A Taxa Mínima de Atratividade (TMA) é a um conceito das ciências econômicas. É a taxa que representa o mínimo que um investidor se propõe a ganhar quando faz um investimento. Esta taxa é formada a partir de 3 componentes básicos:
Custo de oportunidade: remuneração obtida em alternativas que não as analisadas.
Risco do negócio: o ganho tem que remunerar o risco inerente de uma nova ação.
Liquidez: capacidade ou velocidade em que se pode sair de uma posição no mercado para assumir outra.
A TMA é, na maioria das vezes, pessoal e intransferível porque a propensão ao risco varia de pessoa para pessoa, mas quando envolve pessoas semelhantes com iguais objetivos pode ser coletiva. Assim, não existe algoritmo ou fórmula matemática para calcular a TMA.
Ao se utilizar uma TMA aplicam-se métodos em comparação em relação a um período de tempo, como o Valor Presente Líquido ou o Custo Anual Uniforme para se determinar a viabilidade financeira de um investimento ou empréstimo. Caso o resultado seja positivo, a TIR (taxa interna de retorno) supera a TMA e o investimento é interessante. O contrário ocorre caso o resultado seja negativo.
A Taxa Interna de Retorno está claramente inferior a TMA no caso da carreira do perito médico. Infelizmente o governo mesmo com todos os números apresentados não toma providência alguma. Numa frase simples que representa a carreira atual pode ler: “Ser Perito Não Compensa no Momento”.
Vamos ao estudo científico:
O “Custo de Oportunidade” está muito alto. No momento há várias outras oportunidades para se ganhar igual ou mais que no INSS em locais onde se tem muito menos “Risco de Negócio”. O Processo atual de crescimento do Brasil demanda mão de obra especializada médica, como em todas as áreas profissionais, assim, cada dia mais é preciso ser um profissional especializado e investir em si. Infelizmente o INSS poda os seus médicos o que per se afasta-os. O “Valor Presente Líquido” está beirando à zero. Múltiplas demissões e aposentadorias em crescimento. 30% dos nomeados no concurso de 2010 foram exonerados ou sequer assumiram. Não há mais o que argumentar contra os números.
Como se não bastasse estamos tratando da atividade de maior empregabilidade de todas: O médico. A empregabilidade de 93% (dados do IBGE/2006). Como se não pudesse piorar, ainda não há qualquer perspectiva de crescimento interno na instituição. Não há liquidez da TMA. Nem profissional, nem humanístico e nem financeiro. Não há qualquer valorização curricular desde o concurso. Ter doutorado na perícia do INSS – existem alguns – não tem qualquer com ganhos salariais, ascensão interna ou mesmo satisfação pessoal.
O governo tem feito uma seleção natural reversa atraindo os piores profissionais com a manutenção de R$ 4.200,00 brutos iniciais (vide edital 2010) para uma atividade de altíssima complexidade – Em média 9 anos de ensino superior com dezenas de processos seletivos - É o barato que sai caro. A economia do salário baixo causa danos financeiros e morais ao governo em muito maior proporção. Aumentam as queixas na ouvidoria e os vícios do atendimento. Aumentam as demandas judiciais com bilhões em indenizações. A conexão entre aumento de qualidade e redução de gastos parece-me ser o atual desafio a ser provado pelos representantes dos peritos do INSS. Talvez na linguagem dos números o Presidente do INSS, auditor fiscal, e o Ministro do MPAS, contador, entendam o dano que a política de não valorização do perito tem causado a todos: governo, sociedade e servidores.
É preciso aumentar salário para que a Taxa Interna de Retorno seja superior a Taxa Mínima de Atratividade.
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