quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Novo presidente. Nova esperança.

Hoje foi a cerimônia de posse do Novo Presidente do INSS, o Doutor Mauro Hauschild. Autoridades, servidores e representantes de associações organizadas testemunharam e saudaram um histórico evento. Festa da renovação democrática. Depois de anos sucessivos em que o Ministério da Previdência e o INSS caminharam entre mãos exclusivas de Petistas e foram geridos por Grandes Sindicalistas como Ricardo Berzoini, Luis Marinho, Pimentel, Carlos Gabas e outros tantos que eram Auditores Fiscais, finalmente senta na presidência alguém que fez carreira na Procuradoria Federal Especializada do INSS - de fora da visão recorrente fisco-sindicalista. Renova-se então a principal assinatura na maior seguradora do Brasil. Renova-se o espírito da gestão da casa do povo. Recomeçam do zero alianças e novos projetos. Para os cidadãos brasileiros, uma esperança de dias melhores em mais um serviço essencial. Para os médicos, toda a esperança. A esperança que deu forças para que suportássemos a noite do mar revolto a espera do amanhecer quando poderíamos exercer nosso trabalho com autonomia e dedicação. A esperança de sermos reconhecidos pelo governo por termos carregado por tantos anos sobre nossos ombros o peso de representar a força do estado contra aqueles que são os mais pobres e doentes. A esperança de sermos protegidos como o tesouro da casa. A esperança de não de sermos vistos como máquinas de “fazer perícias”, mas como profissionais de alta qualificação que merecem e precisam de aperfeiçoamento contínuo. A esperança de podermos optar  por trabalhar mais anos no INSS apenas por prazer ainda que possuamos o direito de nos aposentar e de termos o orgulho de vestir a camisa da instituição. Que me desculpem os racionais e céticos, mas ser perito do INSS é ter que viver de esperança. A cor do PT é vermelho de ira e sangue. A do INSS é azul de mar e céu e amplidão sem fim. A da perícia médica é verde de esperança.

Um novo tempo. Do ex-presidente infelizmente não restou saudade. Ao fim da sua gestão, sua pequena luz inicial dos anos anteriores estava completamente ofuscada por uma postura retraída, omissa, cinza e sem graça. Um discurso pobre e repetitivo aplaudido apenas pelos que lhe rodeavam por interesses políticos. Um muro cinzento ergueu-se entre nós. Aquele que um dia a Perícia Médica reconhecera ter assaz respeito e admiração, calou-se covardemente e lhe virou a face quando mais precisara. Problemas simples como: a entrega de resultado de requerimento e a regulamentação de uma gratificação congelada foram adiados a perder de vista. Outros mais graves como a questão das agressões aos peritos e o bloqueio completo injustificável do diálogo com a entidade representativa - ANMP - do mesmo modo. Esta aí. O resultado do seu modo gerencial fora o retrocesso de problemas conhecidos relacionados à perícia médica como: greves, volta da terceirização, filas crescentes, fraudes rotineiras, demissões em massa, insatisfações com o atendimento, roubos de direitos, conflitos entre servidores administrativos e peritos e o aumento exponencial de demandas judiciais. O seu legado será lembrado como um dos piores períodos vivenciados pelos médicos do INSS em toda a existência do cargo. As melhorias da sua gestão, que cansam de cantar aos quatro cantos, como o tele-atendimento de 135, central de monitorização, controle rigoroso de freqüência de servidores e reconhecimento instantâneo de direitos não conseguiu superar ou mesmo compensar o peso do fracasso na administração dos conflitos internos; Ficou devendo na balança da história.

Boa sorte Doutor Mauro Hauschild. Temos a certeza que a sua visão jurídica mudará a história da casa principalmente a dos que fazem a perícia médica. Já começou muito bem com a restauração do diálogo conosco. É olhando nos olhos de quem fala que se deve ouvir. É ouvindo que se consegue ver. Tenho a certeza que os todos os peritos do INSS torcem para que finalmente encontre o equilíbrio de forças que seus antecessores não encontraram. Que cesse um conflito irracional que se instaurou nos ambientes institucionais que prejudica principalmente os segurados mais frágeis. Que qualifique obsessivamente os que são responsáveis diretos por mais de 65% de todos os atendimentos das APS sendo apenas 12,5% dos funcionários da casa. Que mude a insana rotina do absurdo a qual estão inseridos estes profissionais que trabalham diariamente há anos em comprovadas condições indignas de assédios, agressões físicas e morais e sem recursos técnicos e científicos. Que seja grande como tem sido em toda sua historia de vida e não apenas fale, mas prove por ações que o servidor é o principal patrimônio da instituição. Uma facho de luz rasga a escuridão. Uma plantinha verde abala o muro da separação. Finalmente é chegado o tempo ter esperanças. Hoje ela se renova na pessoa do Novo Presidente do INSS.

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