontar grupos criminosos, apesar de não falar de seus métodos. 'Enfrentava grupos perigosos que atuavam na região: milícias, bicheiros e quadrilhas de transporte clandestino', disse.

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) também aponta o bom trabalho que a magistrada fazia na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, na Baixada Fluminense. 'Realizava exemplarmente o seu trabalho no combate ao narcotráfico em defesa da sociedade', afirma em trecho da nota divulgada.

Patrícia Acioli foi morta dentro do carro com vários tiros quando se aproximava da entrada do condomínio onde morava, em Niterói. Ela foi surpreendida por homens utilizando toucas ninja ocupando duas motos e dois carros. A polícia acredita que o crime tenha sido encomendado.

Fonte: Estadão

7 comentários:

HSaraivaXavier disse...

O Caso desta Juíza tem total identificação com a atividade do Perito do INSS.

Resta agora a mídia entrevistar um Bandido condenado e chamá-lo de coitadinho humilhado.

Francisco Cardoso disse...

Temos aqui um paralelo perfeito com a atividade pericial do INSS, só que nesse caso a mídia marrom não vai fazer reportagens sensacionalistas com os bandidos condenados chorando e se dizendo "vítimas de humilhação". Quando estava viva, tais reportagens também não eram feitas, pois juiz manda prender, perito não.
Mais um motivo para o corpo pericial estar subordinado ao Poder Judiciário e não Executivo.

Patricia disse...

Essa juiza era minha prima. Eu não tinha contato com ela, só nos relacionamos quando pequenas, a avó dela era irmã da minha. Meu pai,sim, tem bastante contato com esse lado da minha familia. Violência de todos os lados!!! Em uma reunião de família ela disse à minha irmã que sempre pedia segurança, e não era disponibilizada. Disse que o tempo todo era oferecido suborno a ela, tb

Adriano Battista disse...

Infelizmente este é um "país" de bandidos, como sempre costumo afirmar...
Sorte e felicidade tem quem pode viver em outro lugar e manter-se longe deste lixo de "nação".

H disse...

Que pais: a juíza foi culpada pela sua própria morte. Durma-se com um cometário desses. Abusam da imunidade...

H disse...

Que deputado mais infeliz em seu comentário. Será que ele ouviu a versão dela antes de publicar tanta coisa sem utilidade?

Vandeilton disse...

Adrianus, acho que você está exagerando.

Sim, o Brasil não é um exemplo de país, mas o que tem aqui, tem lá.

Aqui tem corrupto, nos outros países também.
Aqui tem ladrões, nos outros países também.
Aqui tem imprensa marrom, nos outros países também.
Aqui tem impunidade, nos outros países também.

Talvez as coisas não ocorram com a mesma intensidade daqui, mas os europeus e americanos não são tão exemplares assim.

Temos que ver os erros deles, que no nosso lado é menos intenso, também. Falo de xenofobia, falo de assassinato em massa do povo (países árabes e China, atualmente), falo em ditadura francamente estabelecida (a nossa ainda é incipiente), falo em guerras tribais (África) fraticidas, falo em limpeza étnica, etc.

O nosso país é uma democracia em evolução. Não tem tantos séculos assim de história.
Atualmente, vemos que os corruptos já estão sendo denunciados, já estão se submetendo à desaprovação popular (mesmo que isto ainda não esteja causando efeito prático algum), já vemos políticos perdendo seus cargos por acusações de corrupção (mesmo que ainda não sejam presos, mas já é um começo), há liberdade de expressão (mesmo que alguns a confundam com liberdade de fofocar e manipular a massa), já vemos a polícia retomando território dominado há décadas por bandidos (mesmo que este tráfico persiste nas mesmas favelas, mas em intensidade diminuída), já vemos nossa equipe econômica ser elogiada no mundo inteiro (nem se compara com era Collor, Sarney e ditadura), já vemos o atendimento exemplar que o programa DST/AIDS faz no Brasil (mesmo que no resto da saúde a coisa vai mal).

Acho que ainda há muita coisa que nos faz chorar (principalmente esta perseguição à classe médica, generalizadamente), mas também não é motivo de exaltarmos os outros e nos diminuirmos tanto.

Acho que os países de 1º mundo são melhores que nós, mas não tão melhores assim. Nós estamos ruim, mas não tão ruins assim.

Sempre tem como piorar. Se nós, uma classe que tem pelo menos o senso crítico intacto, desistirmos do Brasil desta forma, aí sim a coisa vai piorar.

Podemos até não conseguirmos bons resultados em nossa batalha, mas só de sermos a "pedra no sapato" deles já ajuda a segurar o ímpeto destrutivo dos mesmos.