segunda-feira, 11 de agosto de 2014

PAD A LA CARTE

O uso político da corregedoria por parte de gestores para combater servidores a quem consideram inimigos ou problemáticos é um dos elementos que usamos para definir quando a democracia de um País está sendo substituída por um regime totalitário inescrupuloso. Outros exemplos são perseguições à livre imprensa, ou o uso de computadores do palácio presidencial para alterar perfis públicos de jornalistas na Wikipedia.

Por incontáveis vezes este blog mostrou que diante de denúncias muito mais graves, a corregedoria tinha um comportamento completamente omisso mas era célere em perseguir aqueles considerados desafetos do regime. 

A prática totalitária se baseia na predominância da vontade do gestor/político em detrimento das leis constituídas com a beneplácito daqueles que deveriam coibir tal atividade.

Um sentimento de impunidade dá segurança a que esses gestores e seus asseclas possam barbarizar trabalhadores cujo crime é não concordar com o pensamento oficial ou não querer participar dos esquemas de corrupção vigentes em determinado local.

Nesse ambiente totalitário e inquisidor, vale por exemplo notificar servidores sobre um PAD que não tem denunciante, denúncia ou nexo causal, ou até mesmo fato que não seja da jurisdição de uma corregedoria.

Os funcionários correitores deveriam ser o exemplo da mais absoluta imparcialidade e transparência, não podendo em momento algum demonstrar acumpliciamento com gestores que um dia poderão ser alvo de seu trabalho correitor.

Há muito tempo que nos bastidores inssanos a Corregedoria do INSS ganhou o apelido de "Restaurante Francês", pois reza a lenda que o figurão entra nele, senta na mesa, "pede o cardápio" e escolhe um servidor para ser perseguido, uma espécie de "PAD A LA CARTE", e pronto, toda a força é dirigida para derrubar o eleito, enquanto que os grandes gestores escapam impunes, pois como diz a regra geral, "o cliente tem sempre a razão".

Felizmente não são todos os servidores da corregedoria que se comportam dessa maneira pusilânime, mas os que assim o fazem contaminam toda a imagem da instituição.

E é assim mesmo, se comportando como verdadeiros garçons dos gestores poderosos, que alguns servidores na corregedoria atuam, mirando, quem sabe, um cargo como o de Coordenador de PAD do Gabinete da Secretaria Executiva do MPS. 

Olhem um exemplo claro, tirado do Facebook do Comissário, e não adianta apagar pois temos prints da tela. Situando, Gabas reclamava do sacode que o Brasil tomou da Alemanha quando comentava o jogo contra a Holanda, que ele foi ver em Brasília:

  • Carlos Eduardo Gabas Esse esculacho todo foi só conseqüência... O futebol brasileiro está nas mãos de cartolas corruptos e sem compromisso com o esporte brasileiro!! Vamos ver se agora muda!!

  • Eguinalde Alves de Oliveira Chefe...quer que eu instaure uma Sindicância? Abraço.

"Chefe, quer que eu instaure uma Sindicância? Abraço." 

Parece um garçom falando: O senhor deseja mais uma bebida? Gostou do prato? Estava ao seu gosto? Quer mais um pedaço?

Só que a pessoa que aparece no facebook do Comissário babando seu ovo desse jeito é nada menos que Eguinalde Alves de Oliveira, que vem a ser o Coordenador de Processo Administrativo Disciplinar da Sec.Exec. do MPS (clique aqui).

Uma brincadeira desse naipe após Gabas ter chamado a CBF de corrupta, mostrando que está praticamente banalizado na Corregedoria do INSS esse tipo de prática. Algo tão sério como uma sindicância não seria objeto desse tipo de brincadeira banal, em público, se não fosse muito comum e corriqueiro, ao ponto do corregedor se descuidar desse jeito...

Agora vamos imaginar uma cena hipotética: Um servidor do MPS lê o blog perito.med e dá de cara com várias postagens denunciando Gabas por uma série de quesitos. Revoltado, ele formula uma denúncia contra o mesmo na corregedoria. Vai parar na mesa de quem? Do Senhor Eguinalde. O que ele vai fazer? Simples:

"Chefe, quer que eu instaure uma Sindicância? Abraço." 

Imagina qual vai ser a resposta do "Chefe"...Obviamente, imaginamos que ele vai é mandar seu "empregado" montar uma força-tarefa para detonar o autor das denúncias, afinal de contas se o corregedor se refere a ele como "chefe"...

É por isso que a gente denuncia, denuncia, e vai tudo pra gaveta, mas tempos depois você denunciante é que será notificado de um PAD para apurar "possíveis ofensas" contra o INSS (O Comissário certamente se acha o próprio INSS, seria isso?) completamente fora dos padrões.

Engraçado que fui notificado de que eu teria chance de "provar" no PAD as acusações que eu faço. Mas como assim? Não era para ser o contrário? Abrir PAD contra o denunciado? Mas quando o denunciado é Gabas, abre-se PAD contra o denunciante para ele, na condição de réu, ter que "provar a denúncia"? 

Imagino, hipoteticamente, como seriam os próximos diálogos..."Chefe, quer que eu instaure uma Sindicância? Abraço."  ... "Ó, o chefinho mandou abrir esse PAD contra aquele perito lá de São Paulo, inventa qualquer coisa mas dá um jeito ai" ... "E ai? Não tem nada? Notifica assim mesmo que são ordens, depois a gente acha algo"... "Esquece esse recurso, indefere e pronto"... seria assim??

Para uma corregedoria cujo corregedor-chefe recebe auxílio-moradia tendo imóvel funcional disponível para uso, espera-se realmente de tudo, né Chefe?

E é assim que funciona o PAD A LA CARTE. 

Au Revoir!

3 comentários:

Eduardo Henrique Almeida disse...

E o PAD contra ofensa futura?
Tem isso também, uma pérola. Eu abriria um contra pais que dão nomes exóticos.

fernando luiz borges disse...

É a mesma canalhada de sempre, seguem o padrão nazista sempre cumprindo ordens as mais ilegais

Paulo Taveira disse...

Chico esse pessoal que faz PAD vive disso e do pagamento de diárias para andarem pra lá e pra cá. Procure no Google que vc vai ver as diárias. Aqui é do mesmo jeitinho.