quinta-feira, 3 de junho de 2010

Chega de fliperama



Já que a ANMP limitou o debate da carreira à questão Jornada de trabalho, que pelo menos o faça direito.

Alguém deve se lembrar que a ANMP do Sr Argolo defendia jornada de 30 hs com redução proporcional de vencimentos, dizendo que era "o possível" e que o presidente do INSS era irredutível. Na época eu dizia que era preciso investir no Congresso Nacional e não, o tempo todo, só conversando com o INSS. Taí, temos uma vitória no Congresso e, tardiamente, a ANMP convoca uma AGE para pressionar com greve, como sugeri em 26 de maio. Se a greve vier, desta vez o INSS não deverá conseguir a ilegalidade com base no erro crasso de convocar em prazo inferior ao próprio estatuto: desta vez convocou dia 2 para dia 11, parabéns! Esperemos que uma copinha do mundo em nada atrapalhe...

Mas, e se o veto do planalto já tiver acontecido até lá?

Mais uma vez dou minha dica à entidade que me lembra uma bolinha de fliperama: acende luzes coloridas e faz barulho a cada movimento, mas não percebe que fica sempre no mesmo cenário de auto-ilusão, lutando reativamente para não cair no buraco. O veto presidencial virá com tanta certeza como a aurora de amanhã e será preciso derrubar o veto. Esse será o desafio. A Constituição Federal, em seu artigo 66, parágrafo 4º, determina que "o veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos deputados e senadores, em escrutínio secreto".

Assim que o presidente do Senado receber a mensagem de veto do Presidente da República, deverá convocar sessão conjunta, dentro de 72 horas, para dar conhecimento da matéria ao Congresso Nacional, que deverá constituir comissão mista para relatar e definir o calendário de sua tramitação. A comissão mista, formada por 3 deputados e 3 senadores, dispõe de 20 dias para elaborar seu relatório, que não conterá voto ou opinião, mas apenas o relato sistematizado das razões de veto e, quando for veto parcial, também sobre o que foi sancionado. Se a maioria absoluta da Câmara e do Senado, em votações separadas e escrutínio secretos, rejeitar o veto, a matéria é devolvida ao presidente da República, que terá 48 horas para promulgá-la, sob pena de o presidente do Congresso fazê-lo. Já vi o presidente do senado, se não me engano o falecido Ramez Tebet, promulgar em favor da paridade dos auditores fiscais ativos e aposentados e melhoria salarial da classe em dezembro de 2002. Em Out/2006 o senador Renan Calheiros promulgou a PLV que transformava a MP 302 na Lei 11.356 que deu aumento salarial aos auditores fiscais.

Pela regra, o veto derrubado entra em vigor na data de sua promulgação.

O processo de votação, em caso de vetos parciais, consiste na apreciação de cada um dos itens vetados separadamente. Se na Câmara o veto não alcançar 257 votos contrários, ou seja, se não for derrubado na Câmara, não serão apurados os votos do Senado, já que a rejeição do veto exige o voto contrário da maioria absoluta das duas Casas. O trabalho é árduo e precisará fazer o que propus em 2008: envolver a categoria e levá-la para Brasília.

5 comentários:

Paulo Taveira disse...

Acho a derrubada do veto, vou usar a palavra, IMPOSSÍVEL. Mas acho que a diretoria peca muito por não ter estratégia, nem tática.

perito disse...

bem, penso que e um ano eleitoral, e o veto nao vira, se vier, a categoria tem que pressionar o congresso pela derrubada do veto!!! a unica saida

Eduardo Henrique Almeida disse...

O discurso é o seguinte: Uma Lei do Congresso Nacional tem que ser respeitada pelo Executivo. É uma lei justa, que não gera despesas.

O veto pode ser derrubado com trabalho sério; não com fliperama. Sei que a derrubada do veto não acontecerá, como disse o Caio. Já ouvimos "-mas o juiz mandou parar a greve." Já ouvimos "-O presidente do INSS disse que é o seu limite". Agora ouviremos: "-Mas o Lula vetou...!"

Anônimo disse...

Novamente, a ANMP derrapará na reta final e então, só então, virão com a conversa de que o Presidente vetou e está vetado...ninguém merece esta atual ANMP, realmente estamos num mato sem cachorro, desde 2008 que esta carreira só anda para trás e estamos perdendo até o pouco que conquistamos.
Tristes dias da carreira pericial e sua tosca e pobre representação sindical.

Unknown disse...

Nada com esperar pra ver. Acho que o Luis Inacio! aquele das esmolas para os pobres, num ta nem ai pra Medico Perito; num tem voto... Esse é mais esperto que o PC e o Collor juntos tendo como professor aquele deputado que ganho na sena varias vezes e disse que foi Deus que ajudou.