quinta-feira, 25 de maio de 2017

O SILÊNCIO DAS SOCIÁVEIS - PARTE 3: "NÃO É MINHA ATRIBUIÇÃO", SÓ QUE NÃO... HORA DE IR PARA O BALCÃO.

Apesar do discurso de igualdade para todos, socialismo para a sociedade e de defenderem a multipluralidade, a intersetorialidade, a transdisciplinaridade e todas as teses holísticas possíveis inimagináveis, na verdade as sociáveis se comportam de maneira elitista, sectária e corporativista, sempre defendendo privilégios e atacando grupos considerados rivais.

A maior demonstração disto é o fato de sempre terem se recusado a ir para o balcão trabalharem como analistas do seguro social, alegando o bordão (que ganhou fama) "não é minha atribuição". Só que isso sempre foi uma falácia, tolerada pelo INSS para escapar dos gritos e da horda de sociáveis batendo nas portas dos gabinetes babando de raiva por serem comparadas a "categorias inferiores", como uma deles soltou em recente discussão sobre CRER.

Será que é verdade? Será que não é atribuição das assistentes sociais habilitar benefícios? Ir para o balcão atender ao público em geral? Para responder a esta pergunta, primeiro é necessário saber que, ao contrário dos procuradores e dos peritos médicos, as sociáveis não são uma carreira à parte no INSS. Elas fazem parte da carreira de Analista do Seguro Social, mas com o detalhe de terem formação em Serviço Social. 

Este detalhe lhes dá prerrogativas que os analistas do seguro social, carreira geral, não tem, como fazer análises sociais de benefícios assistenciais. Mas em nenhum momento, repito, nenhum momento, as assistentes sociais foram isentas das obrigações gerais previstas a todos os demais analistas do seguro social.

Para comprovar esta afirmação, vejamos os textos dos editais dos concursos para Analista do Seguro Social com formação em Serviço Social, sempre iguais:


Vejam que o edital é muito claro que, além das atividades inerentes à formação do Serviço Social, também é atividade delas as "atividades comuns mencionadas no subitem 2.3 deste edital." E quais seriam estas atividades comuns mencionadas no referido subitem?


Ora ora, que dizer que de fato compete sim às Assistentes Sociais do INSS fazerem também a habilitação de benefícios, atender e orientar público, reconhecimento de direitos previdenciários, tramitação e movimentação de processos, avaliar processos administrativos e todo o mais que é devido pelos técnicos e analistas do seguro social....

Então o discurso de "não é minha atribuição" não encontra respaldo legal em lugar algum. Não só É ATRIBUIÇÃO delas ir pro balcão habilitar processos e benefícios como está na hora delas começarem a cumprir o disposto nos editais de seus concursos.

Tanto assim que no edital mais recente, de 2015, o próprio Conselho Federal delas, o CFESS (aquele cuja pronúncia lembra um peido, leia aqui e aqui) notificou o INSS para retirar do edital (leia aqui) itens que previam essa atuação conjunta, como "Exercer, portanto, ‘mediante designação da autoridade competente, outras atividades relacionadas às finalidades institucionais do INSS".

A ação do CFESS não surtiu efeito pois, como já dito anteriormente e garantido pela jurisprudência, o cargo não é de assistente social e sim de analista do seguro social. Aliás, elas não conseguiram a boquinha das 30h sem redução justamente pelo mesmo motivo, sendo derrotadas na discussão jurídica do assunto.

Mas sobre isso o silêncio das sociáveis continua intacto.

Está na hora do INSS parar de passar a mão na cabeça de servidores que pensam estar numa luta revolucionária, enquadrar todas as sociáveis e cobrar produção, meta, comprovação e desempenho da mesma forma que cobra dos peritos, dos analistas e dos técnicos. 

Por trás desse discurso de perseguição, vitimista e meio paranoico, esconde-se de fato uma triste realidade: a produção das sociáveis é ínfima, algo perto do ridículo. Na maior parte do tempo não se sabe o que fazem, o que produzem, o que realizam. É desta sombra que as sociáveis esperneiam por não quererem sair. A luz do Sol machuca, mas a transparência que vem com ela é essencial para entendermos de vez o Silêncio das Sociáveis e exigir, desta categoria, que se comporte à altura da missão institucional para o qual se habilitaram em concurso.

Por falar em habilitação, está na hora de ir para o balcão, pois a fila está longa e a população precisa desse serviço. Na parte final desta série vamos mostrar o que de fato está em jogo nessa "guerra de números".

Amanhã, dia 04/05, a parte final desta série, com os números secretos da produção do Serviço Social.

7 comentários:

Unknown disse...

"Os comentários, assim como os textos, são de responsabilidade de seus autores. Comentários ofensivos serão excluídos." 1.Interessante, aparecer junto aos textos o nome do ou dos autores seria pertinente. 2. Desde da graduaçao sei qie toda generalizaçao é burra e anticientifica, o texto apesar de em alguns momentos colocar que existe um grupo de profissionais, no geral, ou senso comum fala no Serviço Social como um bloco. 3. A CARREIRA DO SEGURO SOCIAL, inclui varios profissionais (cito aqui: advogados, engenheiros, TO, fisioterapeutas, administradores, engenheiros e varios outroz), sendo assim, e de uso do argulento ultilizado qd o engenheiro nao tiver reforma e outros trabalhos que nao cabe a mim saber qual é, eles tb podem ir atender no "balcao", (nada contra). Acredito que como servidores se cada profissional respeitar o fazer profissional do outro ja ajudaria muito. Os numeros do INSS cabe a administraçao/gestores, aprenderem a gerenciar melhor seus subordinados, incluindo ai, assistentes sociais, medicos peritos e os varios outros servidores com formaçao especifica. A gestao por politica e pelo "famoso meu conhecido" sendo substituido por uma gestao por competencia tb contribuiria muito. Para colocar os "SERVIDORES" em seus devidos lugares. SERVIR o cidadao brasileiro. Lembremos aque, que geralmente e por uma questao de educaçao, recebemos o que damos, isso independe de serem "sociaveis" ou "peritos medicos" ou "advogados" e outros. O que vemos hj nas agencias nao é só medicos peritos sendo desagradaveis com o CIDADÃO, mais tambem assistentes sociais, e advogados e tecnicos e analistas. O debate deveria ser bem maior que duas categorias tentando aparecer. Ah, se os colegas escritores do blog nao entendem o pq de pesquisas externas em CRASS, participaçao em encontros de rede e outras das atividades sao "irregulares" o que falar de colegas servidores receberem bonificaçao para realizarem pericia de revisao em seus horarios de trabalho regular. Nao seria receber pelo mesmo trabalho duas vezes? E, ter agenda marcada para as 7h da manha e chegar para trabalhar as 10h atender todo mundo em 02horas e sair sem cumprir a jornada de trabalho completa. Vem ai uma segunda reflexao, se os colegas conseguem realizar 18 pericias em 2h imaginem se fosse cumprida a jornada de 6h. Tb nao teriamos pericias iniciais aguardando por dois ou tres meses. Como disse no inicio é mais uma questao de gestao do que a atividade de uma categoria contra outra. O qie esse blog tem propagado com essas materias é a rancor e odio entre os servidores. Uma pena. Mais tb acho que esse comentario nao sera publicado, não é?

Unknown disse...

"Os comentários, assim como os textos, são de responsabilidade de seus autores. Comentários ofensivos serão excluídos." 1.Interessante, aparecer junto aos textos o nome do ou dos autores seria pertinente. 2. Desde da graduaçao sei qie toda generalizaçao é burra e anticientifica, o texto apesar de em alguns momentos colocar que existe um grupo de profissionais, no geral, ou senso comum fala no Serviço Social como um bloco. 3. A CARREIRA DO SEGURO SOCIAL, inclui varios profissionais (cito aqui: advogados, engenheiros, TO, fisioterapeutas, administradores, engenheiros e varios outroz), sendo assim, e de uso do aargumento ultilizado qd o engenheiro nao tiver reforma e outros trabalhos que nao cabe a mim saber qual é, eles tb podem ir atender no "balcao", (nada contra). Acredito que como servidores se cada profissional respeitar o fazer profissional do outro ja ajudaria muito. Os numeros do INSS cabe a administraçao/gestores, aprenderem a gerenciar melhor seus subordinados, incluindo ai, assistentes sociais, medicos peritos e os varios outros servidores com formaçao especifica. A gestao por politica e pelo "famoso meu conhecido" sendo substituido por uma gestao por competencia tb contribuiria muito. Para colocar os "SERVIDORES" em seus devidos lugares. SERVIR o cidadao brasileiro. Lembremos aque, que geralmente e por uma questao de educaçao, recebemos o que damos, isso independe de serem "sociaveis" ou "peritos medicos" ou "advogados" e outros. O que vemos hj nas agencias nao é só medicos peritos sendo desagradaveis com o CIDADÃO, mais tambem assistentes sociais, e advogados e tecnicos e analistas. O debate deveria ser bem maior que duas categorias tentando aparecer. Ah, se os colegas escritores do blog nao entendem o pq de pesquisas externas em CRASS, participaçao em encontros de rede e outras das atividades sao "irregulares" o que falar de colegas servidores receberem bonificaçao para realizarem pericia de revisao em seus horarios de trabalho regular. Nao seria receber pelo mesmo trabalho duas vezes? E, ter agenda marcada para as 7h da manha e chegar para trabalhar as 10h atender todo mundo em 02horas e sair sem cumprir a jornada de trabalho completa. Vem ai uma segunda reflexao, se os colegas conseguem realizar 18 pericias em 2h imaginem se fosse cumprida a jornada de 6h. Tb nao teriamos pericias iniciais aguardando por dois ou tres meses. Como disse no inicio é mais uma questao de gestao do que a atividade de uma categoria contra outra. O qie esse blog tem propagado com essas materias é a rancor e odio entre os servidores. Uma pena. Mais tb acho que esse comentario nao sera publicado, não é?

Unknown disse...

Que absurdo estes comentários vindo de uma Associação tão importante à seguridade social nos tempos de crise. Que falta de respeito à categoria dos Assistentes Sociais,uma profissão que se atualiza frequentemente em suas referências técnicas e operativas, éticas e políticas. Que palavras chulas,preconceituosas em um momento de desmonte da classe trabalhadora. A presença do Assistente Social nos processos de trabalho no INSS pode e deve ser repensada, mas não desta forma. Na verdade quem escreve quer a busca de poder acima de tudo.O poder biomédico,patológico das avaliações inadequadas aos critérios de inclusões nos Benefícios previdenciários e da Assistência Social com o BPC que ainda está na estrutura da Previdência por mera burocracia e falta de investimentos na rede do SUAS. Lutem por pautas coletivas e não por Ato Médico. Atualizem-se, pois o mundo do trabalho precisa de profissionais Peritos com visões avançadas em relação às demandas da classe trabalhadora que inclusive paga os seus salários com as contribuições previdenciários. Sou Pedro Júnior -Assistente Social do SUS, Mestre em Ciências da Saúde, Professor e Militante da Luta Antimanicomial em Belém -PA.

Antonio Eduardo Monteiro Fernandes disse...

Cadê os números da produção das Assistentes Sociais ? Agora os leitores do blog estão curiosos e ansiosos para saber.

Hafiz Ben David disse...

A NOM ja bolou uma maneira de banir o marxismo: o liberalismo social!
Nao precisamos mais das 'esquerdas'!

Anônimo disse...

kkkkk O perito medico que me atendeu, tem trez serviço é perito do inss, policial civil e trabalha em uma clinica.

Unknown disse...

Todos os analistas do seguro social, seja qual formação universitária tenham, são simplesmente analistas do seguro social. Não existe analista-advogado, analista-contador ou analista-assistente-social. Existem analistas com formação em direito, analistas com formação em contabilidade e analistas com formação em serviço social. Para ser analista com formação em alguma dessas áreas não é necessário ter inscrição na OAB, CRC ou CRESS. Ao que parece, no caso específico das pessoas formadas em serviço social, tendo como exemplo a concessão de LOAS (benefício de prestação continuada), a função desses analistas seria ter um contato com as assistentes sociais das Secretarias de Assistência Social dos Municípios nos termos da Lei da Assistência Social - Lei 8742/93 | Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Os analistas com formação em serviço social fariam a ponte para viabilizar os processos dentro da autarquia. Assim como os analistas com formação em direito entendem melhor o "juridiquês" e ajudam nos contratos da logística, os analistas com formação em serviço social trabalhariam em consonância com as assistentes sociais dos municípios. Ao que parece essa foi a lógica da administração. Criar um "Quadro de Assistentes Sociais" dentro do INSS, S.M.J., não teria o menor sentido, pois os estudos de caso são de responsabilidade da municipalidade, cabendo ao INSS dar a devida orientação de como encaminhar esses processos dentro da autarquia.