terça-feira, 26 de abril de 2011

A perícia e a CUT

O poder público, aqui representado pela perícia médica do INSS e os trabalhadores, por sua vez representados pela CUT estão às turras. Não há diálogo, há bulling, há confronto, queda-de-braço.
Quando conduzi para a fundação da ANMP buscamos - e obtivemos - apoio das ditas esquerdas, como Deputado Sérgio Miranda do PCdoB, Senador Inácio Arruda do PCdoB, Deputada Jandira Feghali, também do PCdoB, além do sempre presente Deputado Nelson Pellegrino do PT e muitos outros parlamentares de linha progressista e até do Frei Betto e procurador Luiz Francisco. Procurei pessoalmente o sindicato dos Metalúrgicos da região metropolitana de BH, debati com eles na escola sindical da CUT. A carreira foi construída com apoio dessa gente! Eram parceiros! O que aconteceu, então?

Arrogância, prepotência, soberba. Foi isso que aconteceu. Ficamos isolados com um discurso anacrônico de autonomia do ato médico, acentuação explícita da assimetria de poder médico na relação médico-paciente que é máxima na relação perito-periciado. A assimetria é tão grande quanto na relação patrão-empregado. Relações inter-institucional e inter-pessoal assim precisam ser administradas com sabedoria pela parte que detém o poder. É preciso dialogar, argumentar e ouvir!

Perícia e CUT não podem divergir tanto; urge encontrar os pontos convergentes, mas duvido que após uma eleição com fortes indícios de fraude, onde até mortos votaram e que está subjudice haja legitimidade moral dos novos representantes da perícia que assumem com as bençãos do responsável mais direto pela derrocada da perícia médica, que tem sido seu desastrado presidente. 
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PS.: A autonomia médico pericial é inquestionável, é fundamento, é o pau da barraca do INSS. Não digo jamais o contrário.

Um comentário:

Paulo Taveira disse...

Como sempre, idéias e norte muito claros. É o que nos faz falta com a diretoria de donos da anmp. Urge consertar isto porque do contrário, perderemos para sempre o caminho aberto na trilha da sensatez e do diálogo para servirmos à sociedade e não para mandarmos nela, como certa gente pensa!Parabéns pela lucidez!