16/04/2012 15h05 - Atualizado em 16/04/2012 15h55
Flávio Dino vai pedir que MP investigue contratação de médicos
Presidente da Embratur perdeu filho internado em hospital privado no DF.
Na sexta-feira (13), Dino pediu investigação sobre falhas em Brasília.
“O que aconteceu com o meu filho é uma demonstração de que o principal problema dos hospitais hoje são as péssimas condições de trabalho, que acabam levando a erros e crimes”, afirmou Dino ao G1.
Flávio Dino afirmou ter reunião agendada com o procurador-geral do MPT, Luis Camargo, às 17 horas. A assessoria do Ministério Público confirmou a reunião. Na última sexta-feira (13), ele solicitou ao MPT da 10ª região que apure a contratação de médicos no Distrito Federal.
O filho do presidente da Embratur, Marcelo Dino, morreu em 14 de fevereiro, aos 13 anos, após o agravamento de uma crise asmática no Hospital Santa Lúcia, na Asa Sul, um dia depois de ser internado.
De acordo com Flávio Dino, o objetivo da solicitação de abertura de investigação é que sejam apuradas falhas como o descumprimento de leis trabalhistas por parte dos hospitais, jornadas excessivas de trabalho e ausência de pagamento de horas-extras e adicional de insalubridade.
Entre as irregularidades apontadas pelo presidente da Embratur em seu pedido de abertura de investigação está o suposto cumprimento de mais de 100 horas semanais de trabalho por alguns profissionais em diferentes localidades. Segundo Dino, os dados foram retirados do Ministério da Saúde.
“Como nada vai trazer meu filho de volta, uma das coisas que quero é evitar que outras famílias sofram o que eu estou sofrendo por causa de falhas nos hospitais”, declarou Dino. [...]
Na íntegra:
20 comentários:
Todos os dias Brasileiros pacientes e Médicos comem o Pão que o diabo amassou nos corredores de hospitais.
Mas... Mexeu com Peixão, o Urso anda.
Por isso penso que quem quiser ser chamado de vossa excelência deve usar o SUS, não por vontade própria, mas por forca da lei. Como se faz nos países decentes.
Até será isso... Medicina de Rico e Medicina de" puebre" - agora em espanhol...
Do universo de médicos, são poucos os que trabalham rotineiramente em emergências.
Parece que a demanda por atendimento é infinita.
Se atender rápido reclamam que o médico nem examinou, se atender com calma, reclamam que a fila não anda....
E os postos de saúde, que deveriam atender os casos mais simples, simplesmente não o fazem como seria necessário.
O resultado é que todo mundo procura o pronto socorro, seja para unha encravada, resfriado, pegar receita, renovar receita, pegar encaminhamento.
Eu estou a 2 anos e meio trabalhando em pronto socorro e estou pensando seriamente a me dedicar a outras áreas da medicina, não aguento mais.
Bom, concordo que se deva investigar isso sim, acho que o foco do político mudou um pouco, antes ele defendia que pacientes em UTI deveriam ser imortais.
Mas e o que de fato houve com o filho dele? Foi doença ou erro médico? Houve processo? Alguém foi indiciado?
Imagina o que virá por aí com a Abertura da Dilma para "quanto mais melhor". Cheio de faculdades sem estruturas e profissionais que farão um erro destes algo usual. E haja processos...
No caso acima a medica foi indiciada por homicídio culposo, salvo engano. Deve ser frustante ter lutado pela vida do rapaz e ser processada por "impericia" como quer o delegado.
O símbolo da medicina será em breve, se é que já não é, uma Chave de Cadeia.
A médica foi indiciada por homicídio culposo?
Deve ser frustrante demais, humilhante demais atender um paciente e ser indiciado.
Acho que se fosse comigo, seria a gota da água para não mais trabalhar em plantão de pronto-socorro.
Calma, temos que ver nos autos os motivos.. Por mais corporativista, nenhum delegado faria isso sem nenhum indício, senão é pedir pra ser processado depois. O segredo deve ser o prontuário....Se ele foi atendido em tempo real sem pausas e mesmo assim morreu, o delegado é um louco. Devem ter pego algum detalhe pra ferrar a médica e aplacar a raiva do pai poderoso. Ser médico em Brasília definitivamente é chave de cadeia.
A Polícia Civil do Distrito Federal indiciou, na última sexta-feira (13), a médica Izaura Costa Rodrigues, responsável pelo atendimento de Marcelo, por homicídio culposo - quando não há intenção de matar.
Eis o resto da notícia....
E ainda se questiona por aí o Porquê ninguém quer mais ser pediatra e trabalhar em urgências...
Essencialmente Chico a matéria fala que teria havido 2 erros.
No primeiro teria sido a ausencia por 40 minutos da UTI para fazer sala de parto, e retornado porém em tempo hábil.
No segundo estariam acusando a médica de ter ventilado com AMBU a criança por 8 minutos antes de proceder a intubação o que na opinião do delegado (estranho ein) seria um "erro" profissional.
Ela realmente foi indiciado por homicídio culposo. Falta de absurdo mesmo. Imagina vc tentar salvar uma vida e ao inves de agradecer levar uma acusação destas.
Isso dai será mais um daqueles processos que nAo vai dar em nada, apenas nos gastos exorbitantes com advogado pra se defender dos Ursos!
Morreu por que tinha que morrer! Se a medica tava em sala de parto tava trabalhando e nAo pode largar a parturiente pra atender quem quer que seja!
Se usou ambu por 8 minutos qual o problema?! Delegado medico ela devia ter usado o que?! Um BIRD?!
O problema é que o figurão nAo se conforma em ter perdido o filho e quer achar algum culpado como se medico fosse Deus e como se pudesse em 100% dos casos salvar vidas!
O medico hoje em dia toma paulada de todo lado, de convênio, do sus, do governo, do paciente! Ninguem olha sua conjuntura de trabalho...acha que é robô ou maquina quado na verdade é apenas um ser humano tentando salvar outro ser humano!
Se os motivos foram esses então ela não corre perigo e o delegado deverá ser processado ao final do inquérito.
Ventilar com Ambu por 8 minutos antes de entubar é o que se faz quando não se consegue via aérea fácil, ventila-se até obter saturação tal que permita a tentativa da entubação. Essa é fácil.
Sair da UTI para sala de parto é que não entendo. Aqui que deve ser a pegadinha. Plantão de UTI exige dedicação presencial de um médico integralmente, a saída dela da UTI só pode ser justificada em EMERGÊNCIA ocorrendo por perto sem que nenhum outro médico estivsse ao alcance. Isso também não configura culpa pois os pacientes na UTI estão monitorados, controlados e em caso de piora clínica ela seria chamada da mesma forma que seria se estivesse na copa da UTI jantando, não há impacto disso na morte do menino.
Se necessitou de tanto Ambu imagino que a via aérea devia estar fechada e ele deve ter parado por hipóxia durante a entubação, mas isso se chama Asma Grave e não é culpa do médico, salvo se ele tivesse usado técnicas inadequadas ou tivesse sido negligente, mas que diz isso é o CRM e não o delegado...
Veja a entrevista no link
"Ela usou a máscara de ventilação. Mas ele pode ter vomitado e ela não ter percebido e, com a máscara tampando e ela apertando, pode ter jogado aquele material para dentro dele", disse Espíndola."
Pela madrugada, viu? Que delegado idiota...Quando se usa uma máscara de ambu a postura da máscara para fechar exige a boca fechada... Toda entubação difícil potencialmente ocorre broncoaspiração, que é o nome disso, jogar material pra dentro com máscara de Ambu, ah vá pro inferno... Nem sabe do que está falando, qualquer treinador de ACLS vai arrasar essa teoria imbecil no tribunal.
O laudo que a imprensa soltou diz que a morte foi por asfixia... Então confirma o que eu disse: ele teve uma crise grave de broncoespasmo, com fechamento de glote, a médica não conseguiu entubar e chamou o anestesista para entubar e nesse interim a asfixia causada pela ASMA e não por broncoespasmo o levou a PCR por hipóxia que não foi revertida...
É por isso que ASMA é doença grave e potencialmente fatal, mata mais gente por ano que a temida gripe "suina". Não se pode bobear um segundo com asmático, seja na UTI seja em casa.
Não vi no relato do delegado nada que aponte para homicido culposo. Pra mim isso é um factóide para aplacar a dor de um político influente que perdeu o filho (e que dor deve ser isso...) mas se a sociedade vai começar a sacrificar médicos para aplacar suas dores, então Heltron é hora de largar isso aqui, fazer direito ou engenharia e deixar os médicos cubanos da Dilma atenderem os políticos em Brasília. Que queimem eles antes de nós.
Apenas um interim, asfixia causada pela ASMA (glote fechada) e não por broncoASPIRAÇÃO como o delegado disse.
"Este é o nosso modo de fazer Justiça ao Marcelo e de mantê-lo bem vivo, contra a lógica mercantilista e desumana que o matou."
Os pais dizem em nota que vão se dedicar a essa causa. Poderiam começar pedindo à Dilma para intervir na ANS< que desde que surgiu só faz defender os interesses mercantilistas e desumanos de conglomerados financeiros na saúde que pagam 25 reais por consulta e 200 reais por cirurgia e jogam pra baixo os preços de internações e que geram esse tipo de situação, como médica da UTI na sala de parto, seja pelo motivo que for.
Poderia convencer a DIlma a aumentar a verba na saúde, ser mais rigorosa na fiscalização dos repasses e acabar com essa idéia de trazer médico boliviano pra cá, senão infelizmente teremos muitos e muitos mais casos assim.
Que tal?
Bem, a informação ficou confusa.
É que consta no laudo da perícia que foi encontrado "conteúdo gástrico" no pulmão. Isso pode causar asfixia por aspiração também chico.
A questão é que ainda que tenha sido a reação aguda a uma medicação injetada, sem passado de reação, ou a aspiração de secreção gastrica, e não a asma sozinha, com agravamento do broncoespasmo severo, arritmia e hipoxemia, não há como culpar a médica. Isso faz parte do risco de ser atendido e entubado de urgência.
É previsto em todos os livros como uma potencial complicação do ato médico. Principalmente em intubações difíceis. Ou seja, um insucesso na manobra.
Imagine se cada vez que um doente for medicado ou tratado não responder a terapia ou evoluir com uma complicação imprevisível e óbito gerar um processo.... por homicídio... Quem quer ser médico?
Na esfera criminal, o nosso Código de Processo Penal (CPP), desde 2008, também prevê a figura do assistente técnico.
No caso em tela, seria prudente que a médica indiciada indique um assistente técnico (preferencialmente que seja especialista em Medicina Legal e Perícia Médica)para levantar possíveis controvérsias do laudo de necropsia do IML-DF, além de se fazer quesitações de esclarecimentos no sentido de que se o desdobramento letal poderia ou não se enquadrar em hipótese de fato escusável, ou complicação inerente à patologia apresentada.
A médica não teve culpa,pelo exposto. Mas uma coisa tem que ficar clara.é costume em muitos hospitais do país não haver pediatras para as cesáreas eletivas. Entram os pediatras do plantão ou, se esse tiver ocupado, o da UTI.
Isso é um absurdo!!!!! Essa prática tem que acabar. Assim, maternidade que tem plantão de pediatria TEM QUE TER 2 PEDIATRAS de plantão. 1 pra cobrir o plantão e outro pra cobrir uma eventual sala de parto. E os hospitais não fazem isso.!!!!! A classe tem de se unir e EXIGIR isso!!
Mas fica todo mundo levando com a barriga e dá nisso aí!!!!
Concordo com todos vocês. Heltron, broncoaspiração mata mas ele já estava em crise antes, por isso aliás foi pra UTI. Creio que o atraso na entubação ajudou no desfecho, mas dai a concluir que é erro médico entubação difícil é um absurdo.
O que vai pegar aqui e acho que esse foi o motivo do indiciamento (o papo do ambu é viagem do delegado leigo que quis forçar a barra na acusação) é o relato da enfermeira que a médica não estava presencialmente na hora da crise e que o menino já estaria "roxo" quando ela chegou, isso sim vai dar dor de cabeça pra ela. Do resto, qualquer assistente de ACLS quebra a argumentação pífia sobre a broncoaspiração e asfixia.
Um médico não pode ser culpado se usou das técnicas corretas e mesmo assim o paciente morreu pois não somos Deus e se começar essa mania de queimar médico a cada morte que houver a população vai ficar sem médico... Nem os de Cuba da Dilma vão querer isso.
Por fim, estranho também a atitude da família sobre a "surpresa" com a morte na UTI, passando a idéia de que a UTI seria um lugar "seguro", ideía mais falsa e errada, UTI é lugar de doente GRAVE, ninguém está na UTI à toa, se um filho de uma pessoa está na UTI pediátrica JAMAIS significaria um local seguro ou "para fazer nebulização" como o pai disse em entrevistas.
A questão de que "dois dias antes ele era ativo" não diz nada também, Asma mata em minutos e impressiona que pais de um asmático não soubessem disso. Parte dessa situação encontra culpa na nossa cultura, que rejeita as palavras "asma", trata tudo como "bronquite" e em geral não dão a devida importância para a doença e suas possíveis crises agudas.
Asma MATA e MATA MUITO, é uma mer** de doença, a pessoa está bem e 10 minutos depois entubada e/ou morta.
Por fim, lendo tudo o que saiu, me parece claramente que mais uma vez um médico responderá a processo por falha de comunicação médico-paciente, que não deixou bem claro à essa família sobre os riscos existentes no caso. Uma pesquisa encomendada pelo Cremerj nos idos 2000 mostrou que 90% das causas reais de queixas e denúncias ao CRM tinha como pano de fundo a má comunicação.
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