sábado, 20 de outubro de 2012

EMPREGADOR TAMBÉM SOFRE DANOS PELA FALTA DE PERITOS

20 de outubro de 2012. | N° 1652
PREVIDÊNCIA SOCIAL

37 dias de espera por perícia no INSS
Fila é problema para o trabalhador e também para o empresário




A demora para conseguir a perícia médica no INSS em Joinville – a média de espera hoje é de 37 dias – não está prejudicando apenas o trabalhador incapacitado de trabalhar e que tem de esperar para receber o auxílio-doença. As empresas também reclamam: ficam sem o funcionário e muitas vezes sem saber o que fazer.

Para fugir do problema, alguns trabalhadores estão agendando a perícia em cidades onde a fila é menor, como Campo Alegre e Itajaí. O problema é tão comum que já entrou na pauta do núcleo de contabilidade da Associação de Joinville e Região de Pequena, Micro e Média Empresa (Ajorpeme), que cogita marcar um horário com representates da Previdência Social para discutir soluções.

A presidente do núcleo, Rosemeri Valcanaia, explica que é comum o trabalhador se afastar do emprego por motivos simples, como quebrar o dedo, e se recuperar antes mesmo de fazer a perícia. Nesse caso, o funcionário não pode retornar antes de fazer o exame, ficando sem receber o salário. Do outro lado, a empresa fica sem o funcionário e sem poder contratar outra pessoa, por saber que o trabalhador já está em condições de retornar. “Para o empregador, essa longa espera é desgastante. A gente não sabe o que fazer, se contrata ou não outro funcionário”, diz.

Os campeões de afastamento hoje não estão ligados a acidentes de trabalho. A maioria dos casos envolve o auxílio-doença. Quedas de moto, acidentes vasculares cerebrais (AVC), infarto e problemas de coluna, são os mais frequentes. Nesses casos, os principais prejudicados são os trabalhadores, como o operador de máquina Marcos dos Santos, 40 anos, que está sentindo na pele o problema.

Seis meses em casa

Marcos dos Santos sofreu um AVC em 21 de julho e solicitou a perícia 12 dias depois, mas só conseguiu fazer a perícia mais de dois meses após ser afastado do trabalho. E ainda teve que esperar 15 dias para começar a receber o benefício. “A minha esposa está segurando as pontas em casa. A sorte é que ela recebeu uma promoção, senão nem imagino como íamos estar nos virando”, conta Marcos, pai de dois filhos. O operador terá de ficar pelo menos seis meses em casa, até fazer outra perícia para saber se está ou não apto a voltar ao trabalho.

CAMILA GUERRA

Um comentário:

  1. Apenas um comentário: Não existe isso de "ter que passar na perícia" para voltar ao trabalho. Quem decide o tempo de tratamento e o retorno ao emprego, ou seja, a "alta", é o médico assistente junto com o médico do trabalho.

    O INSS apenas apura se é verdade ou não a alegação de incapacidade laborativa para fins pecuniários e calcula o tempo estimado de afastamento, se houver, baseado no exame pericial.

    Mas se o cidadão já melhorou e teve alta do ortopedista, por exemplo, porém ainda aguarda fila no INSS, TEM QUE SE REAPRESENTAR na empresa e o MTb tem que aceitá-lo mesmo se a perícia.

    A perícia, quando for feita, apurará se houve incapacidade no período em que ele ficou parado. Apenas isso.

    Não é o ideal. O ideal seria passar em perícia antes dos 15 dias, mas essa vinculação de retorno ao trabalho APENAS após a perícia mesmo que sabidamente o trabalhador tenha se recuperado antes da data marcada pelo INSS, isso não existe em lugar algum. Não tem Lei ou norma médica ou legal que sustente essa aberração.

    ResponderExcluir

Os comentários, assim como os textos, são de responsabilidade de seus autores. Comentários ofensivos serão excluídos.