domingo, 13 de julho de 2014

GESTÃO NÃO CONSEGUE RESOLVER A CARÊNCIA DE PERITOS MÉDICOS

Agendamento de perícias médicas pode levar até quatro meses

Luana Souza
Publicado em: 13/07/2014 - 00:00 | Atualizado em: 11/07/2014 - 18:49


Roseli afirma que esperou aposentadoria durante cinco anos. Foto: Fábio Matavelli

O atraso nas perícias médicas em quase todo o País faz com que, em muitos casos, o trabalhador fique meses sem qualquer rendimento. A demora no agendamento dessas perícias, exigidas por lei e que determinam se o segurado está ou não em condições de exercer o seu trabalho, impede que o mesmo dê continuidade ao procedimento. Em alguns casos, o contribuinte chega a esperar quatro meses para agendar uma perícia. Em Ponta Grossa não é diferente, além dos agendamentos, os trabalhadores alegam que esperam anos para conseguir aposentadoria por invalidez como é o caso da ex-diarista Roseli de Fátima Sviech, 60 anos, que conseguiu se aposentar após cinco anos de espera.

"Em todo esse tempo estava muito doente e não podia caminhar, pois tenho problemas na coluna. Fiz inúmeras perícias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e em algumas conseguia o benefício para três meses e outras até para um ano. O problema era a espera para os agendamentos das perícias que levavam de três a quatro meses e, no dia do exame, o médico nem olhava direito os pacientes. As pessoas não são bem tratadas. Porém, era preciso enfrentar tudo isso para conseguir o benefício que era utilizado para comprar comida, medicamentos e pagar outras despesas da casa", disse.

Demora se dá pela falta de peritos nas agências

Segundo a advogada da Associação Nacional da Seguridade e Previdência (ANSP), Simony Prado, os principais motivos pela demora nos agendamentos das perícias em todo o País se dão "pela ausência de efetivo necessário nas agências da Previdência Social que não possuem um número de peritos-médicos suficientes para atender a gigantesca fila de segurados doentes", explica.

De acordo com ela, as agências previdenciárias do País não possuem estrutura adequada e pessoal suficiente para atender a demanda. "O resultado disso para o contribuinte é a privação do salário por um ou vários meses, enquanto espera pela realização da perícia, podendo ainda ter o seu quadro de saúde agravado. Existem, ainda, casos de médicos da própria empresa que consideram o segurado inapto para o trabalho impedindo o seu retorno", comenta.

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